ESTÁ CHEGANDO A ÉPOCA DOS POLÍTICOS OPORTUNISTAS.

 

As eleições municipais estão se aproximando e o eleitor vai ser procurado, receberá tapinhas nas costas e será cercado de atenção pelos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. Mas não se iluda com os políticos oportunistas, que só aparecem de 4 em 4 anos para pedir voto. Faça a lição de casa, caro eleitor, pesquise sobre o candidato, veja se ele é ficha limpa e, se for candidato à reeleição, informe-se sobre os projetos que ele apresentou, as causas que abraçou e os interesses da coletividade que defendeu.

 

Ao eleitor cabe separar o joio do trigo, os bons dos ruins, os éticos dos corruptos, os honestos dos desonestos, os trabalhadores dos preguiçosos, os autênticos dos mentirosos e os verdadeiros dos oportunistas. Não pode o eleitor se deixar levar por falsas promessas de candidatos que nunca estiveram na sua rua, no bairro ou na região. O voto direto e secreto deve ser valorizado pelo eleitor, que deve destiná-lo ao candidato que tenha ficha limpa e demonstre capacidade para o exercício do mandato, além de possuir um curriculum que denote conhecimento dos problemas da cidade e capacidade para enfrentá-los.

 

Os candidatos que só aparecem de 4 em 4 anos para pedir voto não merecem o seu. Mantenha distância dos candidatos que, às vésperas das eleições, vão de casa em casa, apertam as mãos dos cidadãos, prometem melhorias para o bairro e depois das eleições desaparecem. Fuja dos candidatos que juram realizações que não poderão cumprir. E escolha com calma seu candidato, dando preferência aos comprometidos com a verdade, o trabalho, a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a transparência e a eficiência.  

 

É importante o eleitor saber quais as atribuições de cada cargo, uma vez que é muito comum políticos prometerem coisas que não são de sua competência. Vejamos um exemplo: um candidato a vereador promete construir uma nova escola e mais creches no seu bairro, ora, isso não é competência do parlamentar e essa promessa é inviável, pois os serviços da área da educação municipal são de responsabilidade da prefeitura. De sorte que, promessas milagrosas e muito generosas são para o eleitor desconfiar.

 

O cuidado também deve se dar em relação aos candidatos a prefeito e vice-prefeito, haja vista que eles prometem muito e entregam pouco, e às vezes prometem aquilo que não lhes compete. Exemplo: um prefeito que promete mudanças no comando, na logística e na forma de agir das polícias civil e militar, não pode ser levado a sério, ora, essa promessa é inócua e sem fundamento, pois a atribuição relativa à segurança pública é do governador e não do prefeito.

 

Cumpre ao eleitor se afastar de políticos oportunistas, que só aparecem na época das eleições. A má-fé de um candidato pode levar o eleitor a se desgastar e não querer mais votar, mas essa não é a melhor solução, posto que o eleitor deva aprimorar seus conhecimentos e escolhas. Um candidato que faz promessas apenas para conquistar votos e quando eleito adota medidas diferentes, não merece mais o voto do eleitor e jamais poderá ser reeleito. A desonestidade com o eleitor não pode ser perdoada ou esquecida, pois esta somada à má-fé e à omissão passa a constituir estelionato eleitoral, quando as ações do político são no sentido contrário ao divulgado na sua campanha.

 

No entanto, em alguns casos, o eleitor há de compreender as dificuldades de um político comprometido com a população e sério nas suas ações, mormente quando enfrenta mudanças na legislação ou no cenário econômico, dificultando o seu trabalho e impedindo a realização daquilo que foi comprometido em prol da sociedade. Ou seja, pode ser que surja algum imprevisto na entrega de determinado serviço à população, por motivos de força maior, e isso não pode tornar o político um enganador. Mas, quando isso acontece, cabe ao político explicar aos seus eleitores e aos cidadãos de maneira geral o acontecido, sem deixar a lacuna de um possível desserviço.

 

Para encerrar, uma certeza inquestionável é a de que o eleitor precisa e deve escolher bem o candidato e não votar em qualquer um, desavisadamente, pois o voto errado coloca o político oportunista por quatro anos na cadeira de representante do povo, quando ele não deveria estar ali. Daí a enorme importância de somente votar em candidatos de ficha limpa e que tenham apreço pelo exercício de um mandato probo, ético, honesto, operoso, eficiente, transparente e dentro da mais absoluta legalidade.

 

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG).

 

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Comentários

  1. EXCELENTES CONSELHOS AO ELEITOR. O BRASILEIRO PRECISA DAR MAIS VALOR AO SEU VOTO. OBRIGADO DR. WILSON CAMPOS PELA LUZ ORIENTADORA. ABRAÇO. JEREMIAS LUCARE.

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