A DESESPERANÇA NO ESTADO.
A prestação de serviço público devida ao cidadão por parte do município, do Estado e da União esvaiu-se, definitivamente. Restam os danos materiais e morais agravados com a corrupção endêmica na administração pública, que concorrem para a desesperança dos cidadãos e de suas respectivas famílias, uma vez que os entes federativos já não cumprem decisões judiciais para entrega de remédios indispensáveis à manutenção da vida; não cuidam das pessoas nem das cidades; não constroem rodovias nem ferrovias; não investem em educação nem em segurança; e não trabalham com o povo nem para o povo.
Marcar uma consulta
médica no lapso temporal de um ou dois anos não é, sob hipótese alguma, aceitável.
Os cidadãos precisam do pronto atendimento, que, a rigor, nada mais é do que um
socorro à vida. Daí o desespero nos corredores das unidades clínicas e
hospitalares do setor público, repletos de pessoas indignadas e sem
perspectivas de melhoras em um serviço indispensável para a sociedade.
Outrossim,
cabe ressaltar que não há apenas um culpado para o caos no qual se
transformou a prestação de serviço estatal. São vários. Os titulares
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm culpa na situação crítica
em que se encontra o Estado. Portanto, urge que se procure e se encontre
uma solução conjunta para a inerte e falida administração federativa.
A governança,
instituição das mais conhecidas no país, principalmente pela grande lambança e nenhuma
ordem, precisa tomar tino e exercer o poder na administração dos recursos
sociais e econômicos do país, e focar o planejamento, mirar no desenvolvimento
e acertar na realização de programas essenciais para a população, no
cumprimento das funções regulamentares e dentro das políticas públicas asseguradas pela Constituição.
A ocasião
requer medidas severas e inadiáveis, em todos os sentidos, quiçá as de manter
com fôlego os cidadãos de bem, que a cada dia são mais requisitados nos
enfrentamentos das questões sociais que tanto afligem a sociedade. Ou seja, o
Estado está delegando covardemente para o cidadão a missão que lhe compete, de trabalhar
com ética, de buscar pela excelência, de operar dentro da legalidade, de
respeitar o pluralismo e de cumprir com a responsabilidade social.
A demora
absurda na prestação de serviço público, em todas as frentes possíveis e
imagináveis, já se depara com a subversão da ordem, notadamente quando o Estado
foge de suas funções e responsabiliza o cidadão que reage a um assalto e morre,
e se torna culpado porque reagiu na defesa de seus bens ou de sua vida. Ou
seja, o cidadão não tem mais direito nem mesmo à própria vida, porque o
Estado é fraco, incompetente, irresponsável e, acima de tudo, condescendente com
a criminalidade e a impunidade.
As mazelas
não são curadas e as feridas ficam abertas pela ineficiência do remédio estatal.
A desesperança é total.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de sábado, 18 de agosto de 2018, pág. 21).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de sábado, 18 de agosto de 2018, pág. 21).
Eu gostaria de ter escrito esse artigo, sem tirar nem por. Está exatamente como penso e espero que o povo dê um fim nessa vergonha de situação nas próximas eleições. Eu disse NÓS, POVO. NÓS ELEITORES. O Estado não pode mais continuar fazendo de conta. Meus eternos Parabéns redobrados ao competente Dr. Wilson Campos, o mestre da advocacia e da defesa da cidadania e dos interesses do povo brasileiro. Valeu, doutor. Muito agradecido. Daniel Amorim.
ResponderExcluirDe certo que os culpados são 3: Executivo, Legislativo e Judiciário. São culpados porque não cumprem com suas funções conforme manda a CF. São culpados porque se protegem, se acobertam e envergonham o povo. São culpados porque não respeitam as leis, os costumes, as normas, as regras, nem a população. São culpados porque recebem para trabalhar e nada fazem, nada realizam, nada produzem e de nada prestam contas. Uma vergonha!!!!! De bom só mesmo o texto brilhante do nosso prezado e querido advogado Dr. Wilson Campos, que deve ser motivo de orgulho para a OAB. Sou Rosângela M.
ResponderExcluirTambém estou com o pensamento que eles querem que o brasileiro tem de fazer o papel do governo, que nao quer saber de mais nada, mas gosta de pegar o dinheiro do trabalhador. Estou de acordo com o advogado que escreveu o texto que mostra a verdade nua e crua. Concordo com tudo e ainda assino embaixo. Nunca li tanta verdade verdadeira. Porreta e cem por cento humana a visão desse competente e bravo advogado doutor Wilson. Assino: Bertoldo Filho..... brasileiro.
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