QUARTO E ÚLTIMO DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS.

No quarto e último debate do segundo turno, para a eleição do novo Presidente da República, desta vez promovido pela TV Globo na noite desta sexta-feira (24), o candidato Aécio Neves (PSDB) começou perguntando a candidata Dilma Rousseff (PT) sobre a denúncia da reportagem da revista Veja sobre o conhecimento dela e do ex-presidente Lula sobre os desvios de verbas e corrupção na Petrobras.

A candidata petista alegou que a revista faz campanha contra ela, não tem provas e tem o hábito de tentar dar um golpe eleitoral, como fez em todas as eleições. Dilma disse que vai à justiça.

Em vários momentos do embate os candidatos se enfrentaram com anúncios de índices, dados e estatísticas de bons serviços realizados em prol do país.  Acontece que o eleitor não tem como saber se esses números são, de fato, confiáveis, e se trouxeram benefícios à população, uma vez que a prestação de serviço público há muito não satisfaz a sociedade.

No decorrer do debate os candidatos perguntaram e responderam sobre salário mínimo, criação de empregos, economia, inflação, infraestrutura, segurança e outros assuntos relevantes. Contudo, não informaram como vão executar os seus planos de governo e em quanto tempo.

Aécio acusou Dilma de financiar porto em Cuba. A candidata do PT desconversou e disse que o governo FHC também fez investimentos na Venezuela e em Cuba.

O candidato do PSDB retrucou com a revelação de que o financiamento para Cuba foi de 25 anos e que o governo brasileiro aceitou garantias em pesos cubanos. 

A candidata Dilma informou que o financiamento para porto em Cuba beneficiou empregos brasileiros. 

Dilma perguntou a Aécio se ele iria manter o programa Minha Casa Minha Vida, e ele respondeu que vai aprimorar o programa e contemplar outras fatias da população.

Aécio rebateu acusação de Dilma de que ele seria contra os bancos públicos. O candidato do PSDB deixou claro que os bancos públicos serão fortalecidos e não aparelhados, e revidou dizendo que um terço da diretoria do Banco do Brasil é de petistas. 

O candidato Aécio perguntou a Dilma o que o seu governo fará para controlar a inflação, e ela respondeu que é seu compromisso controlar a inflação, que o governo FHC não mantinha a meta e que não há comparação entre o que ela fez e o que eles fizeram. 

Aécio diz que é muito confusa a explicação de Dilma e que o PT sonha que controlou a inflação, quando quem o fez foi o PSDB, e afirma ainda que o governo de Dilma deve à Caixa Econômica Federal. 

Dilma fala que o governo do PSDB quebrou os bancos públicos e jogou a crise nas costas do povo brasileiro. Aécio rebate e diz que os bancos públicos são aparelhados pelo pessoal do PT.

A candidata Dilma pergunta a Aécio sobre escolas técnicas e ele responde que o PRONATEC é uma inspiração nas ETECs de São Paulo, mas que agora falta fiscalização e que as denúncias são graves. Aécio diz ainda que vai aumentar a carga horária dos cursos e que quer o aluno completando o seu ciclo de estudo no ensino médio. 

Dilma ataca e diz que em 8 anos o governo do PSDB fez 11 escolas técnicas, contra 422 feitas no governo do PT. A candidata afirma ainda que o PRONATEC é gratuito e comporta tanto ensino médio quanto qualificação profissional. 

Aécio fala que o governo do PT não fez nada para que a qualidade da educação avançasse e que ele quer ser lembrado como o presidente que revolucionou a educação no Brasil. Aécio afirma ainda que em Minas ele fez a melhor educação do Brasil.

O debate possibilitou respostas a perguntas de eleitores tidos como indecisos, restando mais precisas as de Aécio, uma vez que Dilma parecia confusa na interpretação dos temas arguidos.

Ao final do embate a candidata Dilma se despediu falando que contava com o voto do povo e que iria melhorar o seu governo e controlar a inflação.

Aécio na sua despedida disse que, se eleito, vai acabar com a corrupção no Brasil e que vai colocar o PT para fora do governo. Afirmou ainda que vai cuidar da educação com zelo e que vai dar prioridade às crianças e aos jovens.

O debate mais uma vez proporcionou a troca de farpas entre os candidatos. Algumas perguntas ficaram sem respostas e uma delas foi sobre o mensalão, quando Dilma rodeou mas não respondeu.

Os temas requentados não entusiasmaram os eleitores, que esperavam mais dos dois candidatos, principalmente na colocação de soluções para os problemas mais urgentes, exaustivamente conhecidos: saúde, educação, transporte, segurança, controle da inflação e o fim da corrupção.

Em suma, ficou a impressão de que Aécio agora está mais bem preparado para governar o país, enquanto Dilma se mostra titubeante, gaguejando e trocando alhos por bugalhos. 

Que venham as eleições desse domingo e que Deus tenha piedade do povo brasileiro, reservando-lhe um presidente que se volte para o trabalho das questões sociais, do progresso, da humanidade, da ética, da probidade, da honestidade, da defesa do meio ambiente, do cumprimento da Constituição e do respeito aos cidadãos.

Wilson Campos (Advogado).      

Comentários

Postagens mais visitadas