11 DE AGOSTO: DIA DO ADVOGADO.
Reconheço que a comemoração é de mérito, que a profissão é digna e que me honra muito trilhar os árduos caminhos do universo do Direito, ainda mais quando me exijo um agir contínuo dentro dos princípios éticos profissionais.
Haveria mais a comemorar se o exercício da advocacia fosse medido pela atuação reta do causídico e não pela aparência casual do escritório que ele representa, ou se as prerrogativas do operador do direito fossem a saudação de entrada e não a procura por uma saída de mero reconhecimento do Direito há muito estabelecido.
Haveria mais a comemorar se o exercício da advocacia fosse medido pela atuação reta do causídico e não pela aparência casual do escritório que ele representa, ou se as prerrogativas do operador do direito fossem a saudação de entrada e não a procura por uma saída de mero reconhecimento do Direito há muito estabelecido.
Aos
advogados leais restam as certezas de que a excelência buscada
na prestação do serviço jurídico supera em muito a fachada extravagante de uma banca de luxo, e a de que o
tratamento respeitoso entre os pares, independente de idade, fama,
poder ou hierarquia, não precisa de normas ou etiquetas, mas de simples
retorno aos berços da urbanidade e do desapego material.
O
"balcão de mercenário" a que se referia Rui Barbosa, desonra a profissão
do advogado e coloca em risco a sua condição como órgão subsidiário da
justiça.
O bom e honrado advogado sofre
diariamente com a falta de fé no direito e na justiça, que lhe chega aos
ouvidos, vinda da sociedade, no lamento destemido do cliente que tinha como certa a vitória,
embora esta nunca lhe tenha sido prometida.
Ao comemorar o dia 11 de agosto, o advogado o
faz levantando um brinde à sua persistência diária de sempre buscar a
justiça, posto que seja nos tribunais que sai à procura de socorro para os
direitos que entende ter e que seu mandato pontualmente requer.
Este brinde, por óbvio, não será como
aquele do "dia da pendura" que caiu em desuso e já foi tarde, quando não
se pagava pelo que se consumia, no imaginário deletério daqueles que se
achavam em uma terra sem lei.
Ser advogado transcende aos olhos a dignidade de uma profissão quase
sacerdotal de ser responsável, correto, justo, honesto, reto, ético, conselheiro, conciliador, zeloso e, enfim, um ser humano verdadeiro. Este, sim, o advogado que todo cliente teria o prazer de contratar.
O dia 11 de agosto não é simplesmente o
dia do advogado, mas é também o dia do Direito e da Justiça. Neste dia
se comemora o direito de poder exigir o Direito. Nesta data se renovam os votos da consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades
para o encontro de soluções justas, e que a lei é um instrumento para
garantir a igualdade de todos.
Portanto, minhas reverências aos advogados e advogadas, estes profissionais que, devotadamente, defendem humildes e poderosos
com a mesma altivez e independência, posto que acredito no direito de todos e para todos, nas defesas intransigentes da cidadania e dos interesses difusos e coletivos da sociedade, na construção da paz social e na advocacia voltada para a qualificação dos profissionais do Direito, com excelência em aptidão, independência e autonomia, na solução não apenas de lides judiciais, mas, também, de conflitos sociais, com equilíbrio e justiça.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Difusos e Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
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