OS RISCOS DE INSURRETA TRAVESSIA EM 2020
O
Brasil é um país notadamente presidencialista. Desde a Constituição de 1891
adota-se esse sistema de governo, confirmado pela Constituição de 1988 e ratificado
pelo plebiscito realizado em 1993. A população, por maioria, decidiu manter a
República e o presidencialismo como forma e regime de governo. Daí a segurança
jurídica, diante da expressiva vontade popular.
O
atual presidente da República foi eleito democraticamente por 57,7 milhões de
brasileiros, com 55,13% dos votos válidos. A Constituição Cidadã cumpriu o seu
papel, o novo chefe de Estado e de governo foi empossado, e se iniciou um
período de grandes esforços em prol do fortalecimento das instituições. Não se
cogitava, às claras, até então, confrontos de vantagens e desvantagens do
presidencialismo em comparação ao parlamentarismo.
Na
vigência da democracia não se admite desrespeito à Constituição da República
nem barganhas furtivas à sorrelfa ou pelas costas dos cidadãos. A República
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como
fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político, sendo certo
que o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Carta Magna (art. 1º).
Assim
sendo, não há que se colocar em perigo a democracia. Os riscos de insurreta
travessia em 2020 não contam com a anuência da sociedade ordeira, que não
pactua com a sordidez do toma lá dá cá praticado pela politicagem. Ao contrário,
preza o trabalho, a serenidade, a honestidade, o equilíbrio e o desenvolvimento
social com igualdade.
O
ativismo judicial recente não tem a simpatia da população, ainda mais se em
colisão com os interesses da relevante e esmagadora maioria. A atuação dos
Poderes Legislativo e Judiciário não pode ferir as prerrogativas do Executivo.
A harmonia entre os Poderes é necessária.
A
rigor, na atual crise política, nenhum Poder é bastião da moralidade no país e não
terá protagonismo na condução dessa dura travessia, senão pelas mãos dos
verdadeiros brasileiros. O protagonismo é do povo, que não concederá soberania
de um Poder sobre os demais, sob pena de colocar em risco o sistema de “freios
e contrapesos” pregado por Montesquieu.
No
entanto, ainda assim, a população não deve se submeter às ameaças de um parlamentarismo súbito
e intempestivo e não deve concordar com a doação de R$30 bilhões para o
Congresso no Orçamento impositivo à custa do suor do cidadão comum. As ações
dos Três Poderes devem ser exercidas com cautela, medidas pela régua da
Constituição e operadas por um Estado justo, ético e eficiente.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 05 de março de 2020, pág. 28).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 05 de março de 2020, pág. 28).
NADA A ACRESCENTAR. PARABÉNS. FALOU TUDO QUE EU PENSO DIZER. TUDO. PARABÉNS DOUTOR WILSON CAMPOS. Matheus V. Coimbra.
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