O VOTO DO ELEITOR PRECISA AFERIR OS PROJETOS, AS PROPOSTAS E OS PROGRAMAS DOS CANDIDATOS.

 

As eleições de 2022 não podem percorrer o mesmo caminho de antes. Votar em candidatos que só aparecem de quatro em quatro anos é um erro brutal. A urna não é uma lata de lixo. Chega de votar em políticos ou calouros da política que não apresentam, preliminarmente, projetos, propostas e programas do mandato, sejam em prol do município, do estado ou do país. Basta de tolerância com uma política meramente de representação, figurativa, que não pensa, não elabora nem executa obras sociais e estruturais em inteiro benefício da população.

A hora é agora, e vamos parar com esse mi-mi-mi partidário e com essa polarização absurda no seio da sociedade, que não levam a absolutamente nada, porquanto os pobres estão cada vez mais pobres, a classe média está cada vez mais comprimida, os ricos estão cada vez mais ricos, os ultrarricos estão cada vez mais bilionários, e a desigualdade social se avoluma. Lembram-se da música: “o de cima sobe, e o de baixo desce”?

Já passou muito da hora de o governo mexer na alíquota dos impostos. O Brasil vem se tornando um paraíso para os ricos, com uma tabela minimamente progressiva de tributação em relação à renda. O sistema tributário brasileiro é injusto e contribui para a perpetuação e o aprofundamento das desigualdades sociais. Quem ganha menos paga mais. A injustiça tributária brasileira é conhecida, e nenhum governo, seja de esquerda, centro ou direita, muda esse quadro escorchante e cruel.

A reforma tributária está na fila das reformas urgentes necessárias, mas tramita a passos lentos e de acordo com os políticos ricos e donos de fortunas, que não se esforçam, “niente”, para a votação dessas mudanças. Os motivos são óbvios e só não vê quem não quer.

De sorte que as áreas carentes de investimentos econômicos e sociais, a tributação das fortunas, a proteção do meio ambiente e as reformas são assuntos para projetos, propostas e programas de mandatos executivos e legislativos, sem esquecer as indispensáveis áreas dos direitos sociais: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, e assistência aos desamparados, que estão previstos no artigo 6º da Constituição da República.

Assim, não eleja candidato que não enxergue as mazelas do Brasil, que não transmita confiança e que não tenha em mãos as minutas de projetos, propostas e programas sociais e estruturais, ou seja, não vote em pessoas que não tenham foco na resolução dos reais problemas existentes atualmente no país. Ora, foi-se o tempo da crença popular em aventureiros, demagogos, oportunistas e desonestos. Não dá mais para atirar o voto ao vento, irresponsavelmente, uma vez que o exercício da cidadania exige candidatos probos, éticos, comprometidos com a nação e que enfrentem o “cara a cara” do dia a dia dos brasileiros.

Por ocasião das campanhas eleitorais não se deixe levar pelas promessas verbais, desarrazoadas e desproporcionais, que denotem irrealidade das agruras do país e desconhecimento do candidato. O político precisa demonstrar sinceridade e vontade de realizar, ainda que marinheiro de primeira viagem, mas firme no propósito de dar o melhor de si para os interesses multifacetados da sociedade cidadã. A conduta do candidato, seja ele de que partido for, deve primar pela naturalidade, cognitividade, coerência e espontaneidade, de forma que seja transparente e efetivo o seu domínio dos temas nacionais, da enormidade dos problemas a serem enfrentados e das soluções que ele possa oferecer aos eleitores.

A missão e o papel do político devem ser de porta-voz da sociedade, de combativo defensor das causas comunitárias, de alguém disposto a lutar permanentemente pelas demandas sociais, sejam individuais ou coletivas, e que saiba colocar o interesse público acima dos seus próprios interesses. Todavia, a fiscalização das atividades do político cabe ao eleitor, assim como a cobrança dos compromissos assumidos em campanha. A rigor, o voto do eleitor precisa aferir os projetos, as propostas e os programas dos candidatos.

Cumpre observar, diante do aprofundamento e expansão da democracia, que as responsabilidades do Estado se diversificaram, podendo-se afirmar que a função do Estado é promover o bem-estar da sociedade, independentemente de que lado esteja o cidadão. As políticas públicas não podem privilegiar esse ou aquele, mas todos, sem distinção.  

E vale ponderar que as políticas públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos municipal, estadual ou federal traçam para alcançar a satisfação e a tranquilidade da população e, ao mesmo tempo, atenderem o interesse público. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não pelo povo, em que pese a necessidade da presença dos representantes eleitos (vereadores, deputados e senadores) para formularem pedidos e demandas no interesse da coletividade, sendo que tais reivindicações são encaminhadas aos membros do Poder Executivo, que também foram eleitos (prefeitos, governadores e o próprio Presidente da República), para que atendam as demandas originadas da população.

Por fim, não se esqueça o eleitor de conferir, comparar, avaliar e conhecer melhor o candidato antes de lhe confiar o seu voto. Lembre-se: a escolha do agente político deve vir acompanhada da certificação e aferição dos projetos, propostas e programas que ele honrou defender e executar para o bem do povo e do país.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Caraca doutor Wilson como o senhor consegue escrever fácil assim?? Estou impressionada com tantos artigos bons. Fantasticcccc!! Bravíssimo!! Sezinha Flávia.

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  2. Meu dileto Dr. Wilson Campos mais uma vez tenho que reconhecer sua magistral escrita. Faz parecer fácil e dá vontade de ler e reler. Muito bom seus artigo. No caso presente todo candidato deveria primeiro apresentar seus projetos de governo para depois se candidatar mediante aprovação do mesmo. O eleitor deve sim agir e verificar se o candidato vai trabalhar ou se vai ficar ganhando salário na sombra e corroendo o bolso do povo. Aqui em MG os deputados e senadores estão devendo satisfação aos mineiros e devendo muito porque sumiram e não fazem nada por nós mineiros e nem nas chuvas e enchentes e tragédias eles dão as caras e devem estar viajando no exterior com o dinheiro do contribuinte brasileiro. No total seu artigo informa o que eu humilde gostaria de informar ao Brasil e ao mundo. Parabéns Dr. Abr, do Adolpho J.

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  3. Há o que refletir sobre os períodos da propaganda eleitoral, das eleições e dos mandatos dos eleitos....
    Da maneira como tem acontecido o que mais se vê é:
    - A propaganda eleitoral tem sido, com algumas honrosas exceções, um teatro de ficção política onde os atores(atrizes) candidatos(as) montam os seus scripts só com promessas bem adoçadas para mostrar e convencer o eleitor sobre o que é o mais importante e para ele crer que "aquele(a) candidato(a) é a melhor solução." E este teatro é repetido sistemática e estrategicamente, pois o incauto e crédulo eleitor precisa acreditar nele(a).....
    - Nas eleições o dever do voto consciente e cidadão (desejável) é apenas de uma pequena parcela da massa votante, pois grande parte se preocupa apenas em cumprir a obrigação do voto (sem saber ou conhecer de fato a história do alvo do seu sufrágio), uma parte é de votos de acordos ou conchavos com as respectivas militâncias ou candidatos e grande parte NEM VAI AS URNAS, resultando em GRANDE PERCENTUAL DE ABSTENÇÕES ! (Há ainda os que anulam os seus votos, que se tornam não válidos). Isto muda inexoravelmente o resultado de cada eleição !
    E os candidatos(as) mais "convincentes", que melhor e mais ricamente montaram o seu teatro (quase sempre os mesmos) se perpetuam na política....
    - Obtidos os mandatos são poucos os eleitos que realmente honram as suas promessas e o seu dever cívico dos mandatos, pois sabem que a grande parte do eleitorado tem memória curta e/ou fica "de pijama em casa" até a próxima eleição, para o "novo teatro de ficção política"!
    - Há que se refletir sobre medidas que possam mudar esta triste verdade, como por exemplo:
    1- Criar um "Placar da Eficiência Política", público e divulgado, onde serão registradas todas as promessas feitas por cada candidato(a) e anotados todos os seus trabalhos realizados durante o seu mandato, para que o eleitor verifique quem foi realmente aquele político(a), ANTES DA PRÓXIMA ELEIÇÃO !
    2- Introduzir nos currículos escolares a cadeira de "Organização Social e Política", para que a massa eleitoral entenda como está estruturada a nossa sociedade e como é fundamental o dever do voto consciente e cidadão para que ela se desenvolva como o esperado, em benefício de todos.
    3- Criar um dispositivo jurídico-eleitoral que avalie através de pontuações as atuações e resultados alcançados em cada mandato assumido, ano a ano, de tal forma que poderá incorrer até em perda do mandato aquele(a) que não realizar um mínimo de 50 % (p/ex) das suas promessas de campanha. (Pensar bem antes de prometer....)
    Assim, o "Placar da Eficiência Política" poderá mostrar quem é o candidato na época das próximas campanhas eleitorais....
    - Definitivamente não é admissível que o sistema até então praticado continue penalizando a sociedade com a política como é conduzida, que mantém e aumenta o descrédito dos eleitores cansados de tanto teatro político antes e depois de cada eleição.

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  4. O texto é perfeito e é nessa linha que devemos seguir. Porém, para escolhermos bons nomes, precisamos tê-los.

    Quem são?! Onde vivem?! O que fazem?! Como identificá-los?!

    Eis a questão....

    Eu tenho um nome muito bom para concorrer ao Senado, porém, primeiramente, a pessoa tem que aceitar o desafio. "Segundamente😁" precisará de um partido político com baixa rejeição. "Terceiramente" será necessário tempo de tv, debates entre candidatos ao senado, no mesmo molde de governadores e presidentes. E "quartamente" um grande apoio popular para emplacar essa candidatura outsider.

    Não vejo a hora de chegarmos em outubro 2022 e termos definido que Brasil teremos doravante.

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  5. Eu sempre que comento fico preocupada com o resultado porque essa briga de esquerda com direita dá preocupação e os partidos são mesquinhos e só pensam na verba de campanha bilionária que é uma vergonha pro Brasil. Vou seguir o conselho Dr Wilson e conferir, avaliar, estudar e ver quem é e quem foi o candidato. Beleza Dr Wilson? Grande admiração e respeito. Marlene Vieira.

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