NOVO PACOTE DO GOVERNO AUMENTA IMPOSTOS E NÃO CORTA GASTOS.

 

O atual governo não enxerga que o Brasil precisa de estabilidade e crescimento, e não de pacotes improvisados com mais aumento de impostos. As medidas adotadas pelo governo representam retrocesso no desenvolvimento, diminuem a confiança no ambiente de negócios, comprometem a necessária previsibilidade e traçam um caminho de maiores riscos para a economia.

Por meio de uma Medida Provisória (MP), que será enviada ao Congresso Nacional após o regresso do presidente Lula (PT) da viagem à França, o governo pretende: 1) cobrar 5% de Imposto de Renda sobre títulos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), hoje isentos; 2) elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras, incluindo as fintechs, eliminando a alíquota mínima de 9% e mantendo as demais (de 15% a 20%); e 3) aumentar de 12% para 18% a taxação sobre as casas de apostas (bets).

Sem sombra de dúvida, as novas medidas evidenciam mais uma manobra arriscada do governo federal, que tenta, desordenadamente, aumentar a arrecadação sem um indispensável planejamento transparente. Ou seja, o governo Lula, mais uma vez, age de forma desesperada e açodada, sempre pensando em elevar a carga tributária para compensar seus gastos excessivos e desmedidos.

Mas o governo não imagina o tiro no pé que está dando, porquanto suas ações temerárias vão gerar mais insegurança para o mercado interno e, com certeza, vão afastar os investidores estrangeiros. A forma escancarada de mexer na carga tributária, acrescentando mais impostos, reforça a ideia de que o governo só sabe priorizar a arrecadação, e não está nem um pouco preocupado com o equilíbrio fiscal.

Em vez de fazer a lição de casa e realizar uma profunda revisão de gastos públicos, o governo petista prefere caminhar na contramão, aumentar impostos, onerar os setores produtivos, causar incômodo aos investidores e tornar ainda mais difícil a normalidade no ambiente econômico.

Sabe-se muito bem que essas novas medidas do governo federal representam uma derrota para o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Motta chegou a exigir de Haddad a suspensão imediata do aumento do IOF sobre operações de risco sacado. Mas o que é conversado não é cumprido. O governo fala uma coisa e pratica outra.

Observem que, após o decreto do IOF, o ministro Fernando Haddad da Fazenda se reuniu algumas vezes com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e com o da Câmara para explicar a medida. Segundo a imprensa, no dia 28 de maio, as lideranças do Congresso estabeleceram o prazo de 10 dias para que o ministro apresentasse medidas estruturantes para rever o aumento do imposto. Na semana passada, o ministro adiou o anúncio do novo pacote do governo, que estava previsto para a terça-feira (03/06), ao dizer que precisava apresentar a proposta para os líderes partidários. E o que aconteceu? Essa é a pergunta: e aí, o que aconteceu?

Aconteceu que, no fim, após uma reunião de cinco horas com lideranças petistas e de partidos aliados no Congresso, nesse domingo (08/06), Haddad finalmente anunciou as medidas que o governo vai propor, ainda que sem todos os detalhes. O encontro contou com a presença das lideranças de ambas as Casas e de partidos do Centrão, como o União Brasil, PSD, Republicanos e MDB.

O desenrolar dos fatos mostra claramente que, mais uma vez, a estratégia do atual governo foi a de colocar o “bode na sala”, ou seja, criar uma dificuldade na negociação, de modo que os outros pontos negociados sejam considerados mais aceitáveis. No caso concreto, o governo federal praticou de súbito o aumento do IOF sobre operações de crédito e câmbio, para, posteriormente, apresentar um plano alternativo de elevação da carga tributária com maior chance de aprovação. Trocando em miúdos: o governo usa a tática da enganação por gestos rápidos e inesperados.

Reiteradamente, o governo petista foge dos debates com a sociedade e faz anúncios surpreendentes, de péssima aceitação geral. Usar o IOF (imposto com natureza regulatória) com a intenção de arrecadar revela o quão o governo não é confiável e pouco sabe de economia. E para não ficar sozinho na situação desconfortável diante dos investidores e dos setores produtivos, o governo coloca na mesa de negociação o Congresso Nacional. Ou seja, a Câmara e o Senado vão ter de explicar à sociedade essa divisão de obrigações e responsabilidades ou, diante do desastre ocorrido junto à opinião pública, desfazer o casamento com o governo federal.

A desastrosa parceria entre o Congresso e o governo Lula não durou muito, ao que parece, posto que o novo pacote de aumento de impostos deverá ser analisado em plenário, tamanho o imbróglio, e o que vai acontecer somente o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a estratégia do governo vai trazer prejuízos para a economia, além do fato de que os sucessivos aumentos de tributos, sem nenhum sinal concreto de redução de gastos, apontam para um futuro com queda de produção e de investimentos, que pode gerar desemprego, inflação, insegurança empresarial e comprometimento do consumo.

O ministro da Fazenda age conforme a música tocada pelo PT e aliados, e fica indiferente com os riscos à economia do país. Em vez de promover políticas que estimulem o crescimento econômico, a competitividade e a atração de investimentos, o ministro e o próprio governo Lula optam por elevar tributos e ameaçar benefícios fiscais que antes impulsionavam setores como o crédito imobiliário e o agronegócio. Aliás, a bancada ruralista no Congresso já ensaia reação contra o novo pacote econômico do governo. Daí que, apesar de negociadas com os presidentes da Câmara e do Senado (corresponsáveis), as medidas do novo pacote de impostos do governo são impopulares e sofrerão forte resistência.   

Encerrando: o governo Lula, mais uma vez, age de forma desesperada e açodada, sempre pensando em elevar a carga tributária para compensar seus gastos excessivos e desmedidos.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Roger L. S. Alvarenga9 de junho de 2025 às 15:26

    Sempre a mesma conversa, mas a intenção desse governo é arrecadar mais para cobrir as despesas milionárias ou bilionárias. Um governo que só fica em viagens para o exterior e gasta milhões e milhões sem nenhum retorno sério para o Brasil. O governo é ruim, péssimo, e suas ações são piores ainda, e o povo está aí de cabeça baixa feito gado. Parabéns doutor Wilson pelo artigo nota máxima e bastante informativo mas o nosso povo não gosta muito de ler e prefere ficar na internet no celular jogando conversa e tempo fora. O povo tem o governo que merece. Roger L.S. Alvarenga.

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  2. O governo petista quer aumentar imposto para poder gastar mais. Quanto mais aumenta imposto mais o PT gasta dinheiro do povo. Quanto mais aumenta imposto mais o Congresso gasta com mordomias e mais fica de joelhos diante da petezada do governo. Todos são inimigos do povo porque trabalham contra o povo brasileiro aumentando impostos que aumentam alimentos e aumentam a inflação e nada de diminuir os gastos do governo gastador. O pior governo do Brasil até hoje é esse que está aí do Lula e cia. comprando todo mundo com dinheiro público e com emendas parlamentares e favores e cabides de empregos. Certo DR. Wilson Campos? Abração. Odilon Graziano (consultor econômico e financeiro).

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  3. Sandra M. S. de Jesus9 de junho de 2025 às 16:45

    No meu trabalho (empresa de porte médio) todo mundo está contra esse governo gastador e corrupto. Eles estão trocando um imposto por outros impostos e lascando com tudo. Na prática é isso que prevê o novo pacote fiscal apresentado pelo governo Lula. Para compensar o recuo parcial no aumento do IOF, o ministro Fernando Haddad anunciou a intenção de criar ou elevar outras taxações, além de rever incentivos fiscais. Tudo isso vai levar a um aumento da carga tributária. Já medidas para cortar despesas ficariam para um segundo momento, sempre assim, enfiam mais imposto e nada de cortas despesas do governo e dos seus 39 ministérios e mais as despesas milionárias da breguice e falastrona Janja. Estamos no fundo do poço profundo e só o povo cava pra sair do buraco. Salve nossa gente meu DEUS. Parabéns doutor Wilson Campos por mais esse excelente texto. Vou compartilhar muito. Sandra M.S. de Jesus (jornalista e trabalhadora em empresa de ferro e aço).

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  4. Tadeu L. F. O. Alves F.9 de junho de 2025 às 16:55

    Nós saímos do primeiro presidente da história a terminar o mandato cobrando menos impostos que pegou (e isso pegando o país quebrado, passando por uma pandemia e, ainda assim, entregando as contas com um superávit de R$ 60 bi) para essa lasqueira de desgoverno petista . Saímos do Bolsonaro (o melhor presidente do Brasil) e caimos nessa esparrela do Lula (o pior de toda a história do Brasil). Parabéns ao Congresso por ser parceiro dessa desgrameira toda e vai pagar por isso na próxima eleição - Câmara e Senado envolvidos e vão para a ficha suja do eleitor. Meu caríssimo doutor Wilson Campos seus artigos do blog são muito bons e vale a pena ler e compartilhar com amigos que gostam da boa leitura. Att: Tadeu L.F.O. Alves F. (Tadeu Alves - historiador).

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  5. Este governo só sabe fazer trapalhada e deveria chamar-se de governo do PT (governo do partido dos trapalhões). Só fazem envergonhar os brasileiros e oo mundo. É vexame em cima de vexame. É erro em cima de erro e esse do novo pacote de impostos é outra trapalhada sem tamanho. Doutor Wilson Campos seu artigo deixa tudo muito claro e o Congresso não pode deixar isso passar. O governo tem de cortar gastos já, tem de cortar na carne, tem de cortar despesas da janja esbanja, tem de cortar despesas dos 39 ministérios improdutivos. At.: Dora Guerreira .

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