TSE: PRA QUE E PRA QUEM?
Ultrapassado
o deprimente show particular de quatro membros do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), que atuaram de forma condenável, que se deixaram tomar pela
subserviência, que envergonharam uma nação inteira e colocaram em evidência um
tribunal presidido por um ministro antipovo, resta à sociedade brasileira
apagar da história republicana os nomes desses senhores e se perguntar: TSE pra
que e pra quem?
Independentemente
de quem estivesse sendo julgado, o papel do tribunal é o de ser intérprete das
leis, praticante da transparência e exemplo de isonomia, dando o mínimo de
previsibilidade e de segurança jurídica aos jurisdicionados. No entanto, alguns
componentes da Corte se esquecem de suas reais prerrogativas e mergulham na
política. Ora, a função do juiz, no Estado de Direito, é de aplicar a lei, e
não criá-la, atividade esta reservada ao legislador. Nesse contexto, a
gravidade do julgamento realizado contrariamente à lei rende ensejo, por si só,
à necessidade de um mecanismo de correção. Afinal, a não aplicação da lei pelo
juiz, ou emissão de decisões judiciais contrárias a ela, afeta irreparavelmente
a própria certeza do direito.
O
Plenário do TSE decidiu pela improcedência da Ação de Investigação
Judicial Eleitoral (Aije 194358) que pedia a cassação da chapa formada por
Dilma Rousseff e Michel Temer, reeleita para a Presidência da República em
2014. Pelo placar de 4 votos a 3, a maioria dos ministros entendeu que não
houve abuso de poder político e econômico na campanha de ambos no último pleito
presidencial.
Logo
no início dos trabalhos de sexta-feira, 9, o vice-procurador-geral eleitoral,
Nicolau Dino, apresentou um pedido de arguição do Ministério Público para que o
ministro Admar Gonzaga fosse considerado impedido de participar do julgamento
do processo, por ter atuado como advogado de Dilma Rousseff na campanha
presidencial de 2010. Mas a proposta foi rejeitada por unanimidade pelos
ministros do TSE.
O
relator do processo, ministro Herman Benjamin, num brilhante, extenso e
detalhado voto, elencou provas, depoimentos e documentos que, na avaliação
dele, não deixam dúvida de que houve abuso de poder econômico no pleito de
2014. E sentenciou: “Eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva.
Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”.
As
provas, consideradas pelo relator como oceânicas, tamanhas a sua dimensão e
profundidade, foram descartadas pelos ministros que votaram contra a cassação e
elogiadas pelos ministros que votaram com o relator, a favor da cassação da
chapa Dilma-Temer.
Votaram pela absolvição: Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e Gilmar Mendes.
Votaram pela condenação: Herman Benjamin, Luiz Fux e Rosa Weber.
Para quem não conhece ou não conhecia ainda o TSE, trata-se de órgão máximo da Justiça Eleitoral, que exerce papel fundamental na construção e no exercício da democracia brasileira. Suas principais competências estão fixadas pela Constituição Federal e pelo Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15.7.1965).
Votaram pela condenação: Herman Benjamin, Luiz Fux e Rosa Weber.
Para quem não conhece ou não conhecia ainda o TSE, trata-se de órgão máximo da Justiça Eleitoral, que exerce papel fundamental na construção e no exercício da democracia brasileira. Suas principais competências estão fixadas pela Constituição Federal e pelo Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15.7.1965).
O TSE tem ação
conjunta com os tribunais regionais eleitorais (TREs), que são os responsáveis
diretos pela administração do processo eleitoral nos estados e nos municípios.
A Corte é composta
por sete ministros (Gilmar Ferreira Mendes – presidente; Luiz Fux - vice-presidente;
Rosa Maria Weber Candiota da Rosa; Antonio Herman de Vasconcellos Benjamin –
corregedor; Napoleão Nunes Maia Filho; Admar Gonzaga Neto e Tarcísio Vieira de
Carvalho Neto). Três são originários do Supremo Tribunal Federal, dois do
Superior Tribunal de Justiça e dois representantes da classe dos juristas –
advogados com notável saber jurídico e idoneidade.
Cada ministro é
eleito para um biênio, sendo proibida a recondução após dois biênios
consecutivos. A rotatividade dos juízes no âmbito da Justiça Eleitoral objetiva
manter o caráter apolítico dos tribunais, de modo a garantir a isonomia nas
eleições.
O TSE é presidido por
um ministro oriundo do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, como dito
logo acima, o ministro Gilmar Mendes preside a Corte. Todavia, a gestão desse
senhor deixa a desejar, uma vez que ele decide de acordo com os interesses palacianos,
desrespeita a Constituição e trai o sentimento do povo.
A existência do TSE
está sendo contestada. A absolvição da chapa Dilma-Temer compromete a imagem da
Corte que custa R$5,4 milhões por dia. A decisão do TSE, causadora de
indignação e descrédito, trouxe à tona o debate acerca da necessidade de uma
Justiça Eleitoral.
Segundo a ONG Contas
Abertas, o TSE tem orçamento para este ano de R$2 bilhões, ou seja, R$5,4
milhões por dia. Assim, diante desse custo absurdo, está na hora de perguntar ao
povo brasileiro se vale a pena manter essa Corte, que gasta muito, produz pouco,
protege a casta política e ainda faz ironias com a incredulidade dos cidadãos.
A moral do TSE está em baixa, com grave crise de imagem, sob suspeita de acobertamento
de crimes político-partidários. Ademais disso, causa engulhos perceber a falta
de independência do TSE em julgar e em encarar as provas robustas colhidas
durante o processo. A Corte está nas mãos de uma maioria duvidosa e não
merecedora da confiança da população brasileira.
No caso concreto do
julgamento da chapa Dilma-Temer, vale ressaltar que, excluídas as delações que provocaram
polêmica nos debates, há provas “oceânicas”, “amazônicas”, que justificam a
cassação: compra do apoio de partidos políticos, pagamento por serviços não
prestados por gráficas de fachada e contratos de construção de navios-sonda com
pagamentos de propina, entre outros. Portanto, pelo conjunto da “obra”, arquitetada
por mentes criminosas de políticos afeitos a impunidade, detectam-se enormes
indícios e provas, que são mais que suficientes para cassar a chapa e o
mandato.
No entanto, a punição
não ocorreu. Os ilícitos foram varridos para debaixo do tapete suntuoso do TSE.
A justiça não foi feita. Os criminosos saíram ilesos e impunes. A Justiça
Eleitoral segue servindo apenas para emitir títulos de eleitor e fazer
licitação para comprar urnas. Agora, pagar R$5,4 milhões por dia pra isso? Um
custo absurdo para pouco serviço. Dinheiro jogado no ralo, com uma Corte que não honra os
brasileiros e não honra o verdadeiro Judiciário.
A rigor, a pergunta que
não quer calar: TSE pra que e pra quem?
A comemorar, com absoluto
entusiasmo, apenas o voto histórico e demolidor do relator, ministro Herman
Benjamin, que produziu uma peça digna da magistratura que se espera atuante
nesse país.
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Wilson Campos
(Advogado/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental/Presidente
da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da
OAB/MG).
Com certeza vimos um show de horrores estrelado por Gilmar e seus três comandados. Uma vergonha sem precedentes nesse país, ainda mais partindo de um TSE sem nenhuma utilidade prática, um tribunal que poderia ser substituído pelos TREs estaduais. O Brasil no buraco e gastando 5 milhões de reais por dia com esse pessoal sem nenhuma serventia. Um absurdo. Uma vergonha. Vamos fechar esse TSE e acabar com esse gasto milionário diário e usar os 5 milhões por dia com construções de escolas para a juventude, de estradas para o desenvolvimento, de cadeias para colocar esses bandidos da política corrupta e do judiciário subserviente. Vamos lá Brasil!!!! Gostei muito do artigo e vou acessar sempre o blog, porque o Dr. Wilson Campos, autor, foi claro e justo na sua apresentação. Jayme B. de A. V.
ResponderExcluirConcordo com a ideia do texto e sou mais um eleitor indignado e traido. Vamos limpar o Brasil, começando pelos políticos corruptos e pelos juizes vendidos. Salatiel J. D.C.
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