PREFEITURA ADIA FLEXIBILIZAÇÃO DO COMÉRCIO.
O
que já era esperado aconteceu em Belo Horizonte nesta sexta-feira (12), dia dos
namorados. O prefeito Alexandre Kalil, do alto do seu “poder”, quase sempre
tirânico, decidiu adiar a nova etapa de flexibilização e mantém o comércio da
capital parcialmente fechado. Ou seja, continua sufocando parte considerável das
empresas e colocando em risco iminente os empregos e a economia.
Regra geral, no país inteiro, enquanto
o governo federal estiver injetando dinheiro nos municípios e nos estados, provavelmente a
pandemia do coronavírus será esticada ao máximo, uma vez que a responsabilidade
fiscal fica subjugada pela desculpa do combate à doença invisível, que, por sua
vez, apesar dos recursos públicos gastos até o momento, não foi eliminada nem
erradicada por vacina ou medicamentos incontestáveis. O único remédio até agora
apresentado pelos políticos do Executivo e do Legislativo é a discórdia.
Em
BH os bares, restaurantes, clubes e lojas de roupas que estão
fechados há 85 dias, por causa da pandemia, continuam sem previsão de
reabertura. As escolas, cursos e faculdades, também. A prefeitura adiou a terceira fase da flexibilização do comércio
e informou que todos esses setores continuam impedidos de funcionar na
cidade. Com isso, sem muito diálogo, vê-se que a ditadura corre solta por parte do Executivo municipal, enquanto o
Legislativo assiste tudo de longe, de forma submissa, leniente e subserviente.
Ao
fazer o anúncio do adiamento de nova flexibilização, o prefeito disse que o
aumento no número de casos da Covid-19 impediu que a cidade fosse totalmente
liberada para a normalidade. A desculpa do alcaide foi de que teria havido uma
vitória em não voltar atrás e que iria manter a cidade como está. De fato, como
já dizem muitos, o poder subiu à cabeça do político, que antes dizia que não
era político, mas hoje atua como tal, exagerando na sua performance, muito em função
da ausência de serviço dos 41 vereadores, que estão permitindo o prefeito
legislar e governar ao mesmo tempo.
A
história da quarentena começou com o distanciamento social em BH no dia 18 de
março e, dois dias depois, a prefeitura determinou o fechamento de todos os
serviços considerados não essenciais.
As
lojas permaneceram fechadas por 66 dias, quando no dia 25 de maio a capital deu
início à primeira fase da flexibilização gradual do comércio. Salões de
beleza, lojas de cosméticos, brinquedos, veículos automotores e até shoppings
populares puderam reabrir as portas. Veja-se que os shoppings populares voltaram
às atividades, mas outros como a Galeria do Ouvidor e shopping centers
permaneceram proibidos de trabalhar. Isso é democrático? É isonômico? É aceitável
no Estado de direito?
Duas
semanas depois da primeira flexibilização foi a vez de lojas de calçados, armas, acessórios e artesanatos
receberem o aval do executivo para retomar o funcionamento. Com a segunda fase
da flexibilização, parte dos empregos da cidade ficaram ativos e algumas
milhares de pessoas puderam circular pelo município. Mas as lojas sentiram a
falta do consumidor, por óbvio, sem dinheiro, sem emprego e abismado com toda a
incompetência do poder público.
Agora, em plena data propícia ao comércio, no dia dos namorados, a
prefeitura informou que, mesmo com parte do comércio liberado, o isolamento
social permanece no município e os moradores só devem sair para o essencial.
Veja-se, mais uma vez, a prepotência da prefeitura, que trata os cidadãos como
peças removíveis, “de cá pra lá e de lá pra cá”, como se humanos não fossem. Daí a antipatia das pessoas com essa atitude da prefeitura, que já passou dos limites, e os vereadores, por sua vez, fazendo de conta que não estão
vendo nada e que não têm obrigações legais a cumprir em prol do bem da população.
Uma vergonha tudo isso!
Como visto até aqui, apesar de o prefeito querer comandar as vidas das pessoas, elas não têm
acatado suas ordens absurdas, pois o que se viu na cidade nos últimos dias,
especialmente na região central, foram ruas cheias, ônibus com aglomeração e
pessoas desrespeitando o distanciamento social. Por que? Simplesmente porque as pessoas não suportam
mais o arreio e o chicote nem vão ficar em casa morrendo de fome enquanto o senhor
prefeito, com salários e penduricalhos em dia, resolve que assim deve ser. E os vereadores, também com seus vencimentos e mordomias pagos pontualmente, fazem ouvidos moucos e ignoram os clamores dos comerciantes, dos empreendedores, dos trabalhadores e da sociedade como um todo.
Cumpre
destacar ainda que o chefe do executivo afirmou que entende o drama dos
comerciantes impedidos de funcionar, mas que a vida vem em primeiro lugar.
Tudo bem, senhor prefeito, a vida em primeiro lugar, mas quem vai sobreviver
dentro de casa, desempregado, estressado, humilhado, desafortunado,
desesperançado e vendo a família se privar de itens de primeira necessidade?
Quem, senhor prefeito?
Segundo
a prefeitura, atualmente, a capital tem 3.028 casos confirmados do novo
coronavírus, com 66 mortes, e a ocupação dos leitos de UTI já chega em 72%. Por
outro lado, cansada dessa situação, a população belo-horizontina não confia nesses dados. Tem-se
noticiado muitos números e percentuais de forma aleatória, sem testes válidos
do vírus, que depois são negados ou mudados. Confiar em quem? Nos noticiários
da imprensa, nas notas públicas ou no instinto de sobrevivência da própria pessoa?
A incerteza prospera de norte a sul e de leste a oeste do país. E
assim os dias vão se passando, com um contingente cada vez maior de pessoas
revoltadas com tudo que está acontecendo ao redor e com a politicagem sórdida que
impera no país. As notícias divulgadas pela imprensa tradicional dão conta dos
desvios dos recursos que eram para proteger os cidadãos do coronavírus e que
estão sendo desviados por municípios e estados. A Polícia Federal está investigando
e os casos mais acintosos já estão gerando buscas e apreensões.
Em
um momento de grande sofrimento para o povo brasileiro, em face da pandemia
incontrolada, surgem agentes políticos e públicos corruptos para desgraçar
ainda mais a vida do cidadão comum. O Brasil não merece isso. O povo brasileiro
não pode mais suportar tamanhas canalhices. A cadeia é o lugar dessas
organizações criminosas, que atuam sob o manto de governanças municipais e
estaduais. Cadeia! Prisão para todos os envolvidos, direta e indiretamente!
Enfim,
voltando à questão local, o que se percebe nos semblantes e nas falas dos
belo-horizontinos é que o isolamento social não é mais suportável e o retorno à
vida normal é questão de sobrevivência e de urgência, tomando-se as devidas precauções
sanitárias recomendadas, mas sem patrulhamento do alcaide ou de quaisquer que sejam do seu
governo municipal. E um recado para a Câmara Municipal e para os respectivos vereadores: as eleições estão
chegando e o eleitor vai se lembrar da sua omissão e da sua inteira submissão
aos mandos e desmandos da prefeitura.
Wilson
Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas tributária, trabalhista,
cível e ambiental/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos
Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da
OAB-MG).
Eu tive que demitir 6 colaboradores nesses 70 dias. Nunca tivemos tantos prejuízos na vida e nossas filiais estão pra fechar 2 lojas na cidade.
ResponderExcluirCulpa desse prefeito incompetente que não sabe falar e não sabe escrever e só repete o que seus secretários de merda pedem.
Cambada de cavadores de covas filhos da mãe que estão vendo a falência das empresas e dos pais de família e ainda inventam mais paralização na cidade.
Dr. Wilson obrigado pela sua defesa da sociedade como sempre faz. A OAB tem muito que te agradecer.
Abraço de todos nós.
BP.
Eu perdi meu emprego no restaurante de grande clientela e não encontro nenhum emprego mais. Todo mundo fala que não tem vaga e que as coisas estão muito de vagar. Eu sou mãe de família, tenho faculdade para pagar que estudo a noite e meu marido está sozinho dando conta das coisas por aqui mas não sei até quando porque até o emprego dele está ameaçado. E esse Kalil puxasaco de shoping oi libera uns e não libera aos outros como se fosse um ditador de país de quinta. Sujeitinho ordinário que nunca terá meu voto nem o da minha familia nunca mais. Seja o que Deus quiser Dr.
ResponderExcluirWilson e obrigada por estar sempre escrevendo a favor da gente do nosso povo e ds nossa cidade.
Precisam achar a vacina muito rápido. Onde está a competência científica dos Estados Unidos e da Europa? Cadê a OMS que fala uma coisa hoje e outra amanhã?
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