A RESPONSABILIDADE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA.
O desastre administrativo e econômico que colocou
em xeque o Estado e manchou a boa imagem dos mineiros é resultado de péssimas
gestões do Executivo estadual, mas também responsabilidade do Legislativo, que
não soube exercer seu verdadeiro papel.
A Assembleia fez vista grossa na fiscalização do
Poder Executivo e do uso dos recursos públicos, paralisou os trabalhos do
plenário em diversas ocasiões e deixou de votar propostas importantes por
centenas de dias, transformando os mandatos dos deputados em inócuos e
improdutivos, embora remunerados religiosamente.
Enquanto os servidores públicos civis e militares
recebiam salários atrasados e parcelados e os setores da educação e da saúde
amargavam resultados pífios e insuficientes para a satisfação da coletividade,
a ALMG se dava ao direito de produzir pouco ou quase nada e ainda ser paga por
isso.
Vale observar que a Assembleia tem a função de
discutir e produzir leis, fiscalizar o Poder Executivo estadual e representar
os interesses dos vários setores da sociedade, intermediando politicamente os
conflitos que surgem. Portanto, não se pode perdoar aos deputados estaduais a
frouxidão no cumprimento do dever. Ora, é a ALMG que debate e vota matérias de
competência do Estado, como os orçamentos, o sistema tributário, as operações
de crédito, os planos de desenvolvimento e os assuntos relacionados ao
funcionalismo, de preferência procurando soluções urgentes para as dificuldades
do aparelho estatal e para a dramática situação em que foram enclausurados os
municípios e os servidores públicos.
A massa falida em que transformaram o Estado não
tem um único responsável, mas muitos, entre os quais estão os parlamentares,
que não souberam fiscalizar o mandato dos governantes, que fracassaram na
correção de rumo de diversos órgãos do Estado e que deixaram de promover
eventos que ampliassem o diálogo com a sociedade, mormente pela via da
participação popular na definição de políticas públicas. A ALMG violou
silenciosamente suas próprias atribuições, sobretudo aquelas previstas nos
artigos 61 e 62 da Constituição Estadual.
Para o bem do povo, o ideal seria que os deputados estaduais criassem bons
projetos de leis e ficassem de olho nas ações do governador, para saber se ele cumpre
seu papel e se o poder público tem aplicado adequadamente os recursos com
observância da lei. Mas o que se vê é uma Assembleia formada por 77 deputados,
eleitos para um mandato de quatro anos, quase inerte, apagada e que custa caro
aos bolsos do contribuinte.
Se o Estado está no fundo do poço, a culpa é também
dos membros da Assembleia, que não exerceram com firmeza e seriedade suas reais
funções legislativas, nos exatos termos da Constituição Federal e da
Constituição Estadual.
Wilson Campos (Advogado/Especialista em Direito
Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de domingo, 27 de janeiro de 2019, pág. 19).
Estou de acordo que a ALMG tem responsabilidade e tem culpa nisso tudo, porque os deputados trabalham pouco e recebem muito bem, para fazer quase nada. São preguiçosos e abaixam a cabeça para o governador, seja lá de que partido for. Os deputados votam conforme os seus interesses e que o resta se exploda. Estou cansada de ver isso acontecer e esses camaradas serem eleitos e reeleitos. Uma vergonha que dá vontade até de chorar de tanta indignação. Tirando isso eu sou admiradora do Dr. Wilson Campos, sempre do lado do cidadão mineiro, brasileiro. Bravo!!! Nilce Mendonça.
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