DETALHES DA CAMPANHA ELEITORAL MUNICIPAL EM 2020.

 

Resta evidente que a campanha municipal nas capitais e grandes cidades será polarizada, seja por meio de atitudes agressivas entre grupos bolsonaristas e oposicionistas ou por tentativa de ocupação de espaço perdido por aqueles que saíram da política e agora retornam. Nas cidades do interior do país, provavelmente, a campanha fará ressurgir a velha prática do “toma lá, dá cá”, dos presentes e dos favores em troca de votos. Lamentável, mas ainda acontece muito.

 

Os candidatos novatos deverão gastar muita sola de sapato, apesar do temor de contágio por coronavírus. Até meados de novembro, esses candidatos precisam se mostrar aos eleitores, conversar muito e receber pedidos de demandas localizadas das comunidades. Sem ir até onde estão os eleitores, dificilmente os candidatos lograrão êxito na sua missão. A exceção fica por conta dos candidatos à reeleição, que já possuem nichos e regiões trabalhadas durante mandatos anteriores, e isso dá uma margem de vantagem para os que, no mínimo, corresponderam às expectativas dos seus respectivos eleitores.

 

No entanto, o perfil do candidato é de grande valia na campanha - quem é, o que fez e faz, se conhece a cidade, se trabalhou pela coletividade, sua palavra, seus conhecimentos gerais, sua postura, sua conduta – todos estes detalhes serão muito importantes no contato com o eleitor e estarão bem acima da figura do partido, que deverá estar em segundo plano na campanha.

 

Em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), um dos temas centrais da campanha será a saúde. A falta de estrutura dos hospitais públicos, o reduzido número de profissionais especializados disponíveis, a carência de equipamentos hospitalares modernos e a trapalhada política no enfrentamento da doença, com certeza darão o tom das interlocuções.

 

O meio ambiente, a sustentabilidade e o patrimônio ecológico também serão temas relevantes, porquanto as tragédias ocorridas em Minas não permitam esquecer a importância da preservação ambiental - flora, fauna e água. Independentemente dos contrários, a defesa do meio ambiente equilibrado é condição indispensável para a qualidade de vida dos cidadãos.  

 

A defesa das minorias continuará na pauta dos discursos dos candidatos. As mulheres serão convidadas para composição de chapas majoritárias (cabeça ou vice), além daquelas que sairão candidatas a vereadoras.

 

De pronto pode-se antever uma grande quantidade de entreveros, acusações e denúncias com relação aos recursos que foram distribuídos de forma irregular, desproporcional e injusta. Sobrarão alegações quanto a desvios de finalidade, ausência de critérios e tratamento desigual.

 

As fake news não desaparecerão. Ao contrário, se farão presentes e exigirão muito esforço e fiscalização de auditores e juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais, que precisarão agir com energia e coibir os abusos cometidos nas redes sociais. As ondas de fake news não podem sufocar o livre exercício do voto.

 

Segundo dados divulgados pela imprensa oficial, deverão ser eleitos 5.570 prefeitos e 60 mil vereadores, aproximadamente. Vale observar que, este ano, pela primeira vez, candidatos ao cargo de vereador não poderão concorrer por meio de coligações. O fim delas na eleição proporcional foi aprovado pelo Congresso Nacional por meio da reforma eleitoral de 2017. Assim, o candidato a uma cadeira na Câmara Municipal somente poderá participar do pleito em chapa única dentro do partido ao qual é filiado.

 

Portanto, cada candidato que se prepare física e mentalmente, pois, a jornada poderá ser trabalhosa, exigir caminhadas longas, conversas demoradas, avaliações responsáveis e demonstração de confiança, mesmo porque o eleitor anda muito desconfiado da política, em todos os níveis. Mas esse mesmo eleitor precisa votar, ter um representante, acreditar em alguém e saber a quem procurar para uma demanda do bairro e da região, no interesse da coletividade e dentro do espírito democrático do voto livre, secreto, soberano e desinteressado. O grande trunfo nessas eleições é o candidato ser honesto, ficha limpa, conhecer os problemas da cidade, denotar comprometimento com a coisa pública e se mostrar uma pessoa confiável aos olhos do eleitor. A identidade do candidato vai contar muito nessas eleições de 2020.  

 

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG). 

 

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Comentários

  1. Natalino Passos V. O.9 de setembro de 2020 às 12:31

    Muito bom Dr. Wilson esse seu artigo que vou repassar para meu primo candidato em Uberlândia-MG, pois ele é muito desligado das questões legais e precisa saber como fazer em casa situação. Eiu li os outros textos do senhor neste blog e vou imprimir e entrgar a ele. Posso fazer isso? Obrigado doutor Wilson Campos e grande abraço cordial. Natalino P.V.Oliveira.

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  2. O senhor como sempre ajudando a coisa pelo lado da legalidade. O senhor deveria ser nosso prefeito . Pensa nisso e vamos melhorar essa cidade que tanto amamos. Obrigada pela preocupação com o certo. Selma R.

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  3. O prefeito de BH Alexandre Kalil está propagando dinheiro para as obras da Av Vilarinho e isso doutor Wilson Campos nao pode pelo que vi nos seus artigos antes. Em época de eleição e de reeleição que ele busca e ele fica fazendo propaganda de que arranjou dinheiro para resolver a pendenga que dura anos e anos em Venda Nova e só agora com olho grande na reeleição ele vem falar de verba e que vai fazer e acontecer. Por que ele nao fez antes em 2017 ou 2018 ou 2019?
    Ora ora ora. Que isso prefeito espertalhão querendo ganhar votos na promessa de obra que já tinha prometido várias vezes e não cumpriu e até morreu gente nas enchentes e ele disse que era o responsável, então que responda por isso prefeito Kalil. Ora ora ora. Dr. Wilson , denuncia esse sujeito prefeito ao MP e ao TRE. Pode ser feito isso?hein doutor? Abraço. Voto consciente e certo pra todo mundo. Não erre no voto. Ficha limpa sempre. Abraço. Joelmir Venz.

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