TSUNAMI NA POLÍTICA
"O Brasil não pode mais viver sob o holofote
da sujeira política, que atrasa o crescimento e o desenvolvimento do país e
coloca em risco a democracia tão duramente conquistada".
O
caos na política brasileira já era enorme, mas agora se transformou em um
verdadeiro tsunami, que está arrasando quarteirões inteiros da política, graças
à vergonhosa prática do ilícito, à corrupção desenfreada e aos atos ímprobos de
irresponsáveis e gananciosos, que envergonham o país e enojam o povo.
O
dia 18 de maio de 2017 começou com a Polícia Federal batendo às portas de corruptos
e corruptores, diante da revelação de gravações do dono da empresa JBS, maior
produtora de carnes do mundo, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral
da República gravação de conversa altamente comprometedora com o presidente
interino Michel Temer, e também com o senador Aécio Neves solicitando R$2
milhões, que foram entregues em quatro malas ao primo dele.
No
caso de Aécio Neves, a Polícia Federal cumpre mandados judiciais nas casas e
nos gabinetes dele e do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), além de endereços de
várias pessoas a eles ligadas, entre elas a irmã de Aécio, Andréa Neves, e o
filho do peemedebista, Gustavo Perrella.
As
medidas foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF). A operação mira citados na delação do
empresário Joesley Batista, da JBS, e de outros empresários do grupo.
Além
do gabinete no Senado, os policiais estão nos apartamentos de Aécio em Belo
Horizonte e no Rio de Janeiro, além da fazenda dele, em Cláudio (MG). Também há
medidas judiciais sendo cumpridas contra Frederico Pacheco de Medeiros, primo
do senador, apontado por Joesley como intermediário para o pagamento de R$ 2
milhões ao senador.
Há
ainda mandados sendo cumpridos no gabinete em Brasília, na casa e no escritório
de Zezé Perrella em Belo Horizonte, fora endereços de um contador e de empresas
ligadas a ele. A PF vasculha também a casa do doleiro Gaby Amine Toufic, em
Belo Horizonte, e de funcionários do peemedebista, incluindo o assessor
Mendherson Souza.
A Procuradoria Geral da República pediu a prisão do
senador Aécio Neves, que já teve o afastamento do seu mandato determinado pelo
ministro Fachin, que, no entanto, negou o pedido de prisão do senador e decidiu
submeter tal decisão ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Aécio Neves é acusado pelo empresário
Joesley Batista de lhe pedir dinheiro em meio às investigações da Operação Lava
Jato. O valor de R$ 2 milhões foi rastreado e chegou ao senador Zezé Perrella.
No caso de Michel Temer, a divulgação da delação
premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, trata do suposto
envolvimento do presidente Temer em comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo
Cunha. A acusação contra Temer é de obstrução da justiça. Porém, há ainda o
caso de Rocha Loures, deputado federal e principal assessor de Temer, que foi
filmado pela PF recebendo mala de R$500 mil, segundo reportagem do O Globo. Ou
seja, tudo coloca Michel Temer de cara com o seu próprio impeachment.
O senador Aécio Neves e o presidente Michel Temer
negam envolvimento. No entanto, a sociedade brasileira precisa de
esclarecimentos rápidos a respeito das denúncias e de todo o acontecido. Ninguém
mais aguenta tanta corrupção, propina, caixa dois, descaminho, prevaricação, desvio
de dinheiro público e obstrução da justiça. Os cidadãos brasileiros exigem clareza
solar nas investigações e punição exemplar dos culpados, o mais rápido
possível.
O Brasil não pode mais viver sob o holofote da
sujeira política, que atrasa o crescimento e o desenvolvimento do país e coloca
em risco a democracia tão duramente conquistada.
As gravações citadas precisam ser tornadas públicas
e os fatos apurados com celeridade, com obediência à ampla defesa e ao
contraditório, mas de forma que a sociedade veja e entenda que a Justiça vale
para todos, independentemente do poder econômico ou político da pessoa. O
tratamento deve ser igual para todos, nos termos da Constituição da República.
Os fatos revelados são estarrecedores e se tornaram
da noite para o dia, um verdadeiro tsunami. A sociedade brasileira está
boquiaberta com todo o ocorrido, embora não fosse de toda surpresa essa nova
fase sórdida da politicagem. Os fatos são gravíssimos e requerem apuração firme
das autoridades competentes, sejam a Polícia Federal, o Ministério Público
Federal, a Procuradoria-Geral da República, a operação Lava Jato, os tribunais
pátrios e o Supremo Tribunal Federal.
A sociedade brasileira exige respostas urgentes e
convincentes, sob o manto da transparência, da legalidade e do Estado
democrático de direito, preservando-se as instituições e a democracia.
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Wilson Campos (Advogado/Especialista em Direito
Tributário, Trabalhista e Ambiental).
Belíssimo artigo meu caro Dr. Wilson. O Brasil espera pelo melhor e que venha logo, colocando a corja de corruptos e aproveitadores n cadeia. Chega de sofrimento para o povo e regalias e luxo para os maus políticos. Força, Brasil!!!! Maria Carolina P.B.H.F.
ResponderExcluirQue papelão senhor Aécio. Que papelão senhor presidente Temer. Que papelão politicos brasileiros. Deus proteja o povo e Deus abençõe o Brasil para que saia dessa e continue na trilha de querer melhorar. Parabéns advogado dr. Wilson Campos., Que excelente texto. Jonathan J. H. C.
ResponderExcluirQue seja aberta e escancarada a caixa preta dos corruptos e corruptores, sem dó e nem piedade. Punam-se com rigor todos os envolvidos. Direito de defesa, sim, mas impunidade, NÃO! Muito esclarecedor o texto e a qualidade das expressões usadas pelo advogado Dr. Wilson Campos, que é elogiado por muitos e não é à toa. Saudações. Adamastor J. L. B.
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