A POLARIZAÇÃO É RUIM PARA O POVO E PARA A DEMOCRACIA.

 

“E ninguém estará a salvo das falácias dos militantes partidários, que defenderão seus candidatos com unhas e dentes, independentemente da qualidade que tenham ou deixem de ter, se fichas sujas ou limpas, se probos ou corruptos. A polarização é ruim para o povo e para a democracia”.

 

Ledo engano pensar que os debates acirrados e destemperados são providenciais para o povo e para a democracia. Ao contrário, a polarização causa forte tensão na população e compromete a democracia.

Resta sabido e consabido que a polarização interessa àqueles que se favorecem dela. Políticos, partidos e grupos mais extremistas se alimentam do descontentamento e da intolerância para conquistar apoio e simpatia às suas causas e interesses.

Infelizmente, neste ano de 2022, ano eleitoral, o que mais se verá por aí é polarização. O ano promete muitas emoções. As baixarias, as mentiras e as intrigas farão ferver o caldeirão da política. Os interesses macros dos caciques dos Três Poderes serão colocados à frente dos interesses do povo brasileiro e da democracia, ou seja, a temperança e o bom senso ficarão em segundo plano.

Com certeza, lamentavelmente, na contramão das aspirações sociais, a política abrirá caminho com seus canhões, e o barulho abafará a voz da cidadania. A polarização se fará presente aqui, lá e acolá. E ninguém estará a salvo das falácias dos militantes partidários, que defenderão seus candidatos com unhas e dentes, independentemente da qualidade que tenham ou deixem de ter, se fichas sujas ou limpas, se probos ou corruptos.

Os debates, as campanhas e os discursos poderão descambar para o ridículo, para a baixeza e para a intolerância. E nesta exata hora, da vergonha alheia, é o momento certo para o eleitor desligar o rádio, mudar o canal da tevê ou sair imediatamente do local dos impropérios, vitupérios e fanfarronices. Ora, o eleitor não merece ouvir acusações de parte a parte e ninguém apresentar soluções, propostas e medidas de enfrentamento dos problemas sérios e severos do país.

A mesma polarização que toma o corpo vaidoso da política ocupa de forma virulenta e odiosa as redes sociais. Os fatores negativos que impregnam os candidatos, jogando para baixo a qualidade da cada um, são os mesmos que sacodem as redes sociais e colocam as pessoas umas contra as outras, favorecendo apenas as ideias já existentes. Ou seja, o ponto de vista do outro, do discordante, não conta e se torna cada vez mais estranho, absurdo e inaceitável. E isso não é bom, claro, haja vista o prejuízo que causa na harmonia do povo e no fortalecimento da democracia.

Ter opinião diferente não é nenhum pecado, posto que seja saudável para a busca do entendimento. No entanto, bater o pé e achar que somente um determinado grupo tem ideias acertadas ou atitudes corretas, coloca tudo a perder, e os argumentos dão lugar à divergência e à polarização, que repercutem falhas e não ideias. E o resultado é uma sociedade desvalida, perdida e sem estrutura racional.  

Se as pessoas pensassem, efetivamente, que o cabo de guerra é apenas uma atividade esportiva entre equipes, e que na política e na administração do país a força precisa ser de todos em prol de uma nação, por certo que o resultado seria a vitória de muitos. O objetivo não é fazer um cabo de guerra, não é puxar os lados opostos da corda esticada em direções contrárias, mas puxar a corda no mesmo sentido. Todos ganham.

A polarização não leva a lugar nenhum, não acrescenta valores nem agrega simpatizantes. O confronto não é a melhor arma contra o discordante. Uma maneira eficiente de convencer quem tem opinião contrária não é bater de frente, mas procurar atalhos para mostrar que o caminho é mais suave de outro jeito, e que esse jeito tem características que atendem os dois lados, sejam eles conservadores ou progressistas, de direita ou de esquerda. No campo das ideias, a solução pode vir e chegar sem excluir ninguém.

Vale lembrar que a polarização, as brigas, as ofensas, as agressões, na maioria das vezes ocorrem entre pessoas que prezam o debate, que lutam por um país melhor e que buscam qualidade de vida, saúde, segurança, educação e toda sorte de direitos e garantias para a sociedade. Isso, ressalvadas as exceções, que, tristemente, polarizam e brigam sem motivo e sem nem saber a razão.

O Brasil não precisa de mágicos, mas muito menos de fantoches ou marionetes. O Brasil não precisa de super-heróis. O Brasil precisa, sim, de protagonistas do crescimento e do desenvolvimento, que saibam respeitar e cumprir a Constituição da República, que tenham propostas para os mais diversos setores, que se manifestem com clareza, e que sejam honestos e cumpridores de suas obrigações legais.

Não há mais tempo nem lugar para radicais, picaretas, corruptos, ou para aqueles que teimam em usar da polarização para prejudicar o país, o povo, a democracia. Não há mais tempo nem lugar para destemperanças e experiências amadoras.  

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Excelente dr. Wilson Campos. Isso bate com tudo que penso e acho que deveria ser assim no Brasil de amanhã,porque está faltando união, classe, vergonha, Deus e amor no coração de uma parcela do nosso povo. Mas a maioria é gente de bem e isso conta muito e o senhor faz a diferença com suas aulas de civismo e cidadania. Nossa juventude precisa ler mais e deixar as redes sociais de lado. Leitura e educação é tudo na formação de um povo. Parabéns doutor. Sou Euclides Nobre.

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  2. O povo é a voz de Deus. Na hora certa o povo vai escolher bem, espero e tenho fé. Não podemos voltar pro buraco de antes da era petista. Jamais,. Nunca mais. Parabéns pelo belo artigo e como sempre super bem elaborado, bem escrito e com objetividade e razão doutor Wilson. Valeu pela contribuição. Posso compartilhar nos meus grupos de amigos e que estão do nosso lado do progresso e da família?
    Att: Megue Luz.

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  3. Luiz e Luíza Fagundes6 de janeiro de 2022 às 10:33

    Prezado Dr. Wilson Campos bom dia - a parte qua mais gostamos do seu texto fantástico foi esta: ...Ter opinião diferente não é nenhum pecado, posto que seja saudável para a busca do entendimento. No entanto, bater o pé e achar que somente um determinado grupo tem ideias acertadas ou atitudes corretas, coloca tudo a perder, e os argumentos dão lugar à divergência e à polarização, que repercutem falhas e não ideias. E o resultado é uma sociedade desvalida, perdida e sem estrutura racional. PARABÉNS E AGRADECEMOS E VAMOS COMPARTILHAR ESTE TEXTO CHEIO DE BRASILEIRISMO. Abrs.: Luiz e Luíza Fagundes.

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