NATAL SEM FOME E SEM DESPERDÍCIO É UM SONHO POSSÍVEL DE REALIZAR.
O Brasil e os brasileiros não merecem a derrota social de voltarem para o Mapa da Fome da ONU. Não depois de tantos sacrifícios de cidadãos defensores dos menos favorecidos, daqueles que estão um pouco acima ou abaixo da linha de pobreza.
Não
precisamos falar em números de famintos e muito menos em volume de desperdício.
As estimativas são enormes e causam vergonha. Somos um país que produz
alimentos para consumo interno e para exportação. Somos o país do agronegócio,
da agricultura industrial e familiar. Mas somos também um país de pobres e
miseráveis que não resistem às crises latentes do desemprego e da falta de
investimento social, morrendo de desnutrição.
O
desperdício de alimento começa no campo, continua no transporte, na armazenagem
e na comercialização e termina na mesa do brasileiro. Temos conhecimento dos
fatos, mas não reagimos para a correção de rumos e nos deparamos com mais um
Natal de fome para uns e desperdício para outros. Que tristeza para o povo! Que
derrota para o ser humano! Que vergonha para o governo! Que decepção para o Natal
que foi concebido de graça, mas que nem assim a sociedade agradece de volta, na
mesma moeda, de graça, para que todos tenham um Natal sem fome e sem
desperdício, que é um sonho possível de realizar.
A
cidadania é irmã da solidariedade, que é muito próxima da compaixão. Neste
Natal, façamos um pouco de tudo isso. Se não der tempo, vamos nos preparar para
o próximo, sem desculpas de tempo ou de dinheiro, e vamos fazer acontecer. Vamos
reinventar o Natal. Vamos inovar a festa, principalmente para as pessoas que
nunca tiveram uma porque estavam longe do alcance da mesa farta, na qual o
desperdício, no final da ceia, enche-nos de remorso quando atiramos no lixo a
comida que tantos outros queriam e não puderam ter.
O
povo brasileiro é bom. Saberá mudar essa parte triste da história. Compreenderá
melhor seu semelhante e não o discriminará. Tornará possível o sonho de acabar
com a miséria. Realizará a façanha de ser reconhecido pelo mundo, por saber
amar e respeitar o próximo. Caminhará com orgulho pela mesma calçada que os
demais, sem atravessá-la porque o outro é pobre, faminto ou maltrapilho.
Cerrará compromisso consigo mesmo para que esse sonho se torne realidade – um Natal
sem fome e sem desperdício.
Se perguntam se tudo isso não passa de utopia, respondo que o impossível é
conter a morte e não se emocionar com as tristes frases dos pobres e famintos:
"estou com fome", "estou com frio", "estou fraco e sem vontade de viver", "estou me
humilhando para sobreviver". Isso é triste, é de doer e de cortar o coração.
Queira
Deus e queira o povo que possamos reescrever essa página da vida brasileira.
Queira Deus e queira o povo brasileiro que sejamos melhores no próximo Natal e não
tenhamos que nos envergonhar de nada. Muito menos do Natal sem fome e sem
desperdício, que será um sonho realizado.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação o jornal O TEMPO, edição de sábado, 23 de dezembro de 2017, pág. 13, sob o título "Um sonho possível").
Clique aqui e continue lendo sobre atualidades da política e do Direito no Brasil
(Este artigo mereceu publicação o jornal O TEMPO, edição de sábado, 23 de dezembro de 2017, pág. 13, sob o título "Um sonho possível").
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Prezado senhor.
ResponderExcluirSou aposentado da UFMG e hoje apesar de estar no final de um tratamento de Cancer onde fiz um Transplante de Medula Òssea em BH no Luxemburgo, sou professor Concursado da UFJF em Governador Valadares.
O tema que voce tratou e publicou me chamou a atenção pois esse assunto sempre me interessou.
Durante alguns anos ainda em BH me dediquei a um trabalho voluntário atraves de um grupo em Venda Nova, que Eu recolhia de alguns sacolões produtos que estariam para ser descartados, que foram retirados das bancas na quinta feira quando essas eram repostas com produtos novos, mas que ainda tinham condições de serem aproveitados, mesmo que de forma parcial, como era o caso de alguns legumes, verduras e ate frutas.
Pois bem, recolhia todo esse material no sabado pela manhã e depois de reciclados, limpos, higienizados, eram acondicionados em sacolas plasticas e entregues às familias do bairro Fortaleza, indo para Neves. Chegamos a atender 80 familias, que de alguma forma recebiam toda semana uma sacola de legumes, frutas e verduras.
No domingo, faziamos desde as 6 horas da manha 300 litros de sopa de legumes e distribuiamos na favela da Brauna, tambem em Venda Nova. Essa atividade era bancada com material doado pelo proprio grupo, totalmente separado das atividades do sabado. Para se ter uma ideia, Eu mantinha uma ELBA/FIAT só para atender a essas demandas. Quando eu não podia dirigir , outro motorista o fazia no meu lugar. esse veiculo era usado para várias coisas, como transporte de alguma pouco material para construção, reforma, telha, cimento, etc, bem como levar uma pessoa doente a hospital, etc.
Bem acho que por ai já dá para voce ter uma ideia do quanto essa questão de fome, pobreza, enfim, ajudar os menos favorecidos me interessa, mas que fique claro, nunca tirei proveito disso, não sou politico, não pretendo ser, e se o seu interesse for nessa linha, me desculpe, eu respeito, mas esqueça que fiz contato com voce.
Tenho feitos alguns comentários de opiniões no jornal "O tempo" mas as vezes gostaria de conseguir publicar um texto maior ate para que fique melhor explicado, mas não conheço o caminho para isso. se puder me orientar, ficarei muito agradecido. se puder gostaria muito de desenvolvermos algumas atividades sociais seja com crianças, com idosos ou ate com comunidades carentes.
pense nisso
veja meu curriculo lattes e for do seu interesse me retorne.
anexo envio um comentario do seu texto que tenho certeza não será publicado, ate orque ficou grande, mas ainda assim, estou enviando para a redação.
grande abraço, parabens pela materia e um feliz natal ainda que sabendo que pessoas nesse Pais passam fome.
grato
geova jose madeira
Muito triste a realidade nessa questão da fome e do desperdício. Interessante o enfoque dado e muito boa a matéria social para o momento. Parabéns Dr.Wilson Campos. E que Deus nos ajude a mudar isso, para que ninguém sofra com a fome ou a miséria. Samuel J. Elias F. BH/Minas.
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