30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO
Às vésperas das
eleições de 2018, a Constituição da República completou 30 anos. Conhecida
como “Constituição Cidadã”, em razão da defesa das garantias e direitos
fundamentais, a vigente Constituição brasileira custou dois anos de trabalho da
Assembleia Constituinte, que conseguiu, com certo esforço, abraçar as
reivindicações dos mais diversos setores da sociedade, embora tenha recebido críticas
do segmento empresarial.
No plano da ordem
social, a Constituição privilegiou setores até então esquecidos pelas normas
nacionais anteriores, como, por exemplo, o meio ambiente e a sustentabilidade, educação
e cultura, crianças e idosos, indígenas e igrejas. Já no plano da ordem
econômica, a Constituição rezou pela cartilha da iniciativa privada, mas sem
alardear o fascínio pelas atividades do lucro, tratando com certo cuidado as políticas
urbana, agrícola e financeira.
Nos demais planos da tributação, do orçamento,
das instituições democráticas, da organização do Estado e dos direitos e
garantias fundamentais prevaleceu o que já estava escrito na Constituição de
1946, com a adoção de novas medidas requeridas pela redemocratização do país,
mais o que foi ditado por meio da forte pressão política e o que foi referendado
pelos representantes da mobilização social e dos direitos humanos, construindo
um novo desenho constitucional em contraponto à força das chamadas elites tradicionais.
Datada de 5 de
outubro de 1988, a Constituição inaugurou um novo arcabouço
jurídico-institucional no país, com ampliação das liberdades civis, dos
direitos e das garantias individuais. A nova Carta consagrou o direito de voto
aos analfabetos e aos jovens de 16 e 17 anos. Estabeleceu também novos direitos
trabalhistas, como redução da jornada semanal de 48 para 44 horas,
seguro-desemprego e férias remuneradas acrescidas de um terço do salário.
A Constituição assegurou
ainda a instituição de eleições majoritárias em dois turnos, o direito de greve, a instalação
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a criação dos mandados de injunção e de
segurança coletivo e restabelecimento do habeas
corpus. Também foi instituído o “habeas
data”, remédio constitucional destinado a garantir que um cidadão tenha acesso
a dados e informações pessoais que estejam na posse do Estado, ou seja, o
direito de saber o que o governo sabe ou afirma saber a seu respeito.
Não obstante a importância da Carta Magna, três
décadas depois o cenário político é sombrio, a crise econômica é grave, os
desempregados já somam 14 milhões de pessoas, a violência e a impunidade
gravitam no entorno da sociedade indefesa, e os 250 artigos da Constituição não
são capazes de dar segurança efetiva aos cidadãos. Mais do que comemoração, o
momento requer avaliação profunda dos resultados até aqui alcançados, reflexão
sobre os princípios, as garantias e a inclusão social, e atenção redobrada com
o crescimento econômico.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de
Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de domingo, 7 de outubro de 2018, pág. 27).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de domingo, 7 de outubro de 2018, pág. 27).
Com razão o nobre advogado dr. Wilson Campos, a Constituição precisa ser avaliada e melhorada, apesar das centenas de emendas, para que o povo seja protegido pela lei e não apenas tenha a lei como uma letra no livro dos livros. Precisamos melhorar urgente a segurança, a educação, a saúde e o desenvolvimento do pais, com crescimento real e de forma que o país saia dessa mesmice e cresça aos olhos do mundo. Chega de mediocridade e idas e vindas. País forte é país com gente que trabalha, produz e fiscaliza os 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário). Não tem nada que fazer escondido, mas às claras e perto do povo. Sem pegadinhas medíocres. Vamos esquecer esses anos perdidos de governo do PT e sair dessa lama pútrida. Mas vamos punir e colocar na cadeia todos os ladrões do dinheiro público e das estatais, tipo Petrobras. Vamos crescer com os melhores e trabalhar para todos, sem distinção e sem medo. Sem partidarismos vamos transformar esse país em um lugar decente e dígno de morar e viver. Parabéns dr. Wilson pelo artigo, como de costume cidadão e voltado para a defesa do povo como um todo. Assino- Fernando Coura, pai de família, produtor e contribuinte.
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