PÉROLAS DE UM DIPLOMATA: as frases de efeito de Roberto Campos.
A incerteza da política brasileira. O Estado estorva a vida de empresas e cidadãos.
No Brasil não há mais espaço útil para incautos, bestuntos e radicais. O momento é de pensar o país. A hora é de defender a nação contra os malversadores do dinheiro público. A ocasião é de escolha do que seja melhor para o povo, e não do que seja mais conveniente para alguns indivíduos.
Só mesmo os alienados e os
desprovidos de racionalidade cairão nessa cilada de defender pessoas metidas
até o pescoço em investigações federais. Sem equilíbrio e inteligência,
aumentarão o fosso entre o possível e o razoável. Sem discernimento e
comprometimento, trocarão o certo pelo duvidoso. Sem responsabilidade e
respeito, criarão conflitos no lugar da paz.
Ninguém tem bola de cristal com
suficiente poder para decifrar o futuro. Ninguém tem certeza do que vai
acontecer no próximo ano. Ninguém tem garantias de como estarão as instituições
em 2018. Ninguém arrisca um palpite a favor de um ou outro sistema de governo.
Ninguém deixa de ficar apreensivo diante de tantas ebulições político-sociais.
O Brasil tem “altos e baixos” em
sua longa história política. Entretanto, ultimamente, tem tido apenas “baixos”.
E isso traz-me à memória o humor ferino do diplomata Roberto Campos, estrela de
vários governos, que chegou a defender figuras importantes, como o presidente
Juscelino Kubitschek. Morto em 2001, o economista e diplomata produziu inúmeras
frases sobre quanto o Estado estorva a vida de empresas e cidadãos e sobre
quanto é incerto o mundo da política brasileira.
Dentre elas:
“No Brasil, empresa
privada é aquela que é controlada pelo governo, e empresa pública é aquela que
ninguém controla”.
“O bem que o Estado
pode fazer é limitado; o mal, infinito. O que ele pode nos dar é sempre menos
do que nos pode tirar”.
“A mágica agora
é o denuncismo do ‘pega corrupto’. Esquecemos as razões profundas da corrupção,
a falência múltipla do Estado, obsoleto, corporativo, ocupado por
interesses espúrios, cuja ineficiência tem por maiores vítimas, os pobres e
indefesos”.
“A primeira coisa a
fazer no Brasil é abandonarmos a chupeta das utopias em favor da bigorna
do realismo”.
“Os adversários da
penalidade máxima arguem que é sagrado o direito de todos à vida. Exceto,
naturalmente, o direito das vítimas à vida. O direito à vida não pode ser
incondicional. Só devem merecê-lo os que não tiram a vida dos outros”.
“O primeiro e mais
absoluto dos direitos do cidadão está no pleno conhecimento da lei. E para
isso, é preciso que a lei seja uniforme e clara, e que haja uma única fonte de
interpretação definitiva”.
“Mais importante que
as riquezas naturais são as riquezas artificiais da educação e tecnologia”.
Ao que indicam, as frases de
Roberto Campos não estavam fora de foco, como alguns diziam, mas dentro da
realidade brasileira, haja vista o que presenciamos até hoje na política e na
politicagem, já no finalzinho de 2017, quando as pérolas do saudoso diplomata valem
tanto quanto antes.
Wilson Campos
(Advogado/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental).
(Este artigo mereceu
publicação do jornal O TEMPO, edição de domingo, 17 de dezembro de 2017, pág.
15, sob o título “Pérolas de um Diplomata”).
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O diplomata já previa e conhecia o povinho do governo. Nada mudou. Nada melhorou. Tudo anda ficando pior. O Estado é guloso e tributa mais do que deve, arrecada mais do que merece e gasta mais do que tem. Danou-se o Brasil. Vamos copiar nossos hermanos argentinos e vamos para as ruas. Parabéns Dr. Wilson pelo magnífico artigo e com pérolas reveladoras. Jacintho José S. J.
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