DESONERAÇÃO E REONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO.
A busca desenfreada de receita por parte do governo federal é pública e notória. O fato inconteste de gastar muito e gastar mal coloca o governo Lula (PT) numa corrida louca para criar mais impostos e aumentar alíquotas. Os contribuintes (pessoas físicas e jurídicas) não têm sossego.
O forte debate em torno da desoneração e reoneração da folha de pagamento é prova robusta da ganância de mais arrecadação. Nem mesmo o acordo fechado entre o governo, o Congresso Nacional e representantes de 17 setores da economia foi suficiente para aplacar a sede de impostos em cima de quem gera emprego e renda no país.
A desoneração da folha de pagamento foi instituída em 2011. A medida substituiu a Contribuição Previdenciária Patronal (CPP), de 20% sobre a folha de salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. As alíquotas reduzidas valem apenas para remunerações de até um salário mínimo (R$ 1.412).
O projeto vale para empresas de 17 setores, que mantêm 9 milhões de empregos diretos. O fim da desoneração vai gerar redução de postos de trabalhos. Muitas companhias devem rever planos de investimento e expansão a partir da reoneração. A redução do imposto previdenciário dos 17 setores gerou, de 2018 a 2022, a contratação de 1,2 milhão de empregos formais, com carteira assinada.
A ideia inicial da desoneração da folha de pagamentos era manter milhares de empregos e diminuir um pouco a escorchante carga tributária. Mas o governo atual não alivia e já sinaliza que entre 2025 e 2028 as alíquotas serão gradualmente recompostas.
Ou seja, os incentivos acabarão gradualmente nos próximos anos, mas o governo tributador quer medidas compensatórias. Daí que o Ministério da Fazenda apresentou, nesta terça-feira (4), ações para compensar a diminuição da arrecadação com a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de uma parte dos municípios do país.
As ações cogitadas constarão de uma medida provisória a ser editada pelo Executivo. Com tais medidas, que alteram regras do PIS/Cofins e restringem o uso de créditos tributários para limitar o abatimento da base de cálculo de outros impostos, o governo petista espera aumentar a arrecadação ainda em 2024 em R$ 29,2 bilhões - valor bem acima do necessário para compensar a desoneração de empresas e dos municípios, que é de R$ 25,8 bilhões.
Um setor que faz uso do benefício e será bastante prejudicado é o agronegócio. Os gênios da Fazenda vão afetar um dos maiores motores da economia do nosso país.
A meu ver, do ponto de vista econômico, o mais correto seria que a política de desoneração fosse horizontal, valendo para todos os setores produtivos, sem exceção. Ademais, o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, sem a contrapartida da prestação de serviço público adequado.
De sorte que é indispensável buscar alternativas para desonerar a folha de pagamentos que sejam efetivas e gerais. Mas o governo precisa abandonar essa ideia fixa de não perder nenhuma arrecadação, gastar muito e gastar mal.
Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 6 de junho de 2024, pág. 19).
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A desoneração foi criada em 2011 e até o governo petista chegar estava tudo certo e as empresas gerando emprego e renda. Com o PT no governo a coisa precisa mudar e aumentar mais impostos e aplicar mais restrições aos empreendedores e produtores de maneira geral??? É isso??? Vão prejudicar as empresas, os empregados, o crescimento do país. Com essa carga tributária terrível que temos ninguém aguenta - nem o empresário nem o consumidor. MUDA BRASIL!!! Dr. Wilson Campos, advogado, meus parabéns pelo artigo no jornal O TEMPO de hoje, muito bom e como sempre correto no enfoque e nas ideias. Abr. Caio Mário F.G. Oliveira (BH/SP/RS).
ResponderExcluirNossa empresa é uma das 17 classes até então beneficiadas até agora pela desoneração da folha de pagamento. Com o governo atual a coisa vai degringolar e piorar o clima e o andamento das iniciativas estruturais. Tudo vai mudar e demissões vão ocorrer infelizmente. Precisamos da mão de obra, investimos na qualificação dos colaboradores, e agora vem essa total insegurança jurídica pra cima de nós. Não tem controle fiscal ou tributário que suporta isso. O governo quer taxar, colocar mais impostos, fazer restrições, cobrar tudo que pode para inviabilizar os produtores de alimentos, bens, serviços, etc., para assim poder gastar muito e gastar mal como diz o caro advogado dr. Wilson, e com o qual concordamos cem por cento em todo seu argumento. Dr. Wilson o seu artigo nos representa e agradecemos. Att: Lúcia M.S.Aguiar . (MG/Brasil).
ResponderExcluirNo nosso ramos da construção civil o Dr. Wilson sabe muito bem, qualquer diminuição de imposto ajuda na transferência desse benefício para o comprador das unidades e numa remuneração melhor para nosso pessoal de administração e construção. Agora vem o governo tirar o que outro governo tinha concedido por ser uma oportunidade de melhorias gerais. Quem está certo afinal??? Com certeza não é esse atual governo. Muita insegurança para trabalhar hoje em dia. Total insegurança jurídica na área tributária e em outras áreas fiscais. Está difícil Dr.Wilson. Vamos ter de sentar e pensar uma estratégia para não perdermos bons empregados e nem o pique para trabalhar na construção civil. Grande abraço. Helton K. Guimarães Filho (eng./construtor).
ResponderExcluirParabéns pelo texto doutor Wilson. A realidade é essa mesmo e temos que trabalhar dobrado para sobreviver com tantos impostos nos ombros. Forte abraço. Péricles Salustiano.
ResponderExcluirGostei demais do artigo Dr. Wilson Campos e acompanho o blog e leio sempre e destaco com louvor essa parte do seu texto aqui : ... O projeto vale para empresas de 17 setores, que mantêm 9 milhões de empregos diretos. O fim da desoneração vai gerar redução de postos de trabalhos. Muitas companhias devem rever planos de investimento e expansão a partir da reoneração. A redução do imposto previdenciário dos 17 setores gerou, de 2018 a 2022, a contratação de 1,2 milhão de empregos formais, com carteira assinada... - OU SEJA, querem mudar o que está dando certo. Não posso acreditar num desvario tão grande desse governo. Att: Virgínia MSL.
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