AS PERDAS DE MINAS.



                  "A situação de penúria dos municípios".




A capital mineira, nos últimos anos, vem sendo comandada por prefeitos pouco afeitos à eficiência na administração pública. Entra e sai prefeito sem que a organização, o desenvolvimento e o crescimento sejam proclamados. Ao contrário, a insignificância da gestão coloca Belo Horizonte num patamar muito abaixo daquele pretendido pela sociedade. A Câmara Municipal, da mesma forma, tem reprovação quase unânime, posto que nada realiza que signifique progresso e qualidade de vida para os cidadãos.

Os demais municípios de Minas Gerais estão em situação de penúria, uma vez que o governo estadual não lhes repassa os recursos, chegando ao ponto de pedirem intervenção federal no Estado. A dívida do governo estadual com as prefeituras é de R$ 10 bilhões, segundo dados dos próprios municípios. São recursos que o governo arrecada com o IPVA e o ICMS e que deveriam ser repassados para investimento em programas de educação e saúde nas cidades. Sem esse dinheiro, muitas prefeituras enfrentam enormes dificuldades, e o governo do Estado não demonstra sensibilidade nem competência administrativa.

As desculpas estaduais de sempre são de que o problema é em razão de um desequilíbrio federativo e que Minas tem créditos elevadíssimos a receber da União, como os da Lei Kandir. No entanto, esse ressarcimento ou até mesmo um encontro de contas nunca são feitos. Falta vontade política. Falta diálogo republicano. Falta defesa enérgica dos interesses de Minas Gerais.

O desastre administrativo do Estado atinge 853 municípios mineiros. Não é pouco e é relevante. Minas Gerais é uma potência econômica no cenário brasileiro e merece respeito, sob todos os aspectos, seja pela sua pujança em agricultura, pecuária, comércio, indústria, serviços, mineração e geração de energia ou pela história grandiosa de seu povo e dos seus bravos inconfidentes. Contudo, as perdas de Minas somam valores econômicos, sociais e, acima de tudo, morais. Os mineiros estão envergonhados da pouca envergadura política dos seus representantes. O objetivo é um futuro melhor e menos errático.

As perdas de Minas passam pelo vergonhoso parcelamento de salário dos servidores públicos civis e militares; pela falência dos municípios; pela paralisação das obras; pelo excesso de gastos do estafe; pelo desprestígio político do governo; pela ausência de diálogo republicano; pela péssima condição das estradas; pela negligência com os setores de saúde, educação, segurança e transporte; pelo fechamento de fábricas; pela falta de confiança do investidor; e pela mínima ou quase nenhuma credibilidade do governo atual. Minas requer alternância, ampla, geral e irrestrita.

Restam aos mineiros mudanças e coragem. E é assim que encerro, reverenciando Guimarães Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 13 de dezembro de 2018, pág. 25).





Comentários

  1. Concordo e assino junto com o Dr. Wilson Campos, se ele me permite. BH está mal administrada (antes, agora...), porque os prefeitos não têm perfil de gestor público e não se importam com as necessidades da população. Os demais municípios de Minas Gerais estão no buraco e sem dinheiro para despesas porque o governo Pimentel foi e é incompetente para qualquer coisa. A equipe do atual governo mineiro é das piores da história de Minas. Nunca se viu tanta trapalhada de uma vez só, colocando Minas no plano de fundo do governo federal. Ou seja, se Minas está como está, sendo ultrapassada por outros estados é porque o governador atual não disse a que veio e se saiu pior do que se imaginava. Péssimo governante. Parabéns Dr. Wilson por mais este brilhante artigo e por defender os nossos interesses (do povo mineiro). Mário H.S. Novaes, empresário mineiro e contribuinte.

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  2. Esse governador já vai embora tarde. Que cabra ruim de serviço meu Deus. Que sujeito sem noção e ainda quis ser reeleito. Como assim? A cara dele não queima não? Cara de pau da p.... petista sem competência nem para administrar a casa dele e quer governar um Estado do tamanho de MG? Por isso que deu no que deu. MG está quebrada e devendo os tubos, porque um sujeito sem competência nenhuma , eleito por petralhas se meteu a governar uma potência como MG. Os eleitores também são responsáveis por tudo de errado que ele fez, porque elegeram essa coisa que já vai embora tarde. Vai e não volta nunca mais.... Meus respeitos ao doutor Wilson Campos e minhas saudações pelo majestoso artigo, de novo primoroso e verdadeiro. Herivaldo Jr.

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