GOVERNANÇA CAÓTICA EM MINAS
As notícias do desastre da gestão estadual percorrem o país. As cifras deixadas no vermelho são bilionárias. A governança é caótica em Minas Gerais. Mas, deixando
de lado a exatidão dos dados técnicos, das estatísticas e dos números, que não
são nada positivos em tempos de forte crise, a grande motivação desse artigo é
colocar às claras o que vem acontecendo no estado, que decepciona e entristece
os mineiros. E os fatos são estarrecedores para um estado rico e de povo nobre e trabalhador.
A narrativa seria longa e cheia de surpresas negativas. Mas, não
há aqui a menor pretensão de um relatório prolixo, esgotando o assunto, nem
transcrever informações rebuscadas ou maquiadas, e muito menos reeditar notícias
colacionadas da imprensa nacional. O mote dessa premissa é o destemor do
cidadão, o dia a dia do mineiro, que não suporta mais ver Minas na situação
lamentável em que se encontra. E a situação é deplorável, graças à péssima gestão do governo estadual atual.
O caos das perdas de Minas começam em Belo Horizonte. A
capital mineira nos últimos anos vem sendo comandada por prefeitos pouco ou
nada afeitos à eficiência da administração pública. Entra e sai prefeito sem
que a organização, o desenvolvimento e o crescimento sejam proclamados. Ao
contrário, a pobreza e a insignificância dos atos administrativos colocam tudo
a perder, posicionando Belo Horizonte em um patamar muito abaixo daquele que a
sociedade pretenda ou mereça. A atual e as últimas gestões da prefeitura têm
avaliação negativa da população. A Câmara Municipal, da mesma forma, tem reprovação
quase unânime, posto que nada realize que signifique progresso e qualidade de
vida para os cidadãos. O Executivo e o Legislativo estão desconectados do real sentimento
dos belo-horizontinos. Lamentavelmente!
A continuidade das perdas de Minas continuam para muito além da capital. Os
demais municípios de Minas Gerais encontram-se em situação de penúria, uma vez
que o governo estadual não lhes repassa os recursos, chegando ao ponto de a
Associação Mineira de Municípios pedir intervenção federal no estado. A dívida
do governo do estado com as prefeituras é de R$ 10 bilhões, segundo a entidade que
representa os municípios. São recursos que o governo arrecada com o IPVA e o ICMS
e que deveriam ser repassados para investimento em programas de educação e
saúde nas cidades. Sem esse dinheiro, muitas prefeituras alegam severa dificuldade
financeira. Ou seja, a quebradeira é geral, porquanto o governo do estado não
demonstre sensibilidade nem competência administrativa, e pouco se importa com o sofrimento da população dessas cidades.
O que mais o governador do estado sabe fazer é sair pela tangente, como se não fosse ele o responsável direto pelas enormes perdas de Minas. As
desculpas estaduais de sempre são de que o problema é em razão de um
desequilíbrio federativo, e que Minas tem créditos elevadíssimos a receber da
União, como os da Lei Kandir, algo em torno de R$140 bilhões, dos quais 25%, ou
cerca de R$35 bilhões são a cota parte dos municípios. No entanto, esse
ressarcimento ou até mesmo um encontro de contas nunca é feito, nem sequer
descontando a dívida de R$88 bilhões do estado com a União, e o embate entre
governos estadual e federal se estende para além do suportável. Falta vontade
política. Falta diálogo republicano. Falta defesa enérgica dos interesses de
Minas Gerais. Falta gestão estadual séria.
A frágil administração estadual é sabida por todos. A governança no estado mineiro é caótica. O
desastre administrativo do estado atinge 853 municípios mineiros, que correspondem
a 15,5% do total das cidades do país. Não é pouco e é relevante. O estado
mineiro é o segundo mais populoso, com 20 milhões de habitantes. Minas Gerais é
uma potência econômica no cenário brasileiro e merece respeito, sob todos os
aspectos, seja pela pujança das suas agricultura, pecuária, comércio, indústria,
serviços, geração de energia e mineração ou pela história grandiosa do seu povo
e dos seus bravos inconfidentes.
O erro de rumo da gestão estadual levou a prejuízos imensos em todos os sentidos. As
perdas de Minas somam valores econômicos, estruturais, sociais, culturais e,
acima de tudo, morais. Os mineiros estão envergonhados da pouca envergadura
política dos seus representantes. A governança mineira foi reprovada nas
últimas eleições. A esperança foi depositada em outras cabeças pensantes. O
apreço pela mudança foi reinventado nas urnas. O objetivo é um futuro melhor e
menos errático. A certeza está apenas e tão somente na coragem do mineiro, para que se erga na defesa de Minas.
O vexame administrativo estadual percorre setores, segmentos e não escolhe padrão. As
perdas de Minas passam pelo vergonhoso parcelamento de salários dos servidores
públicos civis e militares; pela falência dos municípios; pela falta de
investimentos em infraestrutura; pelo excesso de gastos com mordomias
palacianas; pela incompetência administrativa do estafe estadual; pelo
desprestígio político do governo; pela ausência de diálogo republicano; pela
precária malha rodoviária; pela negligência desumana com os setores da saúde, educação,
segurança e transporte; pelo fechamento de fábricas; pela falta absoluta de confiança
do investidor; e pela mínima ou quase nenhuma credibilidade do governo atual. Aliás, o que esse governo estadual nunca teve é credibilidade, tamanhas as suas lambanças na gestão. E nós temos a pior governança de todos os tempos - governança caótica em Minas.
Mas
as coisas vão mudar, para melhor, brevemente. As trocas já aconteceram nas urnas. Basta aguardar resultados futuros, mas aguardar trabalhando, porque se não melhorar, muda-se de novo e quantas vezes forem necessárias. Ora, se o governo não trabalha e não funciona em prol da população, a mudança é o caminho.
Enquanto
isso, aos mineiros restam as suas tradicionais coragem, autenticidade,
desconfiança, fidalguia e amor pela liberdade. E é assim que encerro,
aplaudindo as palavras de Carlos Drummond de Andrade: “Ser Mineiro é ser religioso e conservador, é cultivar as letras e
artes, é ser poeta e literato, é gostar de política e amar a liberdade, é viver
nas montanhas, é ter vida interior, é ser gente”; e reverenciando Guimarães
Rosa quando ele profetiza: “O correr da
vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega
e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.
Sim, mineiros! Coragem para ver e apontar os erros. Coragem para mudar. E coragem para construir um lugar melhor para os mineiros, com liberdade, democracia, verdade e confiança nesse coração enorme de Minas.
Sim, mineiros! Coragem para ver e apontar os erros. Coragem para mudar. E coragem para construir um lugar melhor para os mineiros, com liberdade, democracia, verdade e confiança nesse coração enorme de Minas.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista,
Cível e Ambiental).
De certa forma o estado de Minas Gerais sós está de pé porque o povo mineiro é valente. E as eleições colocaram pra fora Pimentel e Dilma, que espero não voltem nunca mais, e que paguem seus crimes na cadeia. Conforme bem falado pelo dr. Wilson Campos, as perdas de Minas são muitas, mas temos cotagem para limpar essa bagunça e colocar ordem no território mineiro. Abrs. Newton Jr. empresário e investidor.
ResponderExcluirO derrotado nas urnas Pilantrel acabou com MG e ainda pensava em um segunda mandato. Que cara de pau desse sujeito. Tomou uma goleada de votos e perdeu até o rumo. E tem mais que virá da Justiça com a tal de operação acrônimo, que ele deve pagar e tomar cano e fazer companhia ao Lula molusco, Roubaram muito e cadeia é pouco. |Maria das Grass L.P. (professora e acadêmica com muita honra).
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