QUANDO A OPINIÃO VIRA CRIME.

 

Ninguém que não seja da esquerda, do jornalismo de esquerda, do governo de esquerda ou do ativismo judicial de esquerda pode falar mais nada sem pensar duas vezes. Discordar está proibido. Manifestar dá cadeia. Opinar é crime.

O cidadão brasileiro não pode mais se expressar livremente e muito menos se manifestar em vias públicas ou em redes sociais. Isso, nem pensar. Tá louco? Espia só o que aconteceu com aquele deputado, com aquele político, com aquele ex-ministro, com aquele colunista, com aquele comentarista, com aquele blogueiro e com aquele cidadão comum, pacífico, que estava na porta do quartel pedindo liberdade e democracia.

Tecer críticas ao governo e a quaisquer autoridades e instituições que estejam a serviço do povo nas esferas dos Três Poderes é um direito do cidadão, do eleitor, do contribuinte e de todas as pessoas que são portadoras de garantias constitucionais. Caso contrário, não se tem aqui uma democracia, mas uma ditadura.

Se os políticos eleitos (presidente da República, governadores, prefeitos, senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores) não representarem os eleitores e não agirem nos termos da lei, com certeza não se tem democracia no Brasil. Se os juízes não respeitarem as leis e não se curvarem a elas e não cumprirem o rito do devido processo legal, não se tem democracia, com certeza.

“Cala boca já morreu”. “Censura nunca mais”. “É proibido proibir”. Quem se lembra das pessoas que diziam essas frases, batiam no peito e ufanisticamente gritavam contra qualquer tipo de opressão?

“Carcará”. “Opinião”. “Pra não dizer que não falei das flores”. Quem se lembra das músicas e dos intérpretes das canções de protestos das décadas de 1960 e 1970?

Quem não se lembra ou não viveu essa época, basta pesquisar. Milhares de pessoas desse tempo, que protestavam, bradavam e cantavam contra o governo, agora estão caladas e são coniventes com a censura e com o crime de opinião.

Não se pode discordar do atual governo ou isso se transforma em ataque à democracia. Mas a imprensa canhota, os ativistas judiciais e os esquerdistas radicais podem fazer e falar o que quiserem. Essa é a democracia que eles defendem, mas essa não é a democracia histórica. Aliás, essa democracia que eles defendem se chama ditadura.

A opinião crítica dos cidadãos está vigiada, e os autores restam ameaçados de censura e de prisão ilegal, arbitrária e alheia ao devido processo legal. O horizonte brasileiro é sombrio. A população está estupefata com a grande mídia vendida e muito à esquerda e com o Congresso omisso e subserviente.

Quando a opinião vira crime, o Estado democrático de direito é mentira, é fake, é propaganda enganosa. Quando a opinião vira crime, o país não sabe mais o que é liberdade, e vive apenas e tão somente de opressão, autoritarismo, ditadura e exceção.

Por fim, não confunda opinar com difamar, injuriar e caluniar. Uma coisa é opinar, e outra muito diferente é ofender gravemente. Não confunda! Mas não se cale diante da injustiça. 

Nunca!  

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 25 de maio de 2023, pág. 23). 

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