A POLÍTICA NO BRASIL NÃO É PARA AMADORES.

 

As pressões e contrapressões na política brasileira são surreais, odiosas e aniquiladoras. Quem se coloca contra os interesses das hostes políticas é massacrado. O trator dessa gente passa por cima, impiedosamente.  

Não é preciso voltar muito no tempo para detectar grandes traições, rasteiras, mentiras, delações, golpes, farsas e até impeachment. Ou seja, a política no Brasil não é para amadores. 

Todos devem se lembrar do caso Dilma e Temer. A "ex-presidenta" acusou Temer de traição. Segundo ela, o seu vice-presidente Temer teria atuado fortemente nos bastidores para garantir os votos necessários no Congresso e provocar seu impeachment. E foi o que aconteceu, e Temer foi flagrado sorrindo quando Dilma foi afastada. 

Também ocorreram outros casos não menos graves, recorrentes na história, da cria que se volta contra o criador. Aconteceu com Montoro e Quércia. Com Quércia e Fleury. Com Maluf e Pita. Com Alckmin e Doria. Com Itamar e Fernando Henrique. Isso, para citar apenas alguns dos mais rumorosos, onde o político se projeta aproveitando a ajuda do "padrinho" e na primeira oportunidade já está descendo a lenha naquele que o apoiou. 

Nesse mesmo sentido, repercutiu o caso de Alexandre Frota e Rodrigo Maia. Num momento, Frota esculacha Maia com todos os palavrões possíveis e encontrados no fosso da sua rasa literatura, noutro, só falta beijar os pés do ex-presidente da Câmara dos Deputados. Nenhum dos dois tem envergadura política, mas eles sabem bajular quando isso é necessário e conveniente aos seus interesses pessoais. 

Atualmente, a população brasileira assiste de camarote as rusgas ferrenhas entre partidos de mesma ideologia e entre políticos de mesma legenda. Uns mudam de partido por conveniência pessoal e dão uma banana para o partido que ajudou a elegê-los. Outros prometem parceria e fidelidade a certos candidatos majoritários e depois pulam do carro em movimento. E muitos mais traem, delatam, fingem, mentem e apunhalam pelas costas aqueles com os quais estiveram por muitos anos. 

Um fator interessante de se observar é o de que uma campanha para  deputado federal em SP, RJ e MG, por exemplo, não sai por menos de R$2,5 milhões. Ora, se a campanha política é tão dispendiosa e os candidatos gastam acima do que ganham, por que se empenham tanto em assumir a tão "sacrificada" missão de servir ao povo? A conclusão: a política no Brasil não é para amadores.  

Outro sistema bruto que vive nas cercanias da política é a chamada indústria do superfaturamento. As obras públicas, nas três esferas da administração (federal, estadual e municipal), quase sempre são realizadas com um "cala boca" por fora, ou seja, com uma soma em dinheiro a mais. E assim os "nobres" representantes do povo vão enchendo seus bolsos e repondo as diferenças entre o que ganham de salário e o que gastaram nas campanhas. E vem a nova conclusão: a política no Brasil não é para amadores.

O lamaçal da politicagem é controlado pelos caciques da política, que têm em postos chaves pessoas de confiança que abrem espaços na direção de contratos inflados e negócios facilitados. Os políticos sujos, mais conhecidos como tratores da política, ganham muito dinheiro com essas negociatas e o povo, sempre o povo, paga a conta. Então, você concorda que a política no Brasil não é para amadores?     

passou a atuar nos bastidores para garantir os votos necessários no Congresso para afastá-la.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/06/30/o-brasil-virou-a-republica-da-traicao-veja-alguns-casos-politicos-e-conclua.htm?cmpid=copiaecola

passou a atuar nos bastidores para garantir os votos necessários no Congresso para afastá-la.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/06/30/o-brasil-virou-a-republica-da-traicao-veja-alguns-casos-politicos-e-conclua.htm?cmpid=copiaecola
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Os pré-candidatos à presidência da República em 2022, mesmo os mais astutos e experientes, não escapam dos tratores da política, e são testados todos os dias e de todas as formas.

A caminhada rumo ao Palácio do Planalto é espinhosa e cheia de armadilhas e de emboscadas. Até o fogo amigo precisa ser pensado e combatido, haja vista que a desconfiança será sempre um trunfo dentro das quatro linhas dos segmentos partidários.

Quase nunca o discurso alinhado à ética e à postura é usado pelos protagonistas. O normal é usar a metralhadora giratória e disparar contra todos que se colocam na contramão de suas aspirações. A maioria dos pré-candidatos prefere o confronto, o embate e a cansativa troca de farpas.

As questões sociais e econômicas, efetivamente, passam ao largo das entrevistas, notadamente pelo fato de que os atores em pré-campanha não detêm conhecimento suficiente sobre o país. Um ou outro sabe ou conhece algo que seja impactante para cada unidade da Federação, e que não esteja a salvo ainda das consequências da pandemia de Covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia.

As necessidades emergenciais da população são pontos fora da curva nos gráficos dos pré-candidatos à presidência da República. O negócio é tentar diminuir o opositor pelo excesso de gestos agressivos e pela intimidação no tom de voz. Os problemas da sociedade e as reformas sempre adiadas ficam para o futuro, ou seja, “depois a gente vê”.

Nenhum dos “presidenciáveis” diz em entrevista algo sobre a previsão de uma inflação piorada no Brasil e muito menos enfrenta o tema da realidade do cenário de política monetária no exterior, surgidos com os dolorosos adventos da pandemia e do conflito militar na Ucrânia.

Sem adentrar o mérito das preferências políticas dos pré-candidatos, o certo é que todos, sem exceção, dão azo a discussões que não interessam à vida do brasileiro. A hiperpolarização entre a direita e a esquerda é pública e notória, mas não é isso que garante um amanhã melhor para o trabalhador, para o empresário, para a dona de casa ou para a família.

Resta sabido e consabido que a hiperpolarização interessa àqueles que se favorecem dela. São os políticos, os partidos e os grupos mais extremistas que se alimentam do descontentamento e da intolerância para conquistar apoio e simpatia às suas causas e aos seus interesses.

Neste ano de 2022, ano eleitoral, o que mais se verá por aí é o exercício descarado de uma hiperpolarização burra, que não agrega valores. O ano promete muitas emoções. As baixarias, as mentiras e as intrigas farão ferver o caldeirão da política. Os interesses pessoais serão colocados à frente dos interesses do povo e da democracia. A temperança e o equilíbrio ficarão em último plano.

E tudo isso por quê? Ora, a disputa eleitoral no Brasil vem criando clima de hiperpolarização entre a chamada ala de direita do presidente Jair Bolsonaro e a esquerda radical do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda à espera da chegada de uma terceira via para a corrida presidencial.  Daí que essa hiperpolarização não leva a nada e confunde o eleitor, com exceção daqueles que têm voto definido.

Portanto, de fato, a política no Brasil não é para amadores, bastando para isso ler os jornais e assistir os noticiários da tevê. São pré-candidatos fingindo desistir e depois voltando para os braços dos mesmos correligionários; outros falando besteiras e filosofando sem conhecimento de causa sob o efeito de álcool; e alguns mais que não empolgam, são simples aventureiros e tentam a sorte apenas por tentar.

Enfim, como a política brasileira não é para amadores, melhor o eleitor se precaver e atentar para o histórico do político e se orientar pelo programa de governo dos pré-candidatos ou dos já candidatos confirmados à época do voto na urna. As opções são muitas, mas a qualidade é pouca. Então, sem mais delongas, que o pré-candidato fale mais sobre políticas públicas e pare de vez com esse mimimi político-partidário; e a população faça valer a sua assimilação quanto à figura do presidente e ao cenário político nacional.

Hoje é 1º de abril (dia da mentira), mas tudo que foi acima mencionado é a mais pura verdade e precisa ser levado a sério. Creia!    

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Um caso também recente dr. Wilson Campos, foi o do Moro, ex-juiz, que foi levado ao cargo importante de ministro por Bolsonaro. Moro nem bem tinha exercido alguns meses como ministro no governo Bolsonaro e já queria deixar claro que tinha aspirações ao cargo de presidente da República. O comportamento de Moro causou estranhezas e Bolsonaro resolveu tirar Moro do Ministério. Aí o senhor Moro saiu atirando pra tudo que é lado, xingando e esbravejando. Resultado: Moro continua hoje aprontando das suas porque tem hora que diz ser candidato por um partido, noutra hora muda de partido e diz que não é mais candidato e no outro dia já volta a dizer que é candidato. Durma com uma barulheira dessa. Dr. Wilson gostei muito do seu artigo como sempre excelente. Abrs. Félix Sobrinho.

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  2. Dr Wilson eu passei por poucas e boas quando filiei a um partido e ia sair como candidato a deputado estadual. Durante meses fiz campanha e trabalhei feito louco para a minha eleição. Acredita que faltando uns 6 meses o partido abandonou minha candidatura e passou a apoiar outro candidato de um partido amigo por ideologia??? Acredita nisso???. Foi duro de aguentar. Perdi a eleição e nunca mais quis saber dessa porcaria desses covardes que mandam nos partidos políticos aqui no Brasil. São todos interesseiros e visam dinheiro, dinheiro, cifras e cifras. Abração Dr. Wilson e leio sempre seus artigos e sempre acompanho seu trabalho de cidadania pela OAB e por si próprio. Parabéns doutor. Abrs. Mariano Nóbrega. Grande BH. RMBH.

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  3. Creio que o brasileiro, aquele que tem acesso a alguma informação, seja de qualidade ou não, tem ciência desta triste realidade.

    Até o dia 1 de abril, tinha convicção de que a "3 via" havia falecido no início da multiplicação celular, isto é, muito antes de se tornar "gente".

    Dia 2 de abril, em SP, participei do 6 encontro nacional do Partido Novo e, confesso, saí com o espírito renovado.

    Você sabe o quão crítico e cético sou. Conhece um parcela da minha trajetória. Nunca apoiei nada e ninguém que eu não acreditasse. Errar, me equivocar?! Isto já aconteceu, porém, a cada dia, os meus filtros estão cada vez mais austeros.

    No debate presidencial e em alguns estados, o Brasil terá uma grande surpresa. Teremos a "3Via" de fato .

    Mesmo sem a utilização do fundo eleitoral, fundo partidário, acredito que as ideias, as propostas, dentro da realidade, necessidade, oportunidade e prioridade, poderão fortalecer e surpreender, com novos atores.

    O Brasil não quer mais do mesmo.

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  4. Eu sou Bolsonaro e quanto mais conheço os inimigos de Bolsonaro mais eu fico do lado dele.
    A política realmente não é para amadores aqui no Brasil. È difícil separa o joio do trigo porque quase tudo é joio, não presta e faz mal à sociedade. Muito bom o artigo dr Wilson e parabéns. Att: Maristela Salles.

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  5. Quando eu vejo quem fala mal do Bolsonaro e quem está contra Bolsonaro eu sei do lado que devo ficar - do lado do presidente que defende a família, a ordem e o progresso. A esquerda me decepcionou muito e nunca mais voto em ninguém da esquerda. Nunca mais. Gratidão doutor Wilson Campos e parabéns pelo blog e pelos artigos nos jornais com assuntos de muito valor para todos nós. Clésio Zanoni.

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  6. Eu sempre leio com atenção seus artigos dr. Wilson. E a parte que mais gostei hoje foi esse alerta geral: ..."Enfim, como a política brasileira não é para amadores, melhor o eleitor se precaver e atentar para o histórico do político e se orientar pelo programa de governo dos pré-candidatos ou dos já candidatos confirmados à época do voto na urna. As opções são muitas, mas a qualidade é pouca...". Que assim seja. Abr. Walquíria D.Silva.

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  7. Ricardo S. F. Filho8 de abril de 2022 às 16:25

    Meu caro Doutor Wilson eu já disse pro senhor se candidatar a Senador porque o senhor tem tudo a ver com o seu jeito correto e honesto de ser e além disso é competente no que faz e escreve muito bem e sabe das coisas do nosso Brasil. O senhor deveria estar no Senado e não aqueles senadorzinhos das cpis que só querem aparecer na televisão. Candidata aí doutor e conte com meu voto e com votos de mais centenas de amigos e familiares e colegas e empresários que conheço e que gostam e admiram o senhor, e olha que vamos buscar outros mais aqui e no interior parta votar no senhor . Vamos lá meu caro advogado. Abração. Ricardo SFF.

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  8. Vander e Luzia Magalhães8 de abril de 2022 às 16:29

    Aproveitando a deixa aí do amigo do comentário de cima eu também corro atrás de mais centenas de votos para o amigo Wilson Campos e minha turminha qui também vai batalhar com certeza. Dr. Wilson é só o senhor falar que vai ser candidato a Senador e vamos juntos e vamos vencer pode acreditar. Abr. de Vander e Luzia Magalhães.

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