CRISE POLÍTICA, CRISE ECONÔMICA E CRISE DE CARÁTER.

 

Não é boato. Não é fake news. Não é mentira. É fato que o Brasil caiu seis posições no Índice de Democracia 2024, divulgado nessa quinta-feira (27) pela revista britânica The Economist. Essa descida reflete o que ocorre hoje no país – crise política, crise econômica e crise de caráter.  

A informação oficial é de que, entre 167 nações avaliadas, o Brasil ficou em 57º lugar, atrás de países como Argentina e Hungria, sendo considerado pela publicação uma “democracia falha”. Naturalmente, o mundo já percebeu que no Brasil atual as medidas adotadas na preservação da democracia e da liberdade deixam muito a desejar. Os Três Poderes não são harmônicos e o Poder Judiciário é extremamente ativista.     

No levantamento de 2023, o Brasil estava em 51º no ranking, mas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) foram apontadas pela revista como um dos fatores para o rebaixamento da nota brasileira, além da crescente polarização política (esquerda x direita) e o suposto golpe de Estado em 2022 (imaginário, sem armas e sem soldados).

A queda do Brasil no levantamento feito pela The Economist, mostrou de forma irônica, que o discurso de defesa da democracia foi adotado pelo STF e pelo governo Lula. Mas esse discurso não passa de balela, porquanto a imprensa e os donos do poder usam a democracia apenas como promoção dos seus feitos, mesmo sabendo que suas ações tornaram a democracia fraca e corrompida por determinadas autoridades dos Três Poderes.

Desde o desmonte da Lava Jato e a perseguição aos opositores políticos, que foram alijados das disputas eleitorais, viu-se cada vez mais a absurda e espetaculosa interferência do Judiciário na política e no dia a dia dos brasileiros. Ora, restam claras as repetidas interferências do STF em decisões que não caberiam ao órgão, muitas vezes em condições arbitrárias. E tudo isso tem estimulado a polarização no Brasil, fazendo repercutir ainda mais as crises política, econômica e de caráter.

De certo que o Brasil enfrenta uma severa crise de caráter, ou melhor, de falta de caráter, cabendo à sociedade combater essa epidemia que está contaminando as partes ainda sadias do corpo combalido do povo brasileiro.

Causa engulhos e revolta ver o desplante dos sem caráter que, de forma acintosa, praticam os mais ignóbeis atos de canalhice, próprios dos energúmenos que não temem a lei, e que se safam graças à impunidade, que, por sua vez, fervilha sob a encolha sorrateira dos cúmplices, que facilitam o cometimento de crimes e dividem o butim.

Nos últimos tempos, o engodo, a desfaçatez, a irresponsabilidade e a improbidade atingem níveis absurdos. Tudo isso é visto no primeiro, no segundo e no terceiro escalão do atual governo. A tapeação é generalizada. A politicagem está tomando conta do país, seja pelas mãos dos sem caráter, dos sem vergonha, dos que falam mentiras e espalham fake news ou daqueles que desmerecem os próprios cargos que exercem no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Ou seja, a coisa vai de mal a pior na República.

O Estado se mostra anêmico e empacado diante de tanta estultice. Os interesses pessoais são colocados acima do pedido de socorro da nação. E dessa forma, sem ação e sem reação cidadã, o povo permanece cabisbaixo, quieto, de cócoras e com o queixo nos joelhos. O país caminha para o fundo do poço, pois é conduzido por demagogos, populistas e aproveitadores.

Pátria amada e idolatrada, cadê você? Seu povo anda pelas sombras e se esconde enquanto os ladrões atacam em plena luz do dia. A Justiça é lenta, a violência é absurda, a impunidade é crescente, os governos são incompetentes, o toma-lá-dá-cá é moeda de troca, os impostos são escorchantes, a prestação de serviço público é deficiente, as autoridades são negligentes. Cadê você, pátria amada, idolatrada?

O cárcere, para onde deveriam ir todos os infames malversadores do Tesouro, serve, na maioria das vezes, para esconder os covardes que querem retirar a fórceps a dignidade dos comuns e manter os desvalidos e os desgraçados a ferros. E assim caminha a desumanidade, com a população alienada e isolada do que seria, de fato, o conceito de cidadania. Causa tristeza assistir a tudo isso e não poder deletar da vida pública os autores das ilicitudes, colocar na cadeia os ladrões de vidas e banir da sociedade os destruidores de sonhos.

Sinto vergonha alheia por possuir uma Constituição Federal que foi promulgada para proteger a sociedade, mas que é desobedecida e usada para prejudicar o cidadão, a todo o momento, pelos próprios entes federativos, que desconhecem o que seja legalidade, e revestem-se de impunidade, fazendo valer sua vontade, num típico regime feudal de governo, também típico de republiquetas dominadas por ditadores.

Sinto vergonha alheia por perceber que as pessoas continuam reféns da sua própria inércia, mantendo-se passivas, enquanto os titulares dos desmandos e do desgoverno loteiam o território, saqueiam os cofres públicos e, por se encontrarem impunes, esperam pela pizza que será servida em pratos de porcelana e com talheres de prata, enquanto o povo se vira com a marmita de arroz, feijão e farinha, sem ovo, que está muito caro, graças ao desgoverno vigente.

O Brasil vive uma economia devastada - juros altos, inflação aumentando, preços dos alimentos nas alturas, combustíveis caros, impostos e taxas exorbitantes, desajuste fiscal, gastos excessivos do governo, 39 ministérios com despesas altíssimas, oscilação do dólar, desvalorização do real, ausência de investimentos, desperdício de dinheiro público e carga tributária muito pesada. 

O prejuízo nas estatais é um reflexo da péssima gestão petista no governo. Só nas estatais federais o prejuízo em 2024 foi de R$ 6,7 bilhões, segundo o Banco Central. Já considerando os dois anos deste mandato de Lula (2023 e 2024), o déficit de todas as empresas federais, estaduais e municipais soma R$ 9,76 bilhões, ou seja, o maior do século para esse intervalo de tempo.

A Petrobras amargou um prejuízo de R$ 17,04 bilhões no último trimestre do ano passado. As ações da empresa enfrentaram uma forte queda. O resultado financeiro apresentado pela Petrobras frustrou – e muito os investidores internacionais. Em Nova York, as ações da estatal brasileira despencaram mais de 7% nos negócios após o fechamento do pregão da bolsa. Ou seja, nem a Petrobras escapa da incompetência administrativa da esquerda.     

O governo atual de Lula (PT) está marcado pela abundância de crises. Há desgastes institucionais fortes, seja pelo comportamento ativista do judiciário ou pela capitulação política do governo ante o Congresso.  No primeiro caso temos o Poder Judiciário excedendo nas suas atribuições e o fato de o STF ter acumulado competências demais ao longo dos últimos anos, o que acirrou a disputa política por espaço na Suprema Corte. No segundo caso temos um Congresso que manipula o governo por meio do Centrão, composto por parlamentares de diversos partidos acostumados a controlar a distribuição do dinheiro das emendas, que em 2025 batem recorde e já chegam a R$ 50 bilhões.

Portanto, diante de todo o exposto, sem sombra de dúvida, o Brasil é hoje um país que vive incontestáveis crise política, crise econômica e crise de caráter.  

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Falta caráter mesmo dr. Wilson e a falta de caráter é uma característica de pessoas que não têm princípios, valores, senso de justiça ou moral. São pessoas que agem de forma desonesta, traiçoeira, canalha e sem consideração pelos outros. Tem também crise econômica e crise política e basta ler os jornais e ver televisão. É só notícia ruim o dia inteiro. Só quem está bem é a turma dos 3 poderes (governo federal, câmara e senado, e juízes do Brasil todo - todo mundo ganhando muito e vivendo na mordomia e luxo. Essa gente está no topo do poder por enquanto, e o povo que se lasque. At.: Amarildo Mascarenhas.

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  2. Andréa Verdiana S.Lins28 de fevereiro de 2025 às 11:20

    Eu vejo como pior de tudo além da corrupção que acontece no governo e nas empresas estatais e públicas é o fato de que o Brasil vive uma economia devastada - juros altos, inflação aumentando, preços dos alimentos nas alturas, combustíveis caros, impostos e taxas exorbitantes, desajuste fiscal, gastos excessivos do governo, 39 ministérios com despesas altíssimas, oscilação do dólar, desvalorização do real, ausência de investimentos, desperdício de dinheiro público e carga tributária muito pesada. Dr. Wilson é nisso que dá quem fez ,o L. É isso que acontece de 4 anos de atrasos e retrocesso. Andréa Verdiana S.L.

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