ALYSSON PAOLINELLI, O MENTOR DO EXITOSO AGRO BRASILEIRO.

 

O ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, de 86 anos, mineiro de Bambuí, morreu nessa quarta-feira, 29 de junho. Ele estava internado há um mês no Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, e foi diagnosticado com embolia pulmonar em razão de complicações de saúde após cirurgia para implantação de uma prótese no quadril.

O velório de Paolinelli foi realizado na capital, no Palácio da Liberdade, sede do governo do Estado de Minas Gerais.

Nos anos 1970, Paolinelli, ainda um jovem engenheiro-agrônomo, comandou a transformação da agricultura brasileira, até então deficitária e dependente de importações, numa potência internacional, que hoje alimenta mais de 1 bilhão de pessoas em cerca de 180 países. Por seu trabalho, foi indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz, em 2021 e 2022.

Paolinelli foi secretário da Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades (1971-1974, 1991-1994 e 1995-1998). Durante sua primeira gestão, idealizou e coordenou a implementação de uma nova matriz produtiva baseada em um modelo sustentável, unindo novas tecnologias a incentivos de políticas de crédito para estimular a modernização da agricultura mineira.

Com essa política, transformou Minas Gerais em um dos principais  produtores de café do país, ao alavancar o desenvolvimento de plantações no cerrado mineiro, por meio de novas técnicas de plantio desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com as Universidades Federais de Lavras (UFLA) e Viçosa (UFV) .

Alysson Paolinelli foi também ministro da Agricultura, entre 1974 e 1979, quando realizou a chamada “Revolução Verde” no Brasil, ao levar a experiência em Minas para outras regiões do país, transformando a até então improdutiva área do cerrado em um dos principais polos de produção de alimentos do país.

Essa política lhe rendeu o prêmio World Food Prize, em 2006, a maior condecoração da agricultura no mundo. Paolinelli ficou conhecido por defender a prática da plantação intercalada, ora voltada à determinada cultura de plantio, ora usada para pastagens, fortalecendo a manutenção nutritiva dos solos a longo prazo. 

Quem conhece sua história bem de perto afirma que Paolinelli patrocinou a maior revolução da agricultura tropical no planeta, de forma sustentável, o que representa uma diferença muito grande no atual cenário do agronegócio.

Muitos são os que reconhecem o excelente trabalho do ex-ministro da Agricultura – os produtores rurais, que dele receberam a tecnologia e a política agrícola moderna que os tornou competitivos internacionalmente; os consumidores, que passaram a se alimentar mais e com melhor qualidade e economia; e o Brasil, que mudou da penosa condição de importador para eficiente provedor de comida para o mundo.

Segundo Paolinelli, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o “Brasil matará a fome do mundo, se burrice e ideologia não atrapalharem”. Na ocasião, Alysson demonstrou satisfação pelo reconhecimento internacional como líder da chamada “revolução agrícola tropical sustentável”. Para ele, utilizando apenas as áreas já antropizadas do Cerrado, sem tocar em 54% da vegetação nativa ainda preservada, “o Brasil pode abastecer o mundo com as tecnologias disponíveis”. Mas alertou para o perigo de se inspirar em modelos esquerdistas da Venezuela e Argentina. “Não é por falta de recurso que o povo vai passar fome. É por burrice mesmo. A ideologia leva a isso”, afirmou.

Alysson Paolinelli é motivo de orgulho para Minas e para o Brasil. O adeus a ele vai acompanhado de todas as homenagens possíveis, notadamente por ter sido uma peça fundamental no desenvolvimento e no crescimento do país, tornando o Brasil uma potência na agricultura e referência mundial em segurança alimentar.

Paolinelli, sempre consciente da sua missão de defesa dos produtores rurais e da pesquisa agrícola, construiu um imenso legado que deixa para as novas gerações do agro. Suas mensagens eram sempre em prol da pesquisa, da inovação e da sustentabilidade.

A evolução do agro brasileiro deve muito a Alysson Paolinelli, o grande mentor do exitoso agrobusiness.

Aos familiares, nossos sinceros sentimentos e conforto pela perda irreparável.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. João Batista P. F. Alvarenga30 de junho de 2023 às 11:49

    Esse foi exemplo para gerações. Esse foi batalhador pelos valores da terra brasileira..Esse como disse muito bem o doutor Wilson, ele deixa um legado de estudos, trabalho e respeito com a sustentabilidade. Paolinelli foi um nome respeitado no mundo pelo seu excelente trabalho no cerrado,na terra e na evolução de produção de alimentos. João Batista P.F. Alvarenga

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  2. Suzana Castanho P.S. O.30 de junho de 2023 às 12:12

    Parabéns ao agro brasileiro, parabéns ao dr. Alysson Paolinelli pela heroica herança deixada para o Brasil e parabéns dr. Wilson Campos por sempre nos brindar com excelentes textos e manifestações positivas e saudáveis. Att: Suzana Castanho.

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