TODO CUIDADO É POUCO, SENHOR GOVERNADOR.

 

Recentes notícias veiculadas na imprensa dão conta de possíveis interferências do gabinete de transição governamental nos projetos de gestão e administração do governo de Minas Gerais, notadamente acerca dos projetos de privatizações do metrô de BH e da CeasaMinas, ambos com leilão marcado para 22 de dezembro.

Cabe lembrar ao senhor governador Romeu Zema que, tradicionalmente, o Partido dos Trabalhadores (PT) é a favor do cabide estatal de empregos e contrário às privatizações, embora estas sejam vistas como instrumentos de política pública voltados para uma menor intervenção do Estado no mercado. Ou seja, enquanto o outro lado pensa na manutenção de cargos e salários à custa do suor do contribuinte, o senhor precisa pensar na redução de custos e na modernização dos serviços prestados. 

A rigor, a desestatização de empresas e serviços públicos é sempre uma boa notícia para o mercado, seja pelos ativos mais valorizados, pela riqueza gerada em razão desses fatores ou simplesmente porque a sociedade ficará livre da pesada e inchada folha de pagamento estatal. 

Quem se lembra da desestatização do sistema Telebras em 1998, do tempo em que uma linha telefônica custava cerca de US$1.000? A população mais carente não tinha acesso a esse serviço. A instalação de um telefone fixo demorava entre um e dois nos. Era um serviço estatal caro. A demanda era acudida por meio de aluguel de linhas telefônicas. Existia, inclusive, um tal de "mercado negro", com instalação mais rápida, porém com preços salgados, chegando a US$ 10 mil. Hoje a linha é gratuita, e a instalação é imediata.

Em 2002, apenas quatro anos após a privatização, o Estado já arrecadava três vezes mais do que antes com tributos no setor de telefonia. Houve, ainda, queda significativa dos preços cobrados pelas ligações. E não se trata de números aleatórios, porquanto os dados podem ser conferidos por meio de instrumentos oficiais confiáveis – a boca do povo. O mesmo povo, especialmente o de baixa renda, que passou a ter acesso a este serviço e contar com mais 10 mil postos de empregos no setor de telefonia, entre 1998 e 2000.

De sorte que todo cuidado é pouco, senhor governador, pois Minas já teve decepções homéricas com os governos de esquerda. Prometem e não cumprem. Inventam números e erram feio, como fez Lula ao falar que realizou obras no metrô da capital mineira. Porém, ao contrário do que ele disse, todas as estações foram construídas entre 1986 e 2002, antes que ele assumisse a Presidência, em janeiro de 2003. A última estação inaugurada do metrô de BH foi a de Vilarinho, em setembro de 2002, sem qualquer participação do governo petista.

Siga em frente, governador. Faça as privatizações com transparência e na defesa intransigente do interesse mineiro. Enxugue a máquina pública. Diga "não" à burocratização do processo produtivo; "não" à criação de novos impostos e "não" ao apadrinhamento de segmentos federativos.

A regra de ouro é a satisfação do cliente. É tempo de beneficiar o cidadão e deixar que as empresas façam o que sabem fazer: gerar emprego e renda.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 8 de dezembro de 2022, pág. 21). 

Clique aqui e continue lendo sobre temas do Direito e da Justiça, além de outros temas relativos a cidadania, política, meio ambiente e garantias sociais.

 

Comentários

  1. O senhor governador fará isso Dr. Wilson Campos, que o senhor disse, porque é o mais certo e chega de empresas ruins penduradas do contribuinte, que paga impostos e tem serviço de péssima qualidade. Privatização sim., e serviço melhor já. Parabéns pelo artigo mestre. Abraços do Silvério Gomes.

    ResponderExcluir
  2. Carla V. S. T. Mascarenhas8 de dezembro de 2022 às 17:17

    Dr. Wilson se me permite eu quero lembrar que na época da Telebras o telefone por serviço público era tão caro que parecia mais o valor de um carro. Quem não podia comprar um telefone fixo na época, alugava e pagava todo mes um valor também absurdo só para usar a linha. Tinham pessoas que possuiam 100 linhas telefônicas e viviam de aluguel de telefone e era uma renda fantástica. Hoje a linha de telefone é de graça e a instalação é rápida e o serviço é muito bom. Isso quer dizer que privatizar a telefonia foi um gol de placa Dr. Wilson e a população agradece porque hoje qualquer pessoa pode ter um telefone fixo em casa e até mesmo um celular com todas as novidades possíveis. Dr. Wilson Campos meus parabéns pelo artigo e pelo incentivo ao governador Zema para que ele faça o certo no interesse do povo mineiro. Parabéns também porque o senhor sempre está preocupado com nossa gente. Abraços e respeitos de Carla Mascarenhas.

    ResponderExcluir
  3. O que não pode continuar é o serviço mal feito pelas estatais. E tem mais estatal aí precisando de privatização urgente e tirar esse peso das costas do contribuinte mineiro. Salve, salve Dr. Wilson pelo artigo no nosso dileto jornal O TEMPO e espero que o governador leia seu artigo e saiba que estamos com essa mesma ideia de privatizar e enxugar essa máquina pública inchada. Aguardamos melhores serviços e mais modernos do metrô e das demais que vierem para bem servir o povo mineiro. Minas precisa avançar e modernizar e entregar um serviço de qualidade ao cidadão como bem falou Dr. Wilson. Saudações Dr. Wilson e sigamos juntos em nome do povo bom e patriota. Abrs. Paulo Carvalho.

    ResponderExcluir
  4. Marcelo Noronha F. S Jr.8 de dezembro de 2022 às 17:34

    Falou tudo Dr. Wilson porque o PT não gosta de privatizar porque mantém os empregos gordos da sua turma encostada nas estatais aqui e em todos os estados do Brasil. Cabide de emprego pra todo lado, de norte a sul, serviço ruim e prejuízo. Tem de privatizar, aplicar o dinheiro no progresso do estado mineiro e exigir que a empresa privatizada cumpra o acordo de serviço bom e ao alcance do povo. Serviço bom, preço justo, crescimento e desenvolvimento. Precisamos sim de serviço com excelência e não essas sucatas loteadas pelos amigos e amigos dos amigos dos governantes que gostam de empresa estatal. Privatização é tirar do lombo do contribuinte esse pessoal preguiçoso que não produz nada e mantém emprego com salário vantajoso. O povo precisa de serviço bom, rápido e barato. A concorrência e a privatização pode fazer isso e ainda vai sobrar dinheiro para investir em outras áreas mais carentes. Vamos lá Zema, segue em frente como recomendou Dr. Wilson e também recomendamos. At: Marcelo Noronha.

    ResponderExcluir
  5. Maria Helena Cgas V. B. G.8 de dezembro de 2022 às 17:36

    Sou também a favor de privatizar e melhorar o serviço e o preço do serviço. Precisamos progredir e não regredir. PT é retrocesso. Nós somos o progresso. Vamos em frente. Sempre. Assino embaixo Dr. Wilson Campos. Att: Maria Helena Chagas...

    ResponderExcluir
  6. O jornal O Tempo abordou esse assunto com muita propriedade e Dr. Wilson Campos fechou com chave de ouro quando diz que a satisfação do cliente é o mais importante e que empresa deve gerar emprego e renda. Certíssimo. Vimos o caso da Petrobras, que é uma empresa estatal de economia mista, uma empresa pública de capital aberto, com participação de outras empresas privadas e do Estado, sendo este o detentor da maior parte das ações. Olha aí o exemplo do que dá certo. Vamos fazer assim com as demais estatais e o Estado fica aliviado. Abraço Dr. Wilson e tudo de bom. Jonathas Mello.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas