BARBÁRIES DA ATUAL GUERRA CIVIL BRASILEIRA
Tiroteio,
violência, desespero, mortes e agora barbárie nas capitais do país. Não tem
essa de violência aqui e ali. Ela está em todo lugar. E agora vem acompanhada da
barbárie, de pessoas assassinadas em plena luz do dia, na presença de dezenas
de testemunhas, e o algoz filma friamente o seu ato desumano, covarde e
estarrecedor, para depois divulgar e mostrar para seus comparsas.
O
caos na segurança pública no Rio de Janeiro, no Ceará e em muitos outros
estados, só não amedronta os titulares dos governos estaduais e federal, porque
andam com diversos seguranças civis e militares, em carros blindados, em helicópteros
ou aviões.
Os
fatos aterrorizantes ocorridos ontem na Linha Amarela, no Rio, demonstram a
total inoperância estatal, uma vez que tais acontecimentos, terríveis e
próprios de uma guerra civil, repetem-se todos os dias e já somam 500 tiroteios
só em janeiro deste ano.
Em
Fortaleza, houve um assassinato bárbaro filmado no trânsito, com o criminoso
gritando e se vangloriando do seu feito e dos tiros disparados pela arma. Em
outro ponto da capital cearense, um morador de rua foi morto de forma cruel,
com o algoz e comparsa filmando com o celular a barbárie, sem que isso causasse
comoção social suficiente para dar um basta nas ações criminosas e na inércia do
Estado.
Se
isso não sensibiliza e não choca mais, é sinal de que já estamos contaminados
pela violência descontrolada. Se isso não causa náuseas e imenso desconforto, é
sinal de que já estamos na barbárie. Se isso não traz indignação e não provoca
revolta, é sinal de que não somos mais humanos, mas apenas massa de manobra de
governantes incompetentes e inescrupulosos, também reféns de bandidos cada vez
mais atrevidos, cruéis e sanguinários.
A
escalada da violência não é fato novo, principalmente nos grandes centros
urbanos. Entretanto, nos últimos anos, a coisa piorou muito, de tal maneira que
assustam os números, a brutalidade, a covardia, a impunidade e a falta de
comando das autoridades da área de Segurança Pública.
A
violência está feito uma epidemia, se espalhando e matando. Basta avaliar os
índices arrepiantes de criminalidade no país inteiro, de norte a sul e de leste
a oeste. Não vale nem a pena revelar todos esses números chocantes, para não
colocar em pânico ainda mais a população, porque há casos de aumento de
homicídios de 388%, em quinze anos.
Os
representantes dos governos se reúnem, discutem, tomam medidas paliativas a
curto prazo, e fica tudo por isso mesmo. Ora, o problema da violência requer combate
urgente, em nível nacional e de forma integrada. Não resolvem as soluções
individuais dos estados, haja vista que as facções criminosas do Rio e de São
Paulo já atuam em todas as regiões do país, fazendo o que mais gostam: “tocando
terror em todo mundo”.
Enquanto
isso, o presidente da República faz caminhadas ao redor do seu Palácio,
acompanhado de seguranças especiais, como se no restante do país todos pudessem
gozar da mesma garantia pessoal. Portanto, presidente, já chega de tanta
violência impune. Tome medidas drásticas, que reúnam forças do governo federal
e de todos os estados, e enfrente a violência que mata indiscriminadamente.
Não
bastam boas intenções. O caso é emergencial. A barbárie já se transformou em
guerra civil, e inocentes morrem, jovens são cooptados pelo crime e famílias
inteiras são destruídas.
Os
fatos terríveis que acontecem no Rio de Janeiro são conhecidos no Brasil e no
mundo. São muitos e são diários. A criminalidade é altíssima, não apenas na
periferia, mas já alcançando o centro, as praias, os pontos turísticos e até as
próprias unidades militares são atacadas. Parece mentira, mas observem a notícia a
seguir, contada pelos veículos da imprensa nacional:
“Passava da meia noite quando o
grupo de homens armados com coletes táticos, fuzis, pistolas e balaclavas
apareceu no Bairro de Cajazeiras, uma área pobre da periferia de Fortaleza.
Surgiram de três carros, estacionados nas proximidades de uma casa de shows
popular por ali, o Forró do Gago. Chegaram atirando. A primeira vítima foi um
motorista de um aplicativo de transporte que levava uma passageira para a festa
que agitava a rua Madre Teresa de Calcutá na madrugada do último sábado
(27/01). Ordenaram que o homem saísse do veículo e o executaram sem nada dizer.
A passageira tentou fugir, mas também foi atingida. Em seguida, caminharam 50
metros atirando em qualquer pessoa que estivesse na rua. Um vendedor de
cachorro quente foi morto na porta da casa de shows, e seu filho de 12 anos,
que o ajudava, atingido na perna. Os homens entraram no Forró do Gago atirando
a esmo, escolhendo as vítimas aleatoriamente. Após 10 minutos de tiroteio, mais
12 pessoas estavam mortas e outras dez feridas. Foi a maior chacina da história
do Ceará, um estado que vive uma epidemia de violência sem precedentes em sua
história”.
A
situação é muito grave, é gravíssima. A guerra civil brasileira do século 21 já
está instalada, lamentavelmente. A discussão urgente do problema nacional e da
causa da epidemia criminosa passa por debate incansável e providências e
soluções eficazes sobre: encarceramento em massa; facções; superlotação das
prisões; crime organizado; ressocialização efetiva; programas de prevenção;
sucateamento das unidades; corrupção de agentes públicos; ódio ao sistema;
cooptação de menores; maioridade penal; fim da impunidade; educação e emprego.
É
preciso dizer que a violência gera mais violência. A vingança gera vingança.
Mas o tratamento humano, a solidariedade, o bom exemplo, o respeito, a
dignidade e a cidadania são meios possíveis de trabalhar e de alcançar a paz,
em prol de todos.
Em
suma, não haverá solução definitiva sem se pensar preliminarmente no futuro de
crianças, adolescentes e jovens até os 18 anos, que necessitarão de escola,
alimentação, formação técnica e emprego. A solução não é mágica, mas tem de
começar por algum lugar, e o primeiro passo é pensar na juventude. Caso
contrário, a barbárie vai crescer e essa guerra civil criminosa vai ser a maior
vergonha para esta nação.
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Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
Alguém postou hoje que apesar da condenção Lula se mantém em 1º lugar nas pesquisas. Claro: 1º - Estamos vivendo a maior crise de falta de caráter da nossa história. Vide "Crise de caráter e vergonha" 23.01.18- pág. 19, deste jornal; - 2º - Comparem-se os índices de criminalidade de antes de 31.12.2.002 com os índices atuais. Restará alguma dúvida ? - Salvador A Magalhães- Sta. Tereza - Bhte.
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