DESTRUIÇÃO, MEDO E PREJUÍZOS NA CAPITAL MINEIRA.
O
caos voltou a tomar conta da capital. Muita chuva, inundações de várias ruas e
avenidas, pessoas ilhadas, veículos arrastados, casas e lojas invadidas pela
água suja, lama e lixo, teto despencando em shopping e muita destruição, medo e
prejuízos. Em apenas quatro dias, dois episódios lamentáveis são colocados à
frente dos belo-horizontinos. Os moradores da capital restaram reféns da chuva,
e, desta vez, até mesmo os endereços mais nobres da capital foram atingidos
pelo pânico, que dramatizou ainda mais a já precária situação atual.
O
forte temporal que atingiu a cidade na noite de ontem, 28, provocou estragos
diversos e deixou várias vias debaixo d’água. As imagens divulgadas pelas redes sociais, que
viralizaram, davam mostras do horror em que se transformaram as regiões do Centro
e da Zona Sul da capital, cujas áreas foram tomadas pela tempestade, causando alagamentos
atípicos, principalmente nos bairros de Lourdes, São Bento e Belvedere.
Embora difícil de calcular, o volume de água da
chuva foi de impressionar até os mais experientes especislistas, cujas informações
iniciais davam conta de que, em apenas três horas, as precipitações alcançaram
175,6 milímetros, equivalendo ao volume de 175 litros de água por metro
quadrado, que, por sua vez, é superior ao da sexta-feira passada, quando Belo
Horizonte bateu recorde de chuva, com 171 milímetros ao longo de 24
horas.
Já em outra região, no Barreiro, a chuva também foi
intensa, com 132,8 milímetros. E na zona Oeste da cidade, com 101,6 milímetros.
Em quase todos os trechos percorridos e observados pelos próprios moradores,
que filmavam e compartilhavam, carros, móveis e eletrodomésticos eram levados
pelas enxurradas.
Tristemente, diante dos acontecimentos terríveis,
cabe relatar que um dos pontos mais arrasados pela tempestade foi a avenida
Prudente de Morais, no bairro Cidade Jardim, onde dezenas de veículos foram arrastados
pela força das águas, denotando um cenário desolador, tamanha a destruição sem
precedentes, desde os fatos dos danos dos moradores e comerciantes, até os de
responsabilidade da administração pública, como asfalto arrancado, canteiros
destroçados e montanhas de lixo e de entulho por todos os lados.
Ainda no bairro de Lourdes, na Praça Marília de
Dirceu e na rua São Paulo, a água subiu um metro e os prejuízos foram diversos,
com placas de asfalto espalhadas pelas vias e bares e
restaurantes invadidos pela água turva da enchente.
Os
moradores do bairro São Bento, na região Centro-Sul, aterrorizados e em pânico,
relatam que a rua Jandira de Costa Mourão foi uma das mais afetadas. No local,
um barranco deslizou, derrubando o muro de uma casa e ameaçando outros imóveis
do entorno. Nesse mesmo bairro um shopping foi invadido pela inundação, parte
de casas foram afetadas, salão de beleza foi alagado, tampas de bueiros voaram,
um ônibus e passageiros ficaram presos no alagamento e submetidos às enxurradas,
uma academia teve equipamentos e aparelhos cobertos de água e lama, e muitas pessoas
ficaram ilhadas e sem ação.
No
BH Shopping, no Belvedere, parte do teto do 4° andar do estabelecimento desabou
após placas do forro de gesso se soltarem, mas os consumidores não se feriram.
Lama,
sujeira e muita destruição. Esse é o trágico panorama nas ruas e avenidas da
capital. Bancos, hotéis, supermercados, bares, drogarias, casas, academias e
lojas foram inundados pelo lamaçal. A situação foi tão horripilante que, portões
foram arrancados e até veículos que estavam nas garagens ficaram empilhados. Os
estragos e os prejuízos vão levar tempo para serem contabilizados.
Um
prédio na esquina das ruas Joaquim Murtinho com Marques de Paranaguá foi tomado
pela água do temporal, que invadiu a garagem, o hall e três degraus da escada
que leva para o segundo andar. A água lamacenta subiu uns 2,5 metros. O
prejuízo foi gigantesco, e o trauma maior ainda, segundo relatam moradores.
O
cenário de guerra foi tristemente acompanhado pelos cidadãos de outras regiões da
capital mineira. A consternação é geral.
Hoje,
um dia após mais essa tragédia, os moradores e os comerciantes da região
fortemente atingida começam a limpar o que foi enlameado e devastado. Em alguns
casos, lojistas alegam que não terão nem como reabrir seus estabelecimentos,
uma vez que os estragos e os prejuízos foram muito grandes. Os empregos estão
em risco. A desolação é geral.
Embora
diante de tantos acontecimentos terríveis, ainda assim, o prefeito de BH diz
que nada disso será empecilho para a realização do Carnaval na capital mineira.
O alcaide confirmou a festa momesca, garantindo ao folião a “agradável sensação”
de que nada está acontecendo de anormal aqui. Segundo o prefeito, mais de 5
milhões de pessoas são esperadas. As frases de efeito do prefeito, como sempre,
surpreendem a população. Disse ele: “Se
não tivesse dinheiro para chuva, não teria Carnaval. E o Carnaval não tem
dinheiro público”. “O povo é obrigado só a sofrer? Aqui não tem ninguém
irresponsável”. Para compensar os seus arroubos imaturos, o prefeito disse
ainda que está comovido com os danos causados pelos temporais e que a
prefeitura tem atuado 24 horas por dia para reerguer a cidade. Será?
Em
que pese a autoridade de sua excelência o prefeito, a população pode perguntar:
o senhor está no quarto ano de seu
mandato, não corrigiu nesse tempo os erros de enchentes e inundações passadas e
vai fazer isso agora, às vésperas do Carnaval e das eleições municipais de
outubro?
A rigor, cumpre reconhecer que a população necessita de maiores consciência e educação, de forma que, sem exceção, não seja jogado nenhum tipo de lixo na rua. Acredite, a educação é tudo!
A rigor, cumpre reconhecer que a população necessita de maiores consciência e educação, de forma que, sem exceção, não seja jogado nenhum tipo de lixo na rua. Acredite, a educação é tudo!
Tomara
que os cidadãos belo-horizontinos tenham paciência para esperar pelas obras e
pelas soluções, e que a destruição, o medo e os prejuízos não sejam encobertos
pela fumaça do Carnaval propalado pelo prefeito, porque as chuvas virão, outras
vezes, e a natureza não perdoa os incautos e muito menos aqueles que não são
adeptos da precaução, da prevenção e da boa gestão. Portanto, a hora é de
arregaçar as mangas e trabalhar pelo bem da população. Efetivamente!
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
Com tanta coisa triste acontecendo o prefeito quer fazer carnaval, sujar mais a cidade, mais barulho, mais xixi nas ruas e bebedeira pra todo lado. E as obras, os estragos na cidade pelas chuvas? Tantos prejuízos e ele fala em carnaval daqui a poucos dias na cidade destruída. O povo chora e o carnaval passa. O povo na lama e o carnaval passando. Coisa mais linda isso tudo (???).
ResponderExcluirDr. Wilson Campos o senhor como advogado já disse em outros artigos que cabe indenizações e o povo precisa fazer isso, com as provas nas mãos. A prefeitura precisa fazer as obras e trabalhar mais e falar menos. Concordo com o senhor Dr. Wilson e meus parabéns mais uma vez por tudo. Maria de Lourdes S.