POLÍTICA NEÓFITA.
São
incontáveis os políticos mineiros de outrora que lutaram bravamente na defesa
dos princípios maiores de Minas Gerais. Não cabe aqui citar nomes, porque são
tantos e tão valorosos que seria injustiça esquecer alguns. Todos foram dignos
de homenagens pela excelência do trabalho realizado e pela magnitude do exemplo
deixado. São do tempo dos prêmios por merecimento, ao contrário do que
ocorre hoje, com congratulações por glamour e interesse.
Bons tempos aqueles em que os argutos políticos mineiros
eram buscados a aconselhar, a mostrar o norte e a conciliar o inconciliável em
nome do país. Razão palpável não há para que Minas seja hoje tão apagada, sem
viço e sem forças, haja vista sua perda de prestígio, sofrendo derrotas e
amargando vexames no cenário nacional. Cadê seu progresso, os investimentos, seus direitos, suas garantias, sua moral e sua força
política de outrora? Cadê, Minas Gerais?
Os atuais políticos mineiros, com raríssimas
exceções, não são arrojados nem altruístas. São omissos e individualistas.
Perdem de goleada para muitos políticos de outras paragens e até mesmo de
Estados menores, que não têm nem sequer um terço do território, da renda ou da
população, se comparados com Minas Gerais. As lembranças de políticos
afeitos às ações coletivas e à defesa intransigente das terras mineiras vão
longe.
Os atuais representantes do povo se escondem nas
trincheiras luxuosas de Brasília, nos calçadões de Copacabana e nas
intermináveis viagens internacionais. O chão mineiro já não lhes satisfaz. No
entanto, às origens eles volvem, quando querem, tão somente para caça aos votos
dos simplórios, para reeleições planejadas e para visitas esporádicas à custa
do erário.
Os políticos neófitos, que não sabem dialogar
com o povo, que nunca se sentaram na varanda de uma casa do interior para
colher sabedoria, que jamais ouviram as vozes dos contrários, pois rodeados de
bajuladores, não merecem ser chamados de "políticos mineiros". Um representante
do povo que não sabe defender Minas e não tem estofo para tal não pode
estar à altura ou à sombra dos grandes nomes da outrora sábia e aplaudida política
mineira, que, no mínimo, jamais aceitavam a subjugação do berço mineiro.
É triste constatar que os representantes eleitos,
principalmente os deputados federais e os senadores, abusam descaradamente da
paciência dos eleitores, calando-se quando deveriam protestar, omitindo-se
quando deveriam agir, escondendo-se quando deveriam aparecer, esquecendo-se
da pujança histórica da saudosa política mineira quando deveriam levantar
a voz e exigir respeito por Minas. Não bastasse tudo isso, resta a vergonha de
ver a política mineira apagada, sem atitude e sem influência no Congresso ou
perante o governo federal. Causa engulhos assistir a derrocada de Minas, porque
os políticos atuais não defendem o território nem os interesses dos mineiros.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de
Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 9 de julho de 2019, pág. 21).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 9 de julho de 2019, pág. 21).
Falou tudo que eu diria. Os políticos mineiros, ainda mais esses deputados federais e senadores, não têm prestígio no governo federal e ficam só olhando de longe, enquanto os de SP e RJ deitam e rolam nas verbas para seus Estados. Ora, ora, ora, que isso? Cadê o sangue mineiro que tanto jorrou por esse país? Cadê a parcela de MG? Vamos tomar vergonha na cara senhores políticos mineiros e trabalhar por Minas e pelos mineiros. Parabéns ao autor do artigo, que demonstrou que é mineiro de verdade. Parabéns Dr. Wilson Campos, e vamos torcer para MG ocupar seu lugar no espaço brasileiro, pois está se perdendo a cada dia que passa. Fausto N.J. Pontes (empresário mineiro, contribuinte, eleitor).
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