RESPEITEM OS MAIS VELHOS: O JOVEM DE HOJE É O IDOSO DE AMANHÃ.

 

O Brasil tem leis razoáveis na proteção do idoso, mas elas não são postas em prática. Ninguém, de fato, luta com energia e assertividade para que o idoso tenha o respeito que merece. Atualmente, o etarismo se mostra mais cruel do que possa parecer.

Etarismo, também conhecido como idadismo ou ageísmo, é o preconceito e discriminação baseados na idade de uma pessoa. Isso pode manifestar-se de diversas formas, desde estereótipos negativos e falta de oportunidades até a desvalorização da experiência dos mais velhos. 

Segundo descrito no relatório mundial sobre idadismo, da Organização Mundial de Saúde (OMS), o etarismo se refere a “estereótipos (como pensamos), preconceitos (como nos sentimos) e discriminação (como agimos) direcionados às pessoas com base na idade que têm”.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, atualmente, o Brasil tem cerca de 32,9 milhões de idosos (acima de 60 anos). Mas o órgão não informa o número de idosos ainda perfeitamente aptos a contribuir de diversas formas para o mercado de trabalho.

Entretanto, a realidade mostra que, em diversos segmentos comerciais são encontrados idosos trabalhando normalmente, produzindo satisfatoriamente e interagindo com tranquilidade com os mais jovens.

Há que se compreender que uma pessoa com mais experiência passou por situações mais difíceis, podendo contribuir para aqueles que estão começando agora no mercado de trabalho e que ainda não conseguem ter uma visão mais sistêmica. Complementarmente, os jovens, que já nasceram conectados, conseguem dar o suporte tecnológico necessário. Ou seja, jovens e idosos podem interagir, sem problemas.

O lado ruim é perceber que o idoso é violentado quando lhe roubam a minguada aposentadoria; quando fraudam covardemente seu mísero benefício com descontos não autorizados; quando lhe negam prioridade no banco, no ônibus ou no hospital; quando a cidade não oferece infraestrutura adaptada para que ele possa ir e vir; quando a família se apossa de forma indevida dos seus bens; quando parentes ignoram e não prestam atenção no que ele fala; quando não lhe retribuem o amor de outrora; e quando os filhos o abandonam em um asilo qualquer.

Triste é quando se fala no idoso e pensa-se unicamente numa pessoa adoecida, que precisa apenas de políticas públicas de saúde e de assistência social. Mas não pode ser só isso. Ora, as pessoas estão cada vez mais envelhecendo com saúde, e para que não sejam alijadas da sociedade, precisam também contar com políticas de educação, trabalho, transporte, cultura, esporte e lazer.

Alguns especialistas afirmam que já se prenuncia uma pirâmide demográfica, com a base formada por jovens e o topo por idosos, ganhando a forma de uma “torre demográfica” (com a base e o topo simétricos). O estreitamento da base se deve à redução do número de bebês que as famílias resolvem ter. O alargamento do topo, por sua vez, se explica pela longevidade proporcionada pelo avanço da medicina. Daí que o entendimento seja óbvio, sendo necessárias medidas urgentes de inclusão dos idosos.

Vejamos o caso da Europa, que passou por essa transição no decorrer de mais de um século, o que lhe deu tempo para fazer com calma as adaptações necessárias à inclusão social dos idosos. No Brasil, o envelhecimento está chegando de uma vez e sem que o país tenha se preparado para abrigar tantos idosos. Esses fatores são incontestáveis, e ações positivas e proativas são esperadas por parte dos governantes.

A juventude, por seu lado, ainda não percebeu que, quando luta pelos idosos, acaba agindo em causa própria. Os direitos que os jovens derem agora a essa população serão desfrutados por eles próprios no futuro. O jovem de hoje é o idoso de amanhã.

Resta convocar a todos para uma campanha solidária de empatia e respeito aos interesses e necessidades de cada idoso. Abraçar a velhice exige do Brasil responsabilidade, humanidade e ação.

Em tempo, recomendo a leitura de outros artigos publicados neste Blog, na defesa dos direitos dos idosos.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021). 

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Comentários

  1. Eu amo meus pais e avós que ainda tenho. Dou valor e vou com eles até o fim, sem nunca deixá-los ou abandonar. Sou filho, sou gente e sou agradecido por tudo que fizeram por mim. Dr. Wilson Campos esse seu artigo eu achei maravilhoso e vou compartilhar nos meus grupos e agradeço por sua lembrança aos idosos que todo seremos um dia, hoje ou daqui a pouco. Parabéns. Abr. Diogo H.S. Durães (dentista e filho dedicado).

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  2. Eu vivi para ver esse PT nojento e seus comparsas larápios meterem a mão na aposentadoria dos velhinhos. Eu vivi para ver essa pouca vergonha toda de um governo fazer descontos nos benefícios doa aposentados e o dinheiro ir para os ladrões de sindicatos e associações onde tem um irmão do Lula envolvido, o tal do frei Chico, petista e ladrão. Eu vivi para chorar mais essa cafajestagem toda cometida sem que o Judiciário tome uma providencia como faz contra pobres indefesos presos por 14 e 17 anos. Dr. Wilson nós não merecemos isso não e temos de reagir e voltar pras ruas e botar pra quebrar porque os ladrões e assaltantes e corruptos e comunistas voltaram e estão soltos de dia e de noite e vão entrar nas nossas vidas e nas nossas casas e destruir tudo que conquistamos com suor e trabalho. Gualberto Sandroini (bancário aposentado 100% patriota).

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  3. Esther M. D. Fagundes de O.29 de abril de 2025 às 14:06

    Dr. Wilson Campos os idosos estão mandando ver muito bem e trabalhando mesmo depois da aposentadoria. Outro dia eu fui ao supermercado e uma funcionária do caixa tinha 65 anos e trabalhava depois de aposentada e disse que não aguenta ficar dentro de casa e que 1 salário mínimo da aposentadoria não dá para viver com os preços das coisas como estão. Eu fiquei feliz em ver aquele senhorinha de cabelos brancos feliz e trabalhando tão alegre e rápida no caixa do supermercado. Por isso que também penso que a realidade mostra que, em diversos segmentos comerciais são encontrados idosos trabalhando normalmente, produzindo satisfatoriamente e interagindo com tranquilidade com os mais jovens. Dr. Wilson esse artigo me comoveu muito e meus parabéns mil vezes. Deus te pague. Esther M.D. Fagundes de Oliveira.

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