A IMPORTÂNCIA DO VOTO ÉTICO
O
voto é o único meio democrático de eleger o candidato e colocá-lo no poder por
quatro anos. Daí a responsabilidade do eleitor, que não pode se iludir com as promessas
de campanha política, que não deve crer em algo que não corresponda à realidade
ou à verdade. O voto há de ser ético e desinteressado, com o objetivo certo de
fortalecer a democracia, preservar as garantias constitucionais dos cidadãos e
tornar responsável o candidato, por todos os seus atos ou omissões.
A
Constituição Federal no seu artigo 14 dispõe que a soberania popular será
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos. Ou seja, o voto do cidadão comum tem o mesmo valor dos demais
votos, independentemente do poder econômico dessa ou daquela pessoa. O voto é
um ato de responsabilidade e requer atenção especial do eleitor, seja pela
importância da política na vida de todos ou pela consciência de que o candidato
tem de ser merecedor da função pública e exercer o cargo no interesse da
coletividade.
Os
candidatos que forem eleitos e no exercício do mandato cometerem abusos ou
quaisquer práticas de improbidade devem ser julgados pelos crimes cometidos e
banidos da vida pública, restando aos eleitores a sentença de que não serão mais
eleitos. Essa é a importância do voto, que não admite fraudes nem falcatruas.
Esse é o direito do eleitor, de escolher bem o seu representante e não premiar
aquele que envergonha o país e enlameia o seu voto. A escolha tem de ser por
mérito, honestidade, ética, comprometimento e lisura em todos os sentidos. A
sociedade merece respeito e o voto é o instrumento para a realização dessa
prerrogativa cidadã.
Não
basta o eleitor votar e depois esquecer o seu gesto de soberania popular. A fiscalização
do candidato eleito cabe àquele que o elegeu, por quatro anos, com
acompanhamento sistemático dos atos do político após a sua posse. A cobrança de
um mandato íntegro e probo é obrigação do eleitor. A transparência da gestão é
um dever do político, que foi eleito para representar o povo, defender os
interesses da coletividade e não os seus próprios. A seriedade com a coisa
pública não é um favor, mas uma obrigação legal e moral daquele que recebeu o
voto nas urnas democráticas.
O
processo eleitoral é uma espécie de alimento da democracia, que revigora as
esperanças da população, haja vista a presença da política em todos os setores
da vida social. Portanto, cabe ao eleitor a reflexão antes de votar, para que
este processo não seja contaminado por indivíduos que se locupletam com o
dinheiro público, que trabalham unicamente para si e para os seus, que participam
de negociatas vergonhosas ou que se metem em atos deliberados de corrupção.
Esses serão julgados com o rigor da lei, mas a sentença maior deve vir do
eleitor, depositando o seu voto e a sua confiança apenas naqueles que respeitam
a cidadania e fazem por merecer a escolha, com o discernimento de que a função
pública executiva ou legislativa é temporária e a decisão da renovação do
mandato é do eleitor. Assim, o voto é uma ferramenta indispensável do povo.
Dissociar
a política das questões emergenciais da sociedade não é um ato inteligente.
Queira ou não, o cidadão está constantemente convivendo com a política, seja na
crise econômica, no desemprego, na inflação, no desequilíbrio fiscal, nos
impostos ou no custo de vida. A política está sempre presente nesses quesitos
do caos social, mas também naqueles primordiais da vida das pessoas. De sorte
que a solução para o cidadão é manter-se atento aos seus direitos e deveres,
mormente na sua condição de eleitor, reivindicando energicamente um procedimento
adequado dos agentes públicos.
A
consciência política é uma responsabilidade intransferível do cidadão, que vive
diariamente com atos de governantes e parlamentares, em tudo que o rodeia,
querendo ou não. Essa situação requer estudo, análise, avaliação e formação de
opinião do cidadão, que deve se preparar e se capacitar antes de eleger esse ou
aquele candidato. A fiscalização do mandato e o acompanhamento dos trabalhos
dos governantes e dos parlamentares é dever do eleitor, que se utilizou do voto
para colocar naquela função o candidato que escolheu. A cobrança cabe ao
eleitor, que deve reagir contra as irregularidades e contra os atos que não sejam
em prol dos interesses difusos e coletivos. A reeducação política se faz
necessária por tudo isso e mais ainda por ser a arma do cidadão na defesa do
bem comum.
O
voto é uma extensão dos direitos fundamentais dos cidadãos, e todos, sem
exceção, precisam conhecer os dispositivos da Constituição da República, para
que o país possa se transformar de vez na pátria que o povo brasileiro merece -
sem exclusões, sem preconceitos e sem distinção de qualquer natureza. Assim, o
cidadão deve acreditar verdadeiramente no valor do seu voto, adquirindo cada
vez mais conhecimento dos processos eleitorais, posto que este é o princípio da
transformação.
Wilson
Campos (Advogado/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental).
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