BRASILIDADE NECESSÁRIA



Pertencemos a uma pátria livre. Portanto, com a devida licença dos que não concordam, quando o país está sucumbindo há que se ter um mínimo de brasilidade para ajudar no soerguimento da nação, independentemente de qualquer preocupação com ideias extremistas, porque não é essa a questão e não é esse o momento para tanto.

Ademais, não cabe aqui o questionamento em torno de uma modernidade que não admite pieguismos, porque não se está aqui a obrigar ninguém a se colocar fechado no contexto único do seu país quando lá fora o mundo globalizado não admite corações moles ou fraquezas. Besteira! Existem vários países que colocam a sua soberania, a sua língua, os seus costumes, a sua bandeira, acima de qualquer coisa - é a chamada barreira internacional, que coloca cada um no seu devido lugar.

Fujamos dos extremismos, mas admitamos a brasilidade. A defesa do país pelo seu povo é relevante. Não se trata de estigmatizar o indivíduo como xenófobo ou ufanista, mas simplesmente deixar que a cidadania tome conta do lugar que lhe pertence dentro do corpo sadio da nação, de forma que o cidadão possa compreender a importância do seu apreço pelas tradições e costumes do país, sem fechar as portas para o conhecimento, para o novo, para o moderno, para outras culturas.

A brasilidade e o civismo que se buscam são aqueles de respeito aos valores, às instituições e aos semelhantes. De nada serve a modernidade absoluta pregada por muitos, se não se preservam os sentimentos de civilidade. A brasilidade e o civismo não se restringem ao amor à pátria, como forma única de vida, mas são atos cívicos muito relevantes, porquanto também estejam no seu bojo o respeito às leis e à sociedade.

A brasilidade e o patriotismo, por sua vez, são aqueles de devoção à pátria, de orgulho pelo país e de compreensão do que sejam direitos e deveres. A brasilidade e o patriotismo não se restringem às suas definições nuas e cruas, mas avançam no sentido da não aceitação da opressão estatal, haja vista a premissa básica da liberdade. Assim,  a brasilidade e o patriotismo implicam na necessária solidariedade entre as pessoas, mormente na busca da preservação dos princípios fundamentais e da constituição de um Estado que prospere no trabalho em prol da coletividade.

Por conseguinte, a conclusão de que faltam brasilidade, civismo e patriotismo no Brasil se deve à ausência de participação do povo nas questões políticas e sociais, que são de interesse de todos, posto que o cidadão não é tão somente um pagador de impostos, mas um membro da sociedade que precisa ocupar espaços e exigir seriedade dos portadores de função pública.

A brasilidade, o civismo e o patriotismo são necessários porque a cidadania não pode ser relegada a segundo plano e os cidadãos não podem ser meramente figurativos. O brasileiro precisa participar mais da vida do país, protestar mais por direitos e garantias, cobrar mais honestidade, seriedade e ética, discutir mais as problemáticas do governo e fazer uma autocrítica das suas fragilidades.

A brasilidade, o civismo e o patriotismo requeridos não significam nacionalismo exacerbado ou alienação, mas uma forma de engajamento do cidadão na defesa dos interesses difusos e coletivos, que socorram a todos, com isonomia e igualdade.

É certo que o brasileiro não suporta mais a pecha de tupiniquim e ser conhecido apenas pelo futebol e samba. Mais do que isso, o brasileiro quer ser visto de outro jeito, melhor, e mostrar a sua competência no futebol, no samba, na ciência, nas artes, no agronegócio, na indústria, no comércio, na prestação de serviço, nas profissões liberais, na tecnologia, na defesa do meio ambiente e no progresso com sustentabilidade.

A brasilidade, o civismo e o patriotismo são imprescindíveis porque essa competência acima referida exige a prevalência desses valores universais. A mudança começa com o conhecimento de cada um em benefício celebrado por todos. A desigualdade social, por exemplo, requer a união de forças para que seja eliminada. A corrupção, outro mal terrível, requer o combate severo da sociedade, sem interrupção e sem piedade. Ou seja, a brasilidade, o civismo e o patriotismo, na medida certa, são capazes de unir o povo em torno de interesses comuns, porque acima do indivíduo está a coletividade, o bem metaindividual em benefício de todos, paritariamente. Esse deve ser o objetivo da sociedade - o interesse coletivo na defesa de um Brasil melhor para todos. Brasilidade é isso. Simples assim!

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Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).




Comentários

  1. Mais uma vez um excelente texto na defesa urgente dos valores do país. Civismo no trânsito, na fila do banco, nos locais públicos, na vida. Patriotismo na exigência de homens públicos honestos e probos. Uma sociedade mais participativa, seja no Município, no Estado ou na União. O povo pode tudo, bastando equilíbrio e firmeza. Vamos minha gente, mudar esse país para melhor, para muito melhor, para nós e para os nossos descendentes. Congratulações Dr. Wilson,, por mais esse incentivo ao povo brasileiro. Marco A. S. P.

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  2. Nos Estados Unidos o povo coloca a bandeira do país até na porta de casa e sente orgulho disso. Em países da Europa as pessoas falam de seus países com tanto orgulho que chega a parecer exagero, mas é assim que é. Aqui as pessoas parecem ter vergonha do país, porque a política praticada pelos políticos e governantes é vergonhosa e deprimente. Mas não podemos deixar que esses safados políticos acabem com a nossa terra, com o nosso Brasil, com a nossa nação. Vamos varrer essa corja do território brasileiro e ocupar o espaço que é nosso, de direito. Meus cumprimentos ao Dr. Wilson Campos, que, pelo seu blog mostra ser um exemplo de advogado que queremos nesse país e na defesa da população. Juvenal S. V.Junior.

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