SUPRESSÃO DE ÁRVORES REQUER REPLANTIO URGENTE.
A poda e o corte de árvores em Belo
Horizonte evidenciam a pouca habilidade da prefeitura no trato com o meio
ambiente, e os fatos constatados não são de todo surpreendentes, porquanto se
saiba que os órgãos ambientais municipais não sejam dados ao replantio, na
mesma proporção do extermínio acelerado de espécimes naturais.
Enquanto foram suprimidas 10 mil árvores
no ano passado, a prefeitura plantou, no mesmo período, 4.000 mudas, ou seja,
são 6.000 unidades a menos em toda a cidade. Os projetos de revegetação do
município não acompanham a velocidade da foice, do machado e das motosserras.
Para reavivar a memória, em 2011
a capital perdeu 11,3 mil árvores, número que superou os 10,7 mil cortes de
2010. As regiões mais atingidas foram Leste,
Oeste e Pampulha, além das avenidas Antônio Carlos, Pedro I e Cristiano
Machado, incluindo a remoção de centenas de palmeiras-imperiais, que seriam
transplantadas, desde que não fosse nos corredores do Move - sistema de
transporte rápido por ônibus. Vários anos depois, nenhuma lição foi aprendida,
e o corte de árvores aumentou.
Alguns motivos são alegados pela prefeitura, para
tamanho desmatamento na capital. Mais do que o resultado dos ataques dos
besouros metálicos nos troncos, o aumento também é reflexo de uma força-tarefa,
realizada após a verificação de riscos diversos, incluindo aqueles reclamados por
moradores preocupados com a queda de árvores nos limites de seus imóveis. Muito
justo, todavia o déficit de árvores requer replantio urgente.
A prefeitura precisa entender que, apesar de alguns
de seus motivos terem como objetivo evitar acidentes, parte dos trabalhos é
questionável, uma vez que a supressão irracional do verde afeta diretamente o microclima
da cidade, reduz as áreas de sombra, impacta o ar pela diminuição de oxigênio,
agrava o teor de poluição, aumenta a probabilidade de inundações e piora a
qualidade de vida do cidadão.
O mínimo que se espera da prefeitura
é conhecimento adequado e regular de corte e poda, não permitindo a extinção sem
reposição nem a mutilação a ponto de ficar apenas o tronco, desnudando a árvore
e a deixando entregue a doenças e a ataques de pragas. O serviço, se terceirizado,
deve ser fiscalizado de perto, sob pena de a responsabilidade ser inteiramente
do município.
A capital, que já foi conhecida como Cidade Jardim, perde o viço e a vida, a cada dia, diante desse déficit
assustador com o meio ambiente, restando os votos da sociedade no sentido de
que a prefeitura veja com um olhar diferente o futuro da cidade, para que ela
não se torne cinza por completo, mas preserve a vegetação, as matas, a
paisagem, o clima ameno, as belezas naturais, a permeabilidade do solo e a
saúde da população.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 9 de janeiro de 2020, pág. 20).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 9 de janeiro de 2020, pág. 20).
Sempre digo coisa parecida porque penso que BH está ficando sem verde, sem árvores e sem vida, por falta de atenção da pbh, como MUITO BEM diz o artigo do Dr. Wilson. Sou uma cidadã consciente e tenho comigo que a cidade precisa de mais verde, de mais árvores e de mais canteiros gramados para receber a água da chuva e a cidade não virar esse mar de água quando chove , com as ruas inundadas e as enchentes arrastando tudo. Prejuízos só para os coitados dos moradores porque a pbh não está nem aí e não indeniza quem perde tudo. Se tivesse mais áreas verdes pela cidade, mais árvores nos bairros e nos canteiros centrais, com gramados bem cuidados e bocas de lobo limpas isso de enchentes pra todo lado não aconteceria. EXCELENTE O ARTIGO DO ADVOGADO DR. WILSON CAMPOS, QUE SERVE DE ALERTA PARA A PBH. ALÔ PBH, VAMOS TRABALHAR!!! Cristianne Flávia.
ResponderExcluirEu estou há mais de 50 anos na avenida antonio carlos em bh e nunca vi a avenida tão despelada e sem árvores e sem sombras. A cidade está mais para um caldeirão de tão quente e cada vez mais calor. Cadê as árvores que iam replantar desde o mandato do Márcio Lacerda? Cadê as palmeiras que embelezavam a avenida? Cadê o verde dos canteiros centrais? Cadê a prefeitura que só pensa em carnaval e deixa a cidade suja, pichada, abandonada? Cadê tudo que estava aqui e que levaram embora a troco do progresso que ninguém vê? Como habitante residente aqui por mais de 50 anos eu tenho o direito de exigir uma cidade melhor para viver e pago os impostos para que issa aconteça. Mas...cadê? Antes de terminar meu desabafo eu quero elogiar o artigo do advogado doutor Wilson Campos pelo primor e pela qualidade da escrita, demonstrando preocupaçao com a cidade e com as pessoas que aqui moram. Isso é importante e precisa ser reconhecido. Parabéns. Antônio S. Malaquias P.
ResponderExcluirNa minha rua tinha várias árvores que davam sombra e ajudavam a diminuir o calorão. Agora não tem mais árvores e sobrou só o calor forte e a poluição deixada pelos carros e caminhões que passam acelerados. Os moradores já pediram várias vezes para plantarem novas árvores mas a prefeitura e a cemig só sabem cortar e podar até a árvore ficar pelada e sem vida. Não sei o que passa na cabeça desse povo da prefeitura que não sabe ver a natureza com bons olhos e apenas enxergam o que querem e quando querem e não adiaNta a gente perdir porque eles não atendem e nem respondem. Pessoalzinho difícil de entender esse da prefeitura de BH. E as enchentes estão acabando com BH e sempre que chove é carro sendo arrastado, CASAS INVADIDAS E PESSOAS CORRENDO RISCO DE MORTE. E o prefeito só sabe falar de carnaval, de futebol e de coisas que não interessam aos verdadeiros cidadãos que amam essa cidade. Trabalha mais prefeito e fala menos. Antes preciso dizer que o artigo do doutor Wilson Campos mais uma vez escreveu com primazia na defesa de BH e dos habitantes dessa cidade que tanto amamos. Merece parabéns como disseram os outros comentários porque BH precisa de quem a defenda urgente. Felipe M.S. Albuquerque
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