OS CANDIDATOS, OS ELEITORES, A INTERNET E AS ELEIÇÕES DE 2022.

 

Há quem diga que os candidatos mais ricos levam vantagem e saem na frente na campanha eleitoral, haja vista que o dinheiro gasto com propaganda, articulação e mobilização proporciona a vitória. Mas também há quem afirme que os candidatos mais pobres ganham a corrida quando são prestigiados por entidades de classe, associações de bairros, movimentos sociais e têm um currículo de bons e grandes serviços prestados à coletividade.

Os eleitores mais cautelosos não revelam em quem vão votar, e esse pessoal é uma considerável parcela da sociedade. Os eleitores de cabresto votam em quem os “caciques regionais” mandam. Os eleitores intelectuais preferem a esquerda e anulam o voto quando no segundo turno só restam candidatos do centro ou da direita. Os eleitores militantes não trocam as promessas de cargos públicos recebidas por nenhum dinheiro, e votam no candidato que prometeu as benesses. Os eleitores comuns, conscientes e inteligentes pesquisam, avaliam e escolhem o melhor entre todos, dando preferência àquele tido como probo, honesto, ético, trabalhador e ficha limpa.

A internet por certo será uma ferramenta fundamental, de uso diário dos eleitores e dos candidatos. Mas isso não significa dizer que o contato “tête à tête” deixará de existir, mesmo porque o eleitor gosta de conhecer a desenvoltura do candidato e seu potencial para enfrentar as ruas e as pessoas. A internet e as redes sociais não são suficientes para eleger um candidato. As pessoas preferem ver de perto como se comporta o candidato quando questionado sobre certas demandas sociais, como por exemplo: emprego, alta do custo de vida, preço do gás, inflação, saúde, educação, transporte e segurança.

Mas as demandas sociais não ficam por aí, posto que determinados segmentos da sociedade querem saber dos candidatos sobre: livre expressão; censura; interferência de um Poder na competência dos outros dois Poderes; atribuições do cargo disputado; reformas administrativa, política e tributária; redução da taxa de juros; mercado, financiamento e investimento; infraestrutura e logística; turismo; construção e ampliação de estradas; modernidade dos metrôs;  entre outros temas relevantes para a sociedade civil organizada.

A campanha eleitoral é tão ferrenha no Brasil que, embora proibida nesse momento pré-eleitoral, os 150 milhões de eleitores já são acossados por ela, de forma veemente. As brigas e os ataques são vistos diariamente na velha imprensa, que só mostra o lado feio do candidato que não lhe agrada. A internet e as mídias sociais inundam os celulares com mensagens positivas dos candidatos preferidos, mas o troco vem do outro lado, daqueles que pensam de maneira diferente e têm outras preferências políticas e pessoais.

E assim se desenvolvem as campanhas já em curso, inapropriadamente, com discussões artificiais, esquecendo-se os candidatos dos quase 30 milhões de brasileiros miseráveis, que vivem na maior pobreza, e grande parte morando em barracas de papelão e lona plástica nas ruas das pequenas, médias e grandes cidades. Todavia, a solução para essas demandas sociais ninguém tem, mas promessas serão ouvidas de norte a sul e de leste a oeste do país. Serão apenas promessas para os ouvidos carentes de uma sociedade ainda mais carente de pacificação dos problemas graves da população. Caminhos não serão apontados, mas os candidatos chegarão às lágrimas quando discursarem sobre as mazelas, a fome, a miséria, o desemprego e as mortes causadas pela pandemia de Covid-19. E, por incrível que pareça, algumas marionetes puxarão aplausos e vivas para a fala ensaiada do “nobre” político em campanha.  

Não estranhem o atrevimento, mas ao meu sentir muitos eleitores vão definir seus votos pensando no retorno financeiro, na localidade onde mora e na relação de amizade com o candidato. Essa tríade preferencial de grupos de eleitores foi mencionada no início deste artigo. A pessoa sem maturidade e sem independência tende a ficar do lado daquele político que pode ajudar com um emprego, que esteja mais perto do seu bairro e da sua cidade e que seja mais próximo para uma conversa ou um pedido. Lamentavelmente, uma parcela da sociedade é composta por eleitores que pensam e agem dessa forma.  

Porém, os tempos são outros e as eleições de 2022 podem surpreender. A mudança nas comunicações de massa, seja pela internet ou pelas mídias sociais, revela-se uma arma de forte convencimento, fazendo crer que os eleitores que mais leem e pesquisam vão votar nos candidatos que melhor se apresentarem em público e gerarem mais confiança. Mas os valores serão cobrados dos candidatos e serão muitas as qualidades exigidas, a começar por competência, capacidade, honestidade, simplicidade, preparo, equilíbrio, conhecimento, simpatia e a famosa e indispensável ficha limpa.   

Então, que venham as campanhas tão logo autorizadas, os programas de governo, as promessas eleitorais, as carreatas, as motociatas, as passeatas, as caminhadas pelas ruas, os debates nas TVs e as eleições de 2022! Deus ajude o Brasil!

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. É isso mesmo...que venham as eleições porque vamos escolher aquele que andar no meio do povo e não tiver medo da opinião pública cara a cara e frente a frente. Vamos ver o resultado. Candidato e povo misturado ou derrota nas urnas. Escolheram? Eu já. Dr. Wilson excelente artigo como sempre. Abr. Vantuil Diógenes.

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  2. Dr. Wilson para selecionar político nas eleições de 2022 é só começar pela Ficha Limpa. Não passou na fch limpa tá fora. Eliminação imediata. Todos que tem crimes e ações judiciais de roubo ou desvio ou qualquer outro crime político estão fora e não recebem voto. Ficha limpa é a régua que vai separar o joio do trigo. Abraço dr. Wilson Campos e vamos em frente nessa luta do senhor e nossa para moralizar nosso Brasil e banir os corruptos e ficha suja. Att: Cássia Salvador.

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