GOVERNOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS PRECISAM INOVAR COM DESCONTOS E DÍVIDA ZERO.
Os governos estaduais e municipais precisam arregaçar as mangas e trabalhar mais e inovar com descontos e “dívida zero”. A reforma tributária de Lula III não vai beneficiar os Estados e muito menos os Municípios. Ao contrário, vai tirar e desfavorecer. Portanto, é hora de pensar uma forma de arrecadar sem estrangular ainda mais os contribuintes.
Uma solução deve ser buscada. Os governos estaduais e municipais poderiam propor e as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais aprovarem um pacote de descontos para pessoas físicas e jurídicas (PF e PJ), que tenham dívidas tributárias, estejam elas judicializadas ou não.
Os contribuintes
que acumularam dívidas tributárias estaduais referentes ao Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, ao Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores – IPVA e ao Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doação de Quaisquer Bens ou Direitos – ITCMD teriam a oportunidade de negociar ou
renegociar os seus débitos com os Estados, notadamente com descontos de 100%
sobre juros e multas e parcelamento do débito principal.
Da mesma forma, os contribuintes que acumularam dívidas tributárias municipais referentes ao Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), ao Imposto sobre Serviços (ISS) e ao Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) também teriam a oportunidade de negociar ou renegociar os seus débitos com os Municípios, com descontos de 100% sobre juros e multas e parcelamento do débito principal.
Essa medida
atenderia as muitas reclamações de contribuintes insatisfeitos com a gestão do
seu Estado ou do seu Município, principalmente em relação à tributação e às
dívidas tributárias pós-pandemia. Daí a necessidade de os governos estaduais e
municipais agirem e inovarem na forma de arrecadação, concedendo os descontos
acima mencionados e permitindo a possibilidade de dívida zero.
A inovação
seria para desafogar o contribuinte e aliviar a vida de quem trabalha e produz e,
ao mesmo tempo, possibilitar aos governos estaduais e municipais arrecadarem e
cumprirem com suas obrigações essenciais para a população.
Os governos
estaduais e municipais poderiam ainda divulgar essa inovação dos descontos via
rádios, jornais e tevês. O pacote de descontos para PJ e PF facilitaria o dia a
dia daqueles que desejassem quitar suas dívidas tributárias neste final de 2023
e em 2024.
Com certeza,
a adesão dos contribuintes seria massiva, a arrecadação reforçaria os cofres
estaduais e municipais, a folha de pagamento e o 13º salário estariam
garantidos, e o final de 2023 e o 2024 seriam mais leves para os pagadores de
impostos, sejam PJ ou PF.
Não há se
falar em descontos pequenos e desmotivadores. Os descontos seriam de 100% sobre
juros e multas e o principal seria parcelado. Essa é a inovação. Mas a ação dos
governos estaduais e municipais e das respectivas Secretarias de Fazenda teria
de ser rápida, com lançamento do programa “divida zero” mediante aprovação e apoio
dos parlamentares.
E não venham
me dizer que “parcelamentos especiais” podem se tornar mais atraentes que o
recolhimento do tributo em si, pontualmente, pois as pessoas físicas e
jurídicas sabem muito bem que há desgastes nessa tratativa, mas a saída honrosa
no atual cenário é salvar e não matar a “galinha dos ovos de ouro”, ou seja, o pagador
de impostos.
Os Estados e
os Municípios precisam pensar melhor também em relação à fuga de investimentos
e ao fechamento de empresas, que vêm ocorrendo sistematicamente, sem que alguém
tome uma providência para reverter esse quadro trágico. São bilhões de reais
que deixam de ser arrecadados e milhares de empregos que são perdidos. Será que
ninguém percebe isso, apesar de tão simples de percepção o gravíssimo problema?
Se os Estados
e Municípios enfrentam dificuldades, os contribuintes também estão com a corda
no pescoço. A carga tributária brasileira é uma das mais pesadas, altas e
cruéis do mundo, sem a contrapartida de serviços públicos adequados ou
eficientes. E isso não nos parece justo ou aceitável, porquanto um precise do
outro e a balança não pode pender mais para um lado.
O benefício
fiscal precisa se aplicar a todos os contribuintes, incluindo nesse rol os
optantes do Simples Nacional e aqueles que tenham ou não dívidas ativas
inscritas. A regra seria para todos, independentemente do porte do contribuinte
e do tipo e tamanho da dívida tributária.
Os governos
e as secretarias teriam de disponibilizar a adesão via internet ou na forma
presencial. O atendimento seria feito de imediato, rápido e sem burocracia, de
forma que o contribuinte já pudesse quitar à vista ou negociar ou renegociar
seu débito, sem mais delongas.
Os governos
estaduais e municipais precisam entender que é o contribuinte que paga a conta
das suas enormes despesas mensais. Ademais, é o setor privado que produz e
contribui para o crescimento econômico do Estado e do Município, além de gerar
emprego e renda.
A medida, se efetivada, trará grandes vantagens, a curto e a médio prazo. Os descontos de 100% sobre juros e multas e o parcelamento do débito principal é uma prática da boa política, racional e equilibrada. A medida, somada à inovação, deverá despertar simpatia e esperança para o contribuinte que preza a legalidade e a regularidade das suas contas. Ademais, a medida facilitará a vida de quem deve e resultará em dinheiro em caixa para os governos estaduais e municipais investirem nas políticas públicas de praxe.
Mas volto a
insistir que a medida precisa ser implementada sem burocracia, cuja solução
para o contribuinte seja rápida e imediata, nos termos da sua imperiosa
necessidade de produção e geração de renda e emprego. Rapidez e eficiência são
indispensáveis. A máquina pública precisa ser desburocratizada e voltada para
atender aqueles que sustentam seu status.
Em suma, os
Executivos estaduais e municipais (governadores e prefeitos) e os Legislativos
estaduais e municipais (deputados e vereadores) precisam sair imediatamente da
inércia e inovar com descontos e dívida zero, tal qual proposto acima, ou ficar
de pires na mão esperando migalhas do governo federal ou sucumbir de vez.
É assim que
entendo, salvo melhor juízo.
Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).
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Excelente ideia inovadora para que os estados e municípios saiam do buraco e com isso permitem que as empresas respirem um pouco e todos (PJ e PF) domo diz dr. Wilson possas, gerar emprego e renda. Esses descontos de 100% dos juros e multas é justo e serve para mostrar boa vontade dos governos estaduais e municipais porque o governo federal só quer arrecadar e taxar e vai quebrar os demais entes da Federação (aprendemos com dr. Wilson). Excelente artigo e de nossa parte enquanto empresa e companhia limitada agradecemos pelo adjutório. Abraços. Feliciano & Cia.
ResponderExcluirEu devo tributos de 3 anos ao Estado de MG. Minha dívida passa de 300 mil reais fora as correções. Já tentei de toda forma pagar sem os juros e multas e eles não permitem. Em 2021 eu quase consegui, mas paguei apenas umas 10 parcelas e fiquei no vermelho de novo e parei de pagar e tentei refinanciar a dívida mas deu errado. Eu quero pagar e se tirarem 100% dos juros e multas eu pago à vista e pronto acabou. A ideia do advogado Dr. Wilson Campos é excelente e muitos devedores tributários (comerciantes, lojista, profissionais liberais, optantes do SN, etc), com certeza iriam correndo assinar a negociação e pagar à vista. Fica a decisão com o governo de MG porque eu estou disposta a pagar logo e ficar livre, mas só pago com 100% de descontos de juros e multas porque o contrário disso me sufoca e me leva a falência. Valeu Dr. Wilson como sempre atento ao direito e ao equilíbrio da razão. Att: Luiza MSA.
ResponderExcluirSe surgir esse pacote de 100% de descontos de juros e multas eu também vou aderir e pagar à vista minha dívida tributária com a SEF do Estado de Minas Gerais. Estou sonhando com isso e poder trabalhar em paz no meu negócio, e tomara que dê certo essa ideia inovadora aí proposta. Parabéns dr. Wilson pela visão e pela sua atenção que ajuda ao devedor e ao credor. Esse acordo é bom para todos. Parabéns. Felipe Reis.
ResponderExcluirExcelente ideia. Sou servidor público e sei das dificuldades de quem paga impostos neste país. Vejo todo dia gente que paga muito imposto pedindo para diminuir seus débitos para poder continuar trabalhando e gerando emprego. Ma todo dia impostos só aumentam e a reforma tributária do PT é falsa e só visa mais arrecadação para gastar mais e mais. Parabéns dr Wilson Campos pelo seu artigo que defende quem trabalha e gera emprego nesse pai. Meus respeitos. At. Expedito K.
ResponderExcluirEsse governo cheio de burocratas só pensa em arrecadar e ninguém tem ideia criativa para driblar as dificuldades. Essa ideia de arrecadar dando os descontos propostos pelo artigo é excelente porque ajuda o contribuinte devedor e ajuda o
ResponderExcluirEstado que está no vermelho. Mas ninguém toma uma atitude corajosa e só reclama, reclama e reclama. Os burocratas do governo mineiro só fazem reuniões infrutíferas e dali nada sai. O artigo ensinou o caminho das pedras e o governo só não adota se for burro. Mas quem garante que os burocratas são inteligentes??? Abraços doutor Wilson Campos e parabéns por mais essa pérola de artigo. Carlos Lins.