VÍTIMAS INOCENTES DA TRAGÉDIA.



“Senhor, fazei-me um instrumento de Vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvida, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. E onde houver trevas, que eu leve a luz”. (Oração de São Francisco).

Na manhã do dia 5 próximo passado, sete crianças e uma professora morreram depois de um segurança atear fogo em uma creche em Janaúba, no Norte de Minas Gerais. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o vigia do Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente despejou álcool em crianças e nele mesmo e, em seguida, colocou fogo. No horário havia 75 crianças e 17 funcionários na creche. O agressor morreu. A tristeza se instalou na cidade, tamanha a dor causada pela morte de inocente e indefesos.

Os inocentes, anjos de luz, crianças angelicais e no começo da vida, esperanças de um futuro melhor, deixam um vazio no peito da sociedade e arrancam pela dor da ausência um pedaço do coração dos pais. A comoção só não é maior, no Brasil e no mundo, porque as pessoas não conseguem acreditar no que ocorreu. Mas, lamentavelmente, a tragédia aconteceu. E ninguém consegue entender o por que dessa crueldade, desse ato tão desumano (?!).

A dor imensa, o choro e o coração sangrando não machucam apenas os parentes, mas também uma nação inteira que se solidariza e pede de joelhos que os anjos, que morreram tão crianças, tão inocentes, nos perdoem pelo nosso pouco amor, porque este, por aqui, não saberemos encontrar enquanto não agirmos como gente, na excelência e na percuciência disso que pensamos que somos – seres humanos. Mas será que um dia a sociedade será verdadeiramente humana e solidária?

O desespero atinge os adultos, por não compreenderem como pode ser assim, desse jeito, a vida em sociedade. Ninguém conhece ninguém. O ato de selvageria surpreende e assusta, terrivelmente. O grito de socorro saiu e ainda sai engasgado, tamanha a brutalidade do ataque que feriu dezenas de pessoas, que foram internadas em hospitais de Janaúba, Montes Claros e Belo Horizonte. Um dia depois do ataque, 43 pessoas seguiam internadas e entre os feridos que seguem em hospital, 39 são crianças, anjos, inocentes. As mortes ocorridas no dia da tragédia e nos dias seguintes só aumentaram a dor e o desespero das famílias brasileiras.

Dói relatar que algumas crianças apresentaram queimaduras pelo corpo e vias aéreas; uma das vítimas, de 5 anos, teve 45% do corpo queimado. Dói informar que sobe o número de mortos. Dói reconhecer que vivemos em um mundo de incompreensão e violência, que chega ao cúmulo de vitimar anjos, crianças, inocentes. Dói conviver com perdas de pessoas que nada fizeram para partir assim, de repente, e tão covardemente atingidas sem nenhuma motivação.

Como explicar uma ação tão insana de um segurança, que deveria proteger e, ao contrário, ataca com fúria anjos inocentes? Dizem que a insanidade mental pode ter levado o agressor ao ato extremo de barbárie. Entretanto, não há justificativa aceitável para um gesto tão cruel. Uma professora teve 90% do corpo queimado e morreu, não sem antes salvar vários alunos, como que na entrega de mais uma missão cumprida, além de tantas na magistral atividade de ensinar. Essa professora, acostumada ao maravilhoso trabalho de conduzir pelas mãos as crianças ao saber, conduziu muitas à salvação, num gesto máximo de doação e amor.

Não nos resta outra saída que não seja a de pedir serenidade e prestar solidariedade aos familiares. Não é muito, mas as orações e as preces complementarão os pedidos de paz e amor para essas mães, pais, irmãos, familiares e amigos. Os nossos pedidos e as nossas orações são para que os anjos que nos deixaram encontrem a paz verdadeira em um lugar melhor do que esse, e para os anjos que sofreram e ainda sofrem com dolorosas queimaduras, as nossas preces, o nosso conforto e os nossos mais fervorosos votos para que estejam com as suas famílias, e retornem para a escola, para a alegria, para os amigos, para a continuidade do viver, e que este continuar seja de absoluta paz e harmonia.

Ao fim desse texto, o mais triste é relatar que subiu para 11 o número de mortos - nove crianças, uma professora e o agressor. Que tristeza! Que absurdo isso acontecer com crianças, com pessoas inocentes, com seres humanos amados e queridos

Aos sobreviventes da tragédia, os nossos derradeiros votos para que se reintegrem e persistam na caminhada, porque a vida continua. A todos - crianças e adultos -, votos de muita força, perseverança e paz.   

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Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).




Comentários

  1. MUITO TRISTE. UMA COISA INACREDITÁVEL. O SER HUMANO FAZER ISSO COM CRIANÇAS INOCENTES É UMA COVARDIA IMENSA. O ARTIGO ME DEIXOU COM LÁGRIMAS NOS OLHOS, PARABÉNS DOUTOR W. EU SOU MINEIRA E ESTOU MUITO TRISTE COM ISSO. MUITO TRISTE DE VERDADE. ADELINA M. G. B.

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