PREFEITO OU CABO ELEITORAL?
Enquanto
a cidade está mergulhada em problemas de toda natureza, que vão de péssima
mobilidade urbana a montanhas de lixo nas ruas, o prefeito de Belo Horizonte,
Alexandre Kalil (PHS) resolveu se licenciar do cargo por alguns dias.
Repercutem
comentários de pessoas bem próximas do Executivo municipal no sentido de que o
prefeito se afastaria da prefeitura para colaborar na campanha de Ciro Gomes
para presidente e também para prestigiar a campanha de candidatos ao
Legislativo por Minas Gerais.
Se
os reais motivos não foram detalhados livre e espontaneamente pelo alcaide, no
mínimo o seu afastamento da função pública merece críticas dos belo-horizontinos,
principalmente pelo fato de que a cidade está um verdadeiro caos, seja pelo
excesso de moradores de rua sob os viadutos; pelo trânsito cada vez mais perigoso
e estressante; pelos gargalos infernais em vários pontos de tráfego agonizante;
pelas praças e parques descuidados; pela desatenção com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado; pelo lixo e entulho nas ruas, avenidas e lotes
vagos; pelas constantes enchentes e alagamentos causados por chuvas previamente
anunciadas; pelos acidentes e mortes no Anel Rodoviário; pela intransponível
poluição da Lagoa da Pampulha - Patrimônio Cultural da Humanidade; pela
violência e sensação de insegurança; pela falta de moradia para a população
desvalida e sem-teto; pela carência de atividades esportivas e culturais nos
bairros, vilas e favelas; pelo excesso de burocracia administrativa; ou pela
demora absurda na aprovação do novo Plano Diretor de Belo Horizonte, cujas
propostas foram efetivamente votadas e recomendadas pelos Setores Popular,
Técnico e Empresarial, por ocasião da 4ª Conferência Municipal de Política
Urbana, realizada em 2014.
A
rigor, o prefeito é eleito para um mandato de quatro anos, é a principal
autoridade do município, e cabe a ele atuar em parceria com os governos
estadual e federal, em prol da população da cidade. Será, então, que ainda
assim ele tem tempo para se dedicar a outros assuntos que não sejam os seus,
pessoais, e os inúmeros da função pública de administrador municipal?
Vale
lembrar que compete ao prefeito: arrecadar, administrar e aplicar os tributos
municipais; buscar convênios, benefícios e auxílios para o município;
pavimentar ruas e preservar e construir equipamentos e espaços públicos;
proteger o patrimônio histórico-cultural; garantir transporte público de
qualidade e respectiva organização do trânsito local; apresentar projetos de lei
à Câmara Municipal, além de sancionar ou vetar; zelar pelo meio ambiente, pela
limpeza da cidade e pelo saneamento básico; instalar, implementar e manter em
ótimas condições de funcionamento e uso, escolas, creches e postos de saúde; escutar
e atender as comunidades nas suas reivindicações e necessidades; prestigiar a
cidadania e o exercício pleno do Estado democrático de direito; harmonizar sempre
as relações entre o Executivo e o Legislativo municipal; incentivar a
indústria, o comércio, a prestação de serviços e as profissões liberais; captar
verbas na esfera federal e exercer o controle rígido do erário; prestar conta à
sociedade do seu mandato eletivo; exigir legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência de todos os órgãos da municipalidade;
entre outros de interesse da população.
Em
assim sendo e em razão de tudo isso, parece crível que o prefeito não poderia abandonar
suas funções de administrador público municipal, bem como não teria tempo nem
agenda suficientes para se licenciar e fazer campanha política presencial para
candidatos às eleições de 2018. Ou há controvérsias?
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
O prefeito sair para fazer campanha para políticos é uma grande brincadeira. Só pode ser.
ResponderExcluirEle foi eleito para administrar a cidade e não ser cabo eleitoral de Ciro ou Viana. Que prefeito é esse?
E o candidato dele, o Ciro, perdeu feio. Que papelão prefeito! Quando não está metido com futebol, com o time do galo, está fazendo campanha para terceiros. E tocar a cidade, quando vai ser? Esse é mais um que não se reelege. Ruim demais. Meu Deus!!! Mariângela LP Coelho, empresária, contribuinte e belo-horizontina. - BH-MG.
A cidade está de cabeça para abaixo e o sujeito tira licença para ajudar amiguinhos da política nas eleições de 07/10/2018. Nunca é demais lembrar que esse prefeito foi cambiado do mundo do futebol para a administração pública. Claro que não daria certo, um cartola acostumado às mamatas do futebol brasileiro querer ser gestor de uma capital do tamanho da nossa. Como bem disse o Dr. Wilson Campos neste brilhante artigo o prefeito tem muita coisa para resolver e está deixando tudo nas mãos de auxiliares, principalmente a quantidade enorme de moradores de rua, muito lixo nas ruas, lotes com mato e com risco aos moradores, pouca ou nenhuma segurança nos bairros, pichação pra todo lado, enfim um horror essa cidade que um dia já foi chamada poeticamente de cidade jardim. Acabaram com o jardim e estão deixando apenas a cidade do descaso e da péssima administração. Josemar V.Souza N.
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