ALGO INVISÍVEL ESTÁ ADVERTINDO O MUNDO.


De repente, sem aviso e sem alarde, algo invisível surgiu do nada e meteu medo na população mundial. Os países, sem exceção, revelam severa preocupação. O desespero não é apenas dos pobres, mas também dos ricos e dos poderosos.

Não há, agora, separações de classes ou categorias. Todos são iguais diante da ameaça que os amedronta. A incredulidade não é apenas das crianças e dos idosos, mas também dos jovens que gozam de perfeita saúde e malham diariamente nas academias. Algo invisível está assustando o mundo, e já lhe deram um nome: coronavírus/Covid 19.

As ruas das mais lindas capitais do mundo estão quase desertas. O corre-corre não tem mais sentido, porque parece que o mundo parou. As pessoas estão em casa e passam a ter muito mais tempo para si, para os filhos e para as famílias. Os veículos estão nas garagens e não poluem o meio ambiente. O preço dos combustíveis caiu, a bolsa despencou e a disparada foi apenas do pânico daqueles que mergulharam nas prateleiras dos supermercados e compraram para estoque, de forma desnecessária e irresponsável.

Os hospitais estão tomados pelos que se encontram em tratamento e pelos que procuram uma resposta para a doença. Os médicos estudam e acompanham o desenvolvimento e a proliferação do vírus, que torna-se cada vez mais perigoso em razão da falta de cuidados e de empenho de muitos, inclusive, dos governos municipal, estadual e federal. A tecnologia, a estrutura e o aparelhamento dos hospitais públicos são precários, porque o Estado preferiu construir estádios e arenas monumentais em vez de se preocupar com a saúde pública. Os governos populistas optaram por despejar R$8,38 bilhões nas obras do mundial de futebol de 2014 em vez de investir na construção de hospitais, postos de saúde e unidades de pronto atendimento.

As escolas estão fechadas e as crianças ficam em casa, complicando ainda mais a vida dos pais, que precisam sair para trabalhar, mas não podem, porque não têm com quem deixar seus filhos. A ordem da vida se confunde e se perde no confronto com as mazelas provocadas pelo vírus. O trabalho deixou de ser prioridade para as pessoas, que se deparam com o indecifrável, até mesmo os grandes cientistas, que têm definições distintas para a mesma doença.

Algo invisível está advertindo o mundo. As nações desenvolvidas estão batendo cabeça à procura de uma solução, que não vem, pois a política nunca se preocupou, de fato, com a qualidade de vida do planeta. A natureza que o diga, o quanto sofre com tanta mutilação, depredação, destruição e abandono. Se a poluição diminuiu nas últimas semanas, não foi porque o homem se preocupou com o ar, com as árvores ou com o meio ambiente, mas foi porque o mundo parou, os carros e os caminhões estão estacionados, os aviões e os navios não têm mais passageiros, e o ir e vir se transformou num verdadeiro risco. Ou seja, os valores foram invertidos, graças à indiferença da sociedade moderna.

Raul Seixas tinha razão quando gravou, em 1977, a música que reflete os atuais dias de pânico diante da pandemia do coronavírus (Covid 19):

"Essa noite eu tive um sonho de sonhador. Maluco que sou, eu sonhei com o dia em que a Terra parou, com o dia em que a Terra parou. 

Foi assim. No dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa. Como que se fosse combinado em todo o planeta. Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém.

O empregado não saiu pro seu trabalho, pois sabia que o patrão também não tava lá. Dona de casa não saiu pra comprar pão, pois sabia que o padeiro também não tava lá.
E o guarda não saiu para prender, pois sabia que o ladrão, também não tava lá.
E o ladrão não saiu para roubar, pois sabia que não ia ter onde gastar.

No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou.

E nas Igrejas nem um sino a badalar, pois sabiam que os fiéis também não tavam lá.
E os fiéis não saíram pra rezar, pois sabiam que o padre também não tava lá.
E o aluno não saiu para estudar, pois sabia o professor também não tava lá.
E o professor não saiu pra lecionar, pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar.

No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Uuu)
No dia em que a Terra parou.

O comandante não saiu para o quartel, pois sabia que o soldado também não tava lá.
E o soldado não saiu pra ir pra guerra, pois sabia que o inimigo também não tava lá.
E o paciente não saiu pra se tratar, pois sabia que o doutor também não tava lá.
E o doutor não saiu pra medicar, pois sabia que não tinha mais doença pra curar.

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Foi tudo)
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou.

Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei.

No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Eu acordei)
No dia em que a Terra parou (Acordei)
No dia em que a Terra parou (Justamente)
No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê…)
No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra parou)".
(Compositores da letra: Raul Seixas e Cláudio Roberto).

Os estádios brasileiros, típicos elefantes brancos, estão vazios; os shows musicais, cancelados; as viagens nacionais e internacionais, prorrogadas; as grandes aglomerações, proibidas; as reuniões, os seminários e os congressos, adiados; boa parte dos trabalhadores, em home office; o comércio e a indústria, desacelerados; as autoridades municipais, estaduais e federais, de braços cruzados e em conflito político constante, por incompetência, estão inertes e omissas; e só restam tristeza e lamento por todos os cantos. Mas isso vai passar, e que sirva de lição para os governantes, todos, sem exceção, para que pensem mais nas pessoas, no ambiente sadio, nas áreas vitais da vida da sociedade, que se principiam na segurança, na educação e na saúde. Ora, sem saúde não há povo e sem povo não há nação. 

Nas redes sociais surgem ironias de pessoas que comentam o fato de o Congresso e o STF estarem com suas atividades paralisadas, e essas pessoas compartilham que as duas instituições não fazem falta alguma ao povo brasileiro, uma vez que apenas defendem seus próprios interesses e não trabalham pelo bem da coletividade e nunca se preocuparam com os cidadãos comuns. Um duro recado para o Congresso e para o Supremo, nas ruas e nas redes sociais.

E assim é hoje: o Primeiro Mundo assustado; a maioria dos países sem ação diante do coronavírus; o Brasil assaltado pela politicagem sórdida de partidos que loteiam o Orçamento para financiar campanhas eleitorais, e que não pensam nas verbas necessárias para a saúde pública e para acudir as pessoas extremamente vulneráveis e doentes, que poderiam estar em melhores condições não fossem a beligerância irresponsável do Estado e a falta de cuidados e a desinformação da sociedade, somadas à arrogância e ao egoísmo dos grandes e ao silêncio e à submissão dos pequenos.

Independentemente dos problemas e das dificuldades sociais e culturais do Brasil, resta ao mundo, aos seres humanos, cair de joelhos e pedir perdão a Deus pelos erros e por tudo. E começar de novo, mas de forma diferente - privilegiando a igualdade, a humanidade, a humildade e a vida; respeitando a flora, a fauna e as águas; e permitindo deixar viver em paz, a comunidade mundial.

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG).


Comentários

  1. Madalena M. Souza O.20 de março de 2020 às 12:02

    O mundo está precisando de DEUS. A política suja dos países contra países está sendo punida pelas mãos do próprio homem que produz seu destino e traça sua caminhada. Que DEUS tenha piedade de todos nós e nos ajude a seguir tentando ser melhores do que somos hoje. Portanto Dr. Wilson Campos seu recado é importante para todos que leem sua mensagem aqui e nos jornais porque sua mensagem é de ordem e amo0r para todos os de boa fé e que respeitam as leis. PARABÉNS E QUE DEUS ABENÇOE TODOS NÓS. Madalena M.S.

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