TRF DE MINAS PODE NASCER ATÉ JULHO DE 2020.
Está
sendo esperado para até julho de 2020 o nascimento do Tribunal Regional Federal
(TRF-6), em Minas. A expectativa é grande, apesar de
tantos problemas e tantas intervenções ao longo de 18 anos em face da criação
de um tribunal federal exclusivo no território mineiro.
O
caso ainda depende do Congresso Nacional, embora se trate de uma discussão
desenvolvida ao longo de anos e anos, com manifestações majoritárias a favor da
instalação do tribunal em Belo Horizonte e de forma a atender as demandas dos
jurisdicionados relativas à esfera federal.
No
meio do caminho surgiram impedimentos para a criação do TRF-6. Em 2013, a
decisão do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que suspendeu os efeitos da
Emenda Constitucional 73/2013, durante o julgamento da ADI 5.017, jogou por
terra as esperanças dos mineiros e impediu o curso do surgimento do TRF-6, que
já estava nos planos dos advogados e dos magistrados, em razão do grande número
de processos parados no TRF-1 em Brasília, que abarca processos de 13 estados e
do Distrito Federal, acumulando julgamentos que demoram até 10 anos para ser
colocados em pauta.
A
referida decisão citada logo acima, contrária aos interesses dos mineiros,
obstou a oportunidade de se redimensionar a segunda instância da Justiça
Federal e prestou um grande desserviço aos cidadãos, retirando-lhes o direito a
uma prestação jurisdicional célere e eficiente.
O
presidente do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, que
enviou em novembro de 2019 um projeto de lei ao
Congresso Nacional propondo a implementação do TRF-6, tornou-se a
partir daí o grande incentivador da realidade de um tribunal federal a serviço
dos mineiros, justificadamente, uma vez que o volume e a importância dos processos
e das demandas são mais que evidentes.
A necessidade do desmembramento do TRF-1, que,
conforme dito, hoje abarca 14 unidades da federação, foi reforçada no Anuário da Justiça Federal. De acordo
com os dados reunidos pela editora Conjur, o TRF-1 tem hoje uma média de
processos por desembargador 260% maior que a dos demais tribunais. São 26 mil
ações por magistrado que significam um acervo de 568 mil processos. O volume de
serviço é apontado como justificativa para implantar o sexto tribunal, com sede em Belo Horizonte.
Autor do projeto, o ministro João Otávio de Noronha afirmou que a articulação para aprovar a
proposta já está sendo conduzida no Congresso Nacional. O texto conta com a
adesão da bancada federal
mineira e com o apoio institucional da Assembleia Legislativa (ALMG), que enviou representantes na
semana passada ao STJ para entregar uma carta favorável à medida. O relator da
matéria é o deputado federal Fábio Ramalho.
“Estimo que
a gente consiga implantar até julho
esse novo tribunal”, afirmou o
ministro Noronha, garantindo que a proposta não gera nenhum custo extra para o
judiciário. Aliás, segundo ele, o projeto transforma 22 cargos de juiz
substituto em 18 de juiz federal vinculados ao TRF-6. Também não será
necessário construir estrutura física, já que o TRF-6 funcionará no prédio da
Justiça Federal.
De acordo com o presidente do STJ, Minas Gerais é responsável por cerca
de 35% dos processos que tramitam no TRF-1. “É
evidente que o TRF-1, de Brasília, está saturado. Tem desembargador com 35 mil
ou 40 mil processos para relatar. Com o TRF-6,
tira esse serviço e deixa o tribunal mais perto do jurisdicionado”,
argumentou. Segundo o ministro, o tribunal regional mineiro nascerá 100%
informatizado e moderno. Não há previsão de concurso público, já que a ideia é aproveitar
as vagas existentes.
Pelo projeto de lei enviado ao Congresso, o TRF-1
indicará os cargos vagos de varas com baixa distribuição processual para serem
extintos com a criação do TRF-6, que será composto de 18 membros.
Os juízes do atual tribunal poderão optar por ser
removidos para o novo. O orçamento será composto pela média destinada à seção
judiciária de Minas Gerais apurada nos últimos cinco anos. Segundo o STJ, 206 vagas do TRF-1 previstas no
orçamento da Justiça serão alocadas no novo tribunal em Minas. Há ainda 195
servidores que atuam em seções judiciárias mineiras que atuarão em estruturas
administrativas compartilhadas.
No anuário
da Justiça, a criação do tribunal exclusivo para Minas é apontada como
solução para desafogar o Judiciário. O documento mostra que o tempo médio para
se obter uma decisão no TRF-1 atualmente é de três anos e um mês, enquanto nos
demais tribunais regionais federais o período é de cerca de um ano até um ano e
11 meses. O texto traz depoimentos de desembargadores endossando a necessidade
da criação do novo tribunal.
Em assim sendo, nada mais justo que a criação do
TRF-6, que beneficiará os mineiros em seus interesses, negócios e demandas na
seara federal, os quais dependem de uma prestação jurisdicional mais célere e
não como ocorre hoje, com milhares de processos parados ou conclusos e sem data
para julgamento. Esse sofrimento dos cidadãos e dos advogados de Minas Gerais
precisa acabar. Ademais, a contribuição tributária de Minas para o Brasil
requer retribuição na prestação de serviço do Estado, e que assim seja, com a
instalação do TRF-6 em Minas, até julho de 2020, sem mais delongas. O povo
mineiro tem todo o direito de contar com um tribunal federal mais próximo e com
serviços mais rápidos.
Fontes: STJ e Jornal Estado de Minas.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de
Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado
de Prerrogativas da OAB-MG).
Que assim seja nobre colega Dr. Wilson. Com o TRF mineiro os cidadãos, os contribuintes e os advogados poderão ter retorno mais rápido nas lides federais. Já passou da hora de o Congresso reconhecer a importância de Minas e votar pela instalação do Tribunal em BH/MG, para prestar um serviço público de melhor qualidade aos demandantes. Que venha rápido e não passe de julho/2020. Saudações doutor e parabéns pela qualidade do seu Blog. (a) João Carlos T. Saldanha - advogado e consultor em SP,RJ,RS e MG..
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