A RECORRENTE FALTA DE ENERGIA ELÉTRICA NA CAPITAL E NO INTERIOR.


Uma das missões primordiais da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig é fornecer energia elétrica de maneira eficiente e sustentável para os habitantes dos municípios mineiros. Nesse sentido, desde 1952 a empresa atua nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, além de também atuar na distribuição de gás natural.

Em Minas Gerais, a companhia possui mais de 8,7 milhões de consumidores. Daí a cobrança para que essa rica carteira de clientes seja bem atendida, tempestivamente, com responsabilidade e qualidade na entrega do serviço solicitado. Melhor, a satisfação do cliente deve estar sempre em primeiro lugar, notadamente para que a empresa possa manter a credibilidade e a prática de bem-servir.   

A rigor, o cartão de visitas da Cemig não é tão somente a sua marca histórica de lucros e dividendos, mas os grandiosos valores do território mineiro e o número relevante de pessoas que pagam por seus serviços e às quais ela deve gratidão eterna. Portanto, a contrapartida para o povo mineiro há de ser, no mínimo, o fornecimento de energia limpa, inovadora, competitiva e inteiramente acessível aos mais diversos bolsos e setores da sociedade.

O grande número de reclamações na capital e nas cidades do interior requer urgentes medidas e soluções. Os prejuízos com interrupções ou quedas de energia, independentemente do religamento automático, precisam ser ressarcidos mais rapidamente, sem o excesso de burocracia e prazo defendidos pela Aneel e usados como meio de protelação por parte da Cemig.

Os recorrentes piques de energia e queima de transformadores não se tratam de casos isolados em épocas de chuvas, mas de milhares de casos ocorridos em localidades atendidas pela concessionária. Tais ocorrências denotam desatenção, descuido e desleixo com o cliente, e isso não é bom para a imagem da empresa.

Há casos de estouro de transformadores diversas vezes na semana, na mesma região, sem que providências efetivas sejam tomadas ou os transformadores trocados. Ora, se a empresa usa a prática da troca de medidores de energia, dos antigos por outros equipamentos mais modernos, da mesma forma deveria agir com a troca de transformadores, evitando-se danos aos consumidores e prevenindo-se a companhia de recorrentes falhas técnicas.  

Minas é um estado pujante, que cresce mais e mais a cada ano, enquanto a Cemig parece estar estacionada no tempo em relação à pouca atenção que dispensa aos mineiros. Os investimentos voltados para os consumidores mineiros não repercutem, pois são mínimos, embora tenha sido gasto pela empresa, muito dinheiro em investimentos fora do estado e do país, inexplicavelmente, e, pior, sem os resultados positivos esperados. Um tiro no pé!

As novidades estabelecidas pelas energias renováveis, solar e eólica, embora sejam uma promessa para breve, ainda mais para um país com sol em abundância, não quer dizer que a Cemig deve abrir mão ou deixar de lado a prestação de serviço eficiente e adequada aos mineiros e, ademais, Minas é o berço da empresa. As energias renováveis deverão servir para melhorar o atendimento dos mineiros e baratear o preço, permitindo que todos, urbanos e rurais, tenham acesso à luz, à eletricidade, à energia elétrica, solar ou eólica. Mas não é para a empresa usar os lucros em investimentos em outros estados e em outros países, como antes, posto que isso representou um erro brutal, e o prejuízo caiu nos bolsos e nas costas dos mineiros. 

Resta claro que a Cemig deve explicações ao povo mineiro, pelos fatos ocorridos antes e agora, mesmo porque Minas Gerais é a origem da empresa e foram dessas terras que a concessionária tirou tudo para crescer e conseguir o que conseguiu até hoje. Não há, portanto, justificativas para serviços incompletos e ineficientes para os consumidores mineiros.

A prestação de serviços da empresa precisa melhorar, e melhorar muito, o mais rápido possível. Os mineiros não estão satisfeitos com o atendimento da estatal nem com o comportamento de seus dirigentes. O jogo precisa ser aberto e franco, e a transparência é uma obrigação moral da concessionária, que precisa demonstrar por atos concretos que seu foco é Minas e seu cliente preferido é o mineiro. E ambos merecem respeito e bons e pontuais serviços. Mas, lamentavelmente, isso não vem acontecendo nos últimos anos, talvez em razão de governanças negligentes.  

De fato, a Cemig não é mais a prestadora de serviços de outrora, quando havia confiança nos gestores. Hoje, a companhia está a mercê de uma CPI da ALMG que investiga figuras da sua alta cúpula. Alguns quesitos da investigação são a venda de subsidiárias e contratos firmados pela estatal, somados a outras suspeitas a serem apuradas pelos deputados mineiros.

São preocupantes os fatos que envolvem a concessionária, que atualmente se esquece da gestão e privilegia os negócios, “business to business”, e não leva em conta as constantes reclamações dos consumidores em razão da deficiente prestação de serviço. Assim, resta exigir juízo aos gestores da Cemig e desejar melhor sorte a todos nós, consumidores. Mas registre-se: a recorrente falta de energia elétrica na capital e no interior é grave e requer providências urgentes.  

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Dr. Wilson, no bairro Planalto e mais em algumas ruas acontece sempre a explosão de transformadores e a Cemig demora mais de 5 horas para arrumar e depois o mesmo transformador explode de novo e eles consertam de novo, mas não trocam o danado do transformador. Isso é um absurdo o senhor não acha??? A Cemig manda trocar o medidor de energia, o padrão do relógio, por modelos mais modernos, mas os transformadores que explodem e deixam todo mundo sem luz e causam prejuízos danados eles não trocam por transformadores novos ou mais modernos . Isso está errado e errado pra valer e nós consumidores temos nossos direitos. Pagar prejuízos e ainda pagar a conta cara não é nada justo. E a conta de luz é cara e compromete o nosso salário mensal ainda mais em época de pandemia com todo mundo apertado e sem muita opção ou saída. A Cemig precisa pensar mais nos mineiros porque como o senhor disse foi daqui que ela tirou dinheiro para subir tão alto no mercado brasileiro e internacional. Certo?
    Saudações patriotas doutor. Abr. do Jonas A. S. Olegário.

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  2. Maria das Graças F. R. Peçanha3 de fevereiro de 2022 às 11:28

    No meu bairro na região sul é o mesmo dilema quando chove e mesmo quando acontecem ventos mais fortes, a luz vai embora e só volta depois de horas e horas de espera, e a geladeira chega a degelar, e alguns alimentos ficam comprometidos. Isso é ruim para nós e para o comércio também que pagamos e ajudamos a criar essa empresa em MG. Alô Cemig melhora isso aí depressa!!! porque assim nao dá. Dr. Wilson parabéns por mais este serviço social de grande importância para nós de BH e de Minas. Att: Maria das Graças F.

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  3. Essa história da CPI vai ter de ser bem explicada porque desde o Pimentel a empresa vem fazendo burrada e só aumentando o valor da conta. Depois a empresa começa a investir fora daqui e o serviço em MG fica a Deus dará. Não senhores diretores e voces precisam explicar tudo, desde os governos e diretorias anteriores e até agora. Os mineiros querem tudo muito claro. Somos milhões e milhões de consumidores de MG que pagam suas contas mensais. Abração Dr. WilsonCampos e é um prazer ler mais um artigo do senhor como sempre muito bem escrito e atual e de grande importancia para nós mineiros. Abração Camilo Jr.

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  4. Toda semana falta luz na região. Uma vergonha e a conta é muito cara para um serviço tão ruim desse jeito não dá, ninguém aguenta isso. A diretoria da Cemig não está nem aí para os problemas da empresa ou do consumidor. Querem dinheiro e negociatas fora do país. Quierem ferrar com ela e depois vender barato e quem lucra com isso: Nós? Onde? E tem mais que é o caso do atendimento telefônico - uma secretária virtual pergunta e responde ao mesmo tempo e não resolve nada. Um robô para resolver problema tão sério de energia elétrica é brincadeira ou desrespeito. Secretária virtual que não resolve nada e ainda toma seu tempo e você continua sem luz na sua cas, no seu comércio,na sua loja, e em todos os outros lugares atingidos pelo serviço de quinta categoria. Nota zero. ZERO. Meu caro dr. Wilson Campos o seu artigo é nota 10. DEZ. Nós precisamos cobrar mais nossos direitos e energia elétrica é coisa nmuito séria. Posso compartilhar nos meus grupos? Abração. Hermes dos Passos.

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  5. Só no bairro Planalto esta semana os transformadores explodiram duas vezes de manhã e de noite e a Cemig vem e faz um remendo e depois o problema volta e a população fica sem luz de novo e com afazeres atrasados e prejuízos de queima de eletrodomésticos e perda de alimentos, pois, as vezes fica sem luz por mais de 5 horas como aconteceu esta semana no bairro Planalto. Os transformadores estão caindo aos pedaços de tão velhos e a Cemig não troca por mais novos e mais modernos. Falta investimentos e capacidade de gestão como disse o Dr. Wilson Campos. Falta vontade para resolver o problema de frente e rápido. Falta tudo, menos a cobrança da conta cara e salgada cada vez mais. A Conta de luz da Cemig é cara e vem todo mês mas a luz mesmo não tem. E mais a CPI da Assembleia precisa apurar onde foi parar o dinheiro que deveria ser investido na empresa em MG e comprar novos transformadores e novas tecnologias para os mineiros. Cadê o nosso dinheiro dos pagamentos pela energia elétrica tão cara??? Dr. Wilson o seu artigo veio na hora certa e nós estamos com o senhor porque chega de tanto susto e prejuízo por falta de energia elétrica toda semana nas nossas casas e nos nossos negócios. Chega. Abraço doutor. João Carlos (Planalto/BH).

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