OS PARASITAS DO BRASIL.

Ensinam os dicionaristas, lexicógrafos, com relevante ciência, que os parasitas são seres vivos que retiram os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento de outros seres vivos, ou seja, vivem em função de outros. O fenômeno do parasitismo equivale a uma relação de dependência entre espécies distintas, com consequências danosas, onde um organismo é beneficiado e o outro é prejudicado.

 

Na sociedade contemporânea, fatos semelhantes ocorrem, sem que as pessoas reajam contra aquele indivíduo que não produz e vive à custa de outrem, seja de uma pessoa, de uma organização ou do Estado. Descobrir e encarar os parasitas que habitam nossas vidas e dificultam nosso desenvolvimento são desafios dessa modernidade levada a toque de caixa. Mas no Brasil esse desafio não é tão difícil, posto que os parasitas estão em diversos setores e, principalmente,  encostados na política de interesses próprios e contra os interesses difusos e coletivos da população.

 

Independentemente da fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou em palestra que os servidores públicos são parasitas, mas depois se desculpou publicamente, o certo é que os parasitas brasileiros não trabalham por ninguém e para ninguém, pois, trabalham somente para si mesmos e sempre na defesa de causa própria. Já os servidores públicos, salvo alguns maus exemplos, são na sua maioria esmagadora pessoas de bem, que trabalham em prol da sociedade e contribuem nas áreas da pesquisa e tecnologia; na formação de profissionais em várias vertentes do conhecimento; nos setores da saúde, da educação e da segurança; e prestam assistência técnica valiosa a milhões de produtores rurais país afora.

 

Os parasitas do Brasil são facilmente detectáveis, uma vez que gostam de levar vantagem em tudo. São “papagaios de pirata” nos grandes eventos políticos. Misturam-se às autoridades públicas e barganham favores. Não são confiáveis, mas vivem se dando bem nas rodas sociais. Prestam-se a tarefas sórdidas, desde que a propina esteja garantida. Fogem da Justiça como o diabo da cruz. Escondem-se quando há manifestações sociais, preferindo colher os louros de lutas que não empreenderam.     

 

Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau tinham teorias diferentes a respeito do comportamento social do ser humano. Para Hobbes, o homem é o lobo do homem, ou seja, mau por natureza, e seria necessário constituir um Estado forte, um Leviatã, para impedir que a humanidade se destrua a si mesma. Já para Rousseau, ao contrário, o homem seria bom e justamente as instituições políticas, a sociedade civil, o teriam corrompido, sendo necessário um contrato social para que, com base na vontade geral, a humanidade possa resgatar sua liberdade e igualdade.

 

Destarte, diante desse lamentável estado de coisas, que acontecem no Brasil e no mundo, o filme do sul-coreano Bong Joon-ho acaba por representar uma lição de vida para muitos. De um lado estão os abastados e de outro os necessitados. A eterna luta de classes. A batalha pela sobrevivência. Contudo, há leituras subliminares em Parasita, o filme. A mais expressiva é o jogo de gato e rato que em dado momento se inverte e lança no espectador o seguinte questionamento: quem é mesmo o parasita? Quem é que se insere num corpo estranho e passa a se nutrir dele, como se ambos fossem parte de um mesmo organismo?

 

No Brasil é comum as pessoas rirem de coisas sérias e fazerem vista grossa aos erros crassos. Os parasitas brasileiros gostam disso e andam com desenvoltura no seio da sociedade. Manipulam os ricos na sua essência insegura e frívola. Escorraçam os pobres por sua total hipossuficiência. Exploram os ricos e alijam os pobres. Empurram ambos para a sarjeta. O jogo é bruto e desumano. Os parasitas gostam de jogar com os preceitos morais e causar vergonha alheia.  

 

Os parasitas do Brasil estão quase sempre encastelados, escondidos, mas de repente surgem como salvadores da pátria, sem disparar um tiro, sem fazer um discurso e sem debater uma ideia. Surgem do nada, enfraquecem as relações e os negócios, desequilibram o sistema, insuflam as multidões e depois desaparecem. São arrogantes, mas incapazes de uma frase de boa-fé. Torcem pelo terror dos desvalidos e pelo aprofundamento da desigualdade social. Quanto maior o fosso, melhor. Medem-se pela régua da incompetência e o único trabalho que conseguem realizar é tentar desestabilizar o Estado democrático de direito.      

 

A desigualdade cria o parasitismo social, político, antijurídico, coercitivo e obsceno. Está rindo do que?

 

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG). 

 

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Comentários

  1. Os parasitas do Brasil meu caro Dr. Wilson Campos são os vagabundos que vivem nas costas do povo e trabalhando contra a população. Exemplos: ministros do STF, deputados e senadores, vereadores e deputados estaduais, que só fazem m... e ainda ganham salário alto pra isso. Bando de picaretas mal acostumados com mordomias, benefícios, auxílios de toda espécie.
    Esses são os verdadeiros parasitas do Brasil hoje em dia.
    Pronto falei.
    Abraços e agradeço o senhor Dr. Wilson pelos artigos de primeiríssima qualidade que mostram a realidade nossa de todo dia. Muito positivo e justo. Att. Humberto Novais.

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  2. Os parasitas do Brasil são os que protegem corruptos.
    Quem defende Lula é o que? Parasita.
    Quem defende Zé Dirceu e companheirada do PT e partido comunista é o que?
    Parasita.
    Quem defende filho de Lula que era empregado de zoológico e hoje é rico, empresário e anda de iate e de avião pra baixo e pra cima é o que?
    Parasita.
    Dr. Wilson essa cambada toda aí que eu citei é parasita...
    Vivem nas nossas costas e sugam nosso sangue.
    Vamos combater esses parasitas nas urnas e no chicote. O Dr concorda comigo?
    Selma Vasquez.

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  3. Os maiores parasitas que conheço estão nas universidades federais e são aqueles alunos que não gostam de estudar, vivem no diretório fazendo nada e gostam de gritar por direitos quando não sabem nem do que se trata e nem respeitam os direitos de ninguém e não cumprem com seus deveres. São eles os alunos que nunca se formam e vivem defendendo os ladrões dos partidos que eles defendem e ainda querem ter razão na porcaria que falam e defendem. Um bando de vagabundos e come-quietos que não fazem nada, não estudam, não passam de ano, andam sujos e de cigarro na mão, e são os verdadeiros parasitas. Desde que entrei e até sair da faculdade os parasitas eram os mesmos e ninguém que gostasse de trabalhar e estudar convivia com eles. São parasitas mesmo e vivem em bandos os comunistas. Meu caro Dr. Wilson Campos o seu artigo é muito bom, eu sigo o senhor e leio sempre seu blog e seus artigos nos jornais. Parabéns. Abraço e desculpe por ter falado tanto e desabafado contra esses parasitas que eu citei. Abrs. Estevão M.

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