A PREOCUPAÇÃO DA EUROPA APENAS COM A AMAZÔNIA GERA DESCONFIANÇA.

 

Alguém sabe me dizer se os mesmos países europeus que tanto se “preocupam” com a Amazônia estão também preocupados com a população do estado do Amazonas nesses tempos difíceis de pandemia da Covid-19?

 

A resposta por certo será negativa, porque os países europeus não dão conta de administrar seus próprios problemas internos e, da mesma forma, não teriam condições de resolver problemas outros do Brasil. Então, sinceramente, senhores presidentes de países europeus, que tanto criticam a gestão da Amazônia, a recomendação é: tratem da soberania dos seus territórios, porque da nossa soberania cuidamos nós.

 

Nenhum líder europeu enviou oxigênio para o estado do Amazonas nem socorreu o povo amazonense nesse período terrível de adoecimento em massa em razão do coronavirus. Nenhum país europeu, principalmente a França, se interessou pela situação dramática vivida em hospitais de Manaus - pacientes morreram asfixiados, enquanto familiares e médicos corriam em busca por doações de cilindros de oxigênio.

 

Com certeza, ninguém viu avião chegando da Europa com médicos, enfermeiros, oxigênio e insumos para salvar vidas no estado do Amazonas. Os mesmos que defendem a floresta amazônica, por interesses comerciais, não defendem com a mesma força a preservação da vida do povo do Amazonas. Ora, senhores dirigentes europeus, entendam de uma vez por todas, que a floresta é de todos, enquanto meio ambiente sustentável, mas jamais será de vocês para lhes servir de barganhas econômico-financeiras.

 

A França do presidente Emmanuel Macron não mostra o mesmo interesse em ajudar o povo amazonense como apresenta interesse na Amazônia. Macron disse há algum tempo: “Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão do nosso planeta, que produz 20% do nosso oxigênio, está em chamas”. No entanto, Macron não se mostrou nem um pouco preocupado com a questão da falta de oxigênio em Manaus, nem foi à mídia falar em ajuda internacional ao povo amazonense. Ou seja, dois pesos e duas medidas.

 

As vidas humanas, nobres dirigentes europeus, têm valores impagáveis, até muito mais do que as árvores da Amazônia. Portanto, por favor, se não podem ajudar, pelo menos não atrapalhem. O governo brasileiro está tentando arrumar a casa, que foi deixada em frangalhos pelos governos anteriores, e isso implica também preservar milhões de árvores da floresta amazônica e salvar vidas de brasileiros neste momento tão difícil para o Brasil e para o mundo. As crises são muitas e administrá-las não é tarefa fácil, principalmente em se tratando de um país que foi loteado e aparelhado por partidos de esquerda, que agora estão sendo expulsos e colocados à margem da história, diante de tantos escândalos que provocaram.   

 

A Amazônia também tem valores impagáveis, e não será entregue nas mãos de países que afirmam, sem provas, que nos últimos anos o desmatamento aumentou no Brasil em ritmo alarmante e que estão “profundamente preocupados” com os efeitos dessa destruição para o desenvolvimento sustentável do país.

 

A Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Dinamarca, Noruega, Países Baixos e Bélgica endossaram uma carta, que foi enviada por aqueles que participam da declaração de Amsterdã, uma parceria entre nações para promover sustentabilidade e cadeias de produção de commodities que não cause a destruição de florestas. Diz a carta: “Durante muito tempo o Brasil liderou a redução do desmatamento na Amazônia através do estabelecimento de instituições científicas independentes que garantem monitoramento rigoroso e transparente, de agências de controle competentes e do reconhecimento de territórios indígenas. Nos últimos anos, no entanto, o desmatamento tem crescido em ritmo alarmante, como foi documentado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)”.

 

Por outro lado, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou que os países que criticam a condução do governo na preservação da Amazônia têm interesse em tomar o “mando” da região. Disse Bolsonaro: “Não pega fogo a bacia Amazônica. Por que muitos países criticam? Querem nos tirar a autonomia, o mando da região, porque é uma região riquíssima”, afirmou.

 

“Ontem eu mostrei pelo 'DNA' da madeira para onde ela está indo, comprovada pela Polícia Federal, os países que mais nos criticam são os que mais importam madeira ilegal do Brasil”, completou o presidente, sem citar quais seriam os países. Ora, para quem sabe ler, um pingo é letra.

 

Para corroborar no entendimento de questão tão emblemática, alguns especialistas internacionais garantem que incêndios florestais são problemas crônicos no mundo todo, e afetam de maneira grave a biodiversidade, a saúde da população, os transportes, além de acelerarem o processo de aquecimento global, entre outros fatores. Ou seja, os incêndios florestais acontecem no mundo todo, e não apenas no Brasil.

 

Alto lá! Eu não estou defendendo incêndios nem desmatamentos. Não é nada disso. O que eu não admito são ingerências de países, quaisquer que sejam, que destruíram suas florestas inteiramente, quererem agora tomar a Amazônia para si como se ela fosse a sua tábua da salvação, e, pior, colocando a culpa no jeito brasileiro de administrar seus bens e suas riquezas ambientais.

 

Voltando aos países europeus, que querem a Amazônia, mas não socorrem os amazonenses, vejamos: o presidente Jair Bolsonaro voltou a rebater as críticas que recebe sobre as queimadas na Amazônia e disse que os países que nos criticam não têm problemas de queimadas porque já queimaram tudo.

 

Bolsonaro disse ainda: “há alguns focos de incêndio pelo Brasil” e que isso “ocorre ao longo dos anos”. “E temos sofrido uma crítica muito grande, porque, obviamente, quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para aquilo que temos de melhor, que é o nosso agronegócio”.

 

Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE), de 1º de janeiro a 12 de setembro de 2020, o órgão contabilizou 125.031 queimadas no país, o maior registro para o período desde 2010, quando 182.170 focos de calor foram mapeados no mesmo intervalo.

 

Lado outro, o presidente Bolsonaro afirma sempre que o agronegócio é “o grande futuro do nosso Brasil” e diz ainda que “grande parte da matriz energética do país provém de fontes renováveis como usinas hidrelétricas, energia eólica, energia solar e biomassa. O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e alguns não entendem como, é o país que mais sofre ataques vindo de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns na maneira como preserva esse seu meio ambiente”.

 

Em muitas ocasiões Bolsonaro também tem defendido que a Amazônia e o Pantanal têm sofrido “críticas desproporcionais”. O presidente comparou as queimadas no Brasil às ocorridas nos Estados Unidos e na África. “A África tem mais foco que no Brasil”, afirma ele.

 

Em certo evento em Sinop, Bolsonaro disse: “No ano passado, vale a pena recordar, falamos do agronegócio, falamos da potencialidade de nosso país, e falamos também que era inadmissível o país ter a quantidade que tinha de terras demarcadas para índios e quilombolas. Os índios são nossos irmãos, são nossos parceiros, eles merecem a sua terra, mas dentro de sua razoabilidade. A ONU queria, conforme detectado, que nós passássemos de 14% para 20%. Falei-lhes: não. Nós não podemos sufocar aquilo que nós temos aqui, que tem nos garantido a nossa segurança alimentar e de mais de um bilhão de pessoas no mundo”, concluiu.

 

Assim, sem entrar no mérito da razão que assiste o presidente Bolsonaro, mesmo porque não tenho procuração dele para tanto, entendo que os países europeus fariam melhor se em vez de críticas, ajudassem o Brasil a combater os incêndios quando ocorressem, a sair da crise econômica, a vencer a pandemia da Covid-19 e a sustentar com qualidade e pujança a floresta amazônica e todas as demais áreas florestadas do nosso amado Brasil.

 

Em suma, o que interessa, de fato, é uma relação amistosa entre o Brasil e os países europeus que mais o criticam, e que isso ocorra pela via da colaboração sem interesse e da ajuda descompromissada, de forma que as doenças sejam erradicadas, a floresta preservada e o presente e o futuro das gerações estejam garantidos, com qualidade e sustentabilidade.

 

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG). 

 

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Comentários

  1. Países europeus só pensam neles e o Brasil é apenas uma pedra no caminho. Precisamos defender nossa floresta e nossos bens. Bolsonaro está certo, eles queimaram e destruíram suas florestas e agora querem a nossa Amazônia. Mas Dr. Wilson nós não vamos ceder certo?
    Estamos juntos na defesa da Amazônia e do Brasil. Vamos em frente meu mestre. Jonas.

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  2. Dr. Wilson, nossa obrigação é defender a Amazônia de países que já destruiram suas florestas. Nossa obrigação é defender nosso país. Nossa obrigação é garantir o meio ambiente para as futuras gerações como o senhor mesmo disse. O resto é blá blá blá. Abraço e gratidão doutor. Sua admiradora seguidora e de acordo. Eunice Duarte.

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  3. O agronegócio é alimento na mesa do povo daqui e do mundo. Essa conversa fiada de incêndios grandes na Amazônia no governo Bolsonaro é coisa de esquerdistas porque no governo do PT a companheirada comunista viu incêndios por 16 anos e nada falaram. Por que? Ah porque o PT é santo.....do pau oco.
    Palhaçada. Hoje tudo corre tranquilo com tudo dentro da normalidade e sem a roubalheira de antes. Sai capeta.... Viva o povo brasileiro. Viva o governo honesto. Viva o Dr. Wilson Campos, de BH pro mundo defendendo o certo, o justo e sem olhar lado desse ou daquele. Salve! Sou Cleber Magalhães. Brasileiro que trabalha e produz.

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