SEGUNDO DEBATE OU SEGUNDO ROUND?
O segundo debate
entre os candidatos à presidência, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT),
transmitido pelo SBT, nessa quinta-feira (16), não mudou nada em comparação ao
primeiro, uma vez que preponderaram as acusações e a troca de ofensas contínuas.
O debate, novamente,
não revelou um vencedor inconteste. O segundo round, se assim podemos qualificar,
apresentou o único perdedor da noite, o povo, que continua à espera das
propostas e programas de governo. O debate de acusações e rompantes, como
levado a milhões de brasileiros, não acrescenta investimentos nas áreas sociais
mais críticas que há muito são cobrados do poder público, haja vista as
manifestações de rua de junho do ano passado.
O início do segundo
debate teve primeiramente a fala do candidato Aécio, que disse querer um
governo sem o “eles e nós”, mas um governo para todos. Aécio falou ainda que quer
ser presidente porque se preparou para isso e que o povo lhe pediu para mudar o
país, e sem o PT.
A candidata Dilma
começou sua fala dizendo que quer ser presidente novamente porque deseja
continuar os programas que implantou e que prima pela inclusão social das
minorias.
No primeiro bloco de
perguntas e respostas, o candidato Aécio começa a pergunta denunciando a
corrupção na Petrobras e seus desdobramentos – de quem é a responsabilidade dos
desvios na Petrobras?
Dilma responde que
ela permite que a polícia federal investigue e que é pela punição dos culpados,
e atacou a impunidade no mensalão mineiro, na compra de votos, e citou as
rádios de Aécio em Minas.
Aécio retruca que a
prisão dos culpados é tarefa do Estado, e ele quer saber do agora e não do
passado. Acusa de conivente e de incompetente a candidata Dilma.
Dilma revida e
dispara que quer os culpados dos casos do PSDB e da pasta rosa punidos e
investigados.
A candidata Dilma
agora faz a sua pergunta sobre o Enem, Pronatec, Prouni e os cursos sem
fronteiras (!?).
O candidato Aécio
responde que o Pronatec e o Prouni interessam a todos e as boas coisas precisam
continuar. Fala que vai preparar os jovens para o desafio da vida.
Dilma retruca e volta
com investidas contra os casos de corrupção e não punição do pessoal ligado ao
PSDB.
Aécio acusa os
assessores da candidata petista e diz que não se mede pela régua do PT.
O candidato Aécio
volta a perguntar, agora sobre inflação: o PT mandou cortar a carne e comer
ovo. Quer saber como a candidata fará para controlar a inflação?
Dilma afirma que tem
dois choques – energia e alimento.
Aécio critica a falta
de resposta sobre a inflação, que a sua adversária não sabe explicar. Acusa o
PT de leniente e de falta de credibilidade.
A candidata Dilma
responde que resgata a causa do emprego e não a do arrocho salarial. Diz ainda
que a dona de casa pode comprar porque o emprego estará garantido.
Desta vez a pergunta
é da candidata Dilma, que indaga de Aécio se ele nomeou parentes para o seu
governo em Minas?
Aécio responde que
Fernando Collor também fez isso com Lula. Diz que Andréa Neves, sua irmã,
trabalhou sim com ele e para Minas. Acusa Igor Rousseff, irmão de Dilma, de
receber e não trabalhar, na gestão de Fernando Pimentel (PT).
Dilma retruca que
Andréa responde pela verba da comunicação de MG e pelas rádios da família
Neves.
Aécio revida que o
cargo de Andréa não é remunerado pelo estado de Minas e diz que o Ministério
Público não apresentou nenhuma reparação às contas de seu governo.
No segundo bloco do
debate, a primeira a perguntar é a candidata Dilma Rousseff, que diz que saiu
uma notícia de que membro do PSDB recebeu propina para esvaziar CPI da
Petrobras (!?).
Aécio diz que a
investigação deve ser profunda e para todos. Diz que o desvio da Petrobras foi
para o tesoureiro do PT e que a polícia federal diz existir uma organização
assaltando a Petrobras. Diz ainda que o PT impediu os seus membros de irem à
CPI para prestarem esclarecimentos. Diz que exige apurações e punições para
todos.
Dilma revida dizendo
que doa a quem doer, a punição deve ser para todos, e não engavetar como o
partido do seu adversário faz.
Aécio reafirma que se
punam todos. Acusa o partido de Dilma de fraudar a CPI dando gabarito de
respostas e diz que o PT prevaricou.
Aécio relata, segundo dados da Unicef, a morte
de 24 jovens por dia no Brasil, assassinados, e reclama da falta de debate desse tema na campanha, e ainda reclama do clima de impunidade no governo da
candidata.
A candidata Dilma diz
ter empenho no combate à violência contra os jovens. Afirma que prevenir é o
início do combate à criminalidade e às drogas. Afirma que o seu governo
previne.
Aécio diz que Dilma
fracassou, que a polícia federal está sucateada, as forças armadas
desestruturadas e que a candidata abandonou a juventude.
Dilma afirma ter
feito uma gestão nas fronteiras e na defesa do país e diz que vai melhorar.
Desta feita, mais uma
pergunta de Dilma, que quer saber de Aécio sobre segurança.
Aécio propõe revisão
do código penal e do código de processo penal, e diz que vai ter uma relação
diferente com os países vizinhos, e que será o condutor da segurança pública e
que vai cuidar dos jovens.
Dilma diz que deve
haver articulação na área de segurança, entre as forças armadas e a polícia.
Aécio critica que
Dilma não fez em quatro anos o que diz que vai fazer – não combateu o crack e
não executou obras para a área de segurança pública.
O candidato Aécio
pergunta onde está o metrô de BH, Curitiba, etc. – cadê a mobilidade?
Dilma responde que o
metrô está nas mãos do prefeito de BH e que está gastando com corredores de
ônibus e em conjuntos de obras de mobilidade. Diz que tem metrô sendo
construído no Rio de Janeiro e em outros locais e que o programa dela é melhor.
Aécio alega serem
inverdades as falas da candidata Dilma. De cada dez obras do governo uma apenas
foi entregue. Obras paradas e com sobrepreço.
Dilma refuta e alega
que as obras de mobilidade são em parceria da União com os Estados e os
Municípios.
No terceiro bloco a
pergunta de Dilma é sobre acidente de trânsito sob efeito de bebidas alcoólicas
e como o candidato vê a Lei Seca?
Aécio, irritado, mas
direto, diz que a lei é excelente e afirma que esteve em um episódio em que se
negou a fazer o teste do bafômetro e que se arrepende de não tê-lo feito. Diz
que Dilma faz debate de baixo nível e que ela se acha acima de todos. Diz ainda
que Dilma não sabe de política e que foi colocada no governo pelo PT.
Dilma diz que a Lei
Seca deve ser respeitada e recomenda para as pessoas dirigirem sem álcool e
droga, que afetam a todos.
Aécio diz que a
campanha de Dilma é a da mentira, que ele combate e combateu a mortalidade e
pede verdades ao invés de mentiras.
Aécio agora faz a
pergunta já afirmando que Dilma não tem nada a mostrar e que ela somente sabe
mentir, inclusive, mandando filmar escolas no domingo, para falar que a obra
estava parada.
Dilma revida e cita
que Minas assinou termo de ajuste de gestão e Aécio se furta a falar a
respeito.
Aécio fala que Dilma
acusa Minas Gerais, mas que ela não sabe o que acontece em Minas, inclusive na
área de educação e saúde, com as contas do governo aprovadas pelo Tribunal de
Contas.
Dilma diz que saiu de
Minas por perseguição e não para passeio no Rio de Janeiro. Fala que tem
expectativas para a população e que vai trabalhar para isso.
Dilma pergunta a
Aécio por que o aeroporto de Claudio (MG) foi construído nas terras de parente
dele?
Aécio rebate que é
mentira e que o aeroporto foi para a população da cidade e que o governo de Dilma
não construiu aeroportos e que as obras dela têm sobrepreço, com dinheiro desviado
pelos petistas. Aécio diz ainda que terminou o seu governo em Minas Gerais com
aprovação de 92% dos mineiros.
Dilma fala que gosta
de Minas Gerais, estado em que nasceu, mas que Aécio construiu sim aeroporto em
terras de tio.
Aécio retruca de
forma veemente que Dilma mente e que o povo quer o PT fora do governo. O
candidato tucano pede à petista que tenha respeito pelo povo de Minas Gerais e
respeito ao seu passado de luta, desde as diretas já.
Aécio agora pergunta
à candidata Dilma, por que ela defende a corrupção e afirma que tem corrupto por
todo lado?
Dilma se defende
fragilmente dizendo que Aécio é um dos mineiros e não o dono de Minas Gerais, e
que construir aeroporto em terras de tio
é feio. Diz, sem muito convencimento, que ninguém tem atestado de virtuosidade.
Aécio revida com
firmeza e diz que Dilma defende que todo mundo pode cometer ato de corrupção.
Diz que em 12 anos a candidata manda na Petrobras e que a empresa está cheia de
erros e corruptos do PT.
Dilma diz que ninguém
está acima de suspeitas.
Na parte final do
debate, embate ou round, a candidata Dilma Rousseff se despede agradecendo a
todos e diz que seu governo olha para todos e não apenas para a elite, que luta
pelo emprego, educação, saúde e distribuição de renda.
Aécio também se
despede com agradecimentos a todos e diz que o Brasil não aguenta mais quatro
anos de sofrimento e desgoverno do PT, que não quer dividir, mas integrar o
povo, que quer um país sem ofensas, porque é honrado e que fará o melhor para o
povo e para a nação.
O segundo debate se
encerrou. A dúvida e a expectativa do povo continuaram, uma vez que as
propostas de governo não foram dadas a conhecer. A candidata do PT se mostrou titubeante na maioria das vezes, respondendo com agressões quase sempre direcionadas para o lado pessoal. O candidato Aécio demonstrou segurança, experiência e estar mais preparado para governar.
Independentemente da vitória de Aécio nos debates, o que o povo quer ver é uma nação unida, administrada por pessoas sérias, éticas, honradas, competentes, dedicadas, probas e que transmitam confiança e respeito, nacional e internacionalmente.
Durante o debate, os eleitores permaneceram ansiosos por uma luz no fim do túnel, que possibilitasse enxergar, no mínimo, os programas voltados para as primeiras necessidades, emergenciais, públicas e notórias, reivindicadas desde as manifestações de junho, de que o país carece urgentemente de atenção nos setores da saúde, educação, trabalho, transporte, segurança, moradia e todos os demais assegurados na Constituição da República.
Independentemente da vitória de Aécio nos debates, o que o povo quer ver é uma nação unida, administrada por pessoas sérias, éticas, honradas, competentes, dedicadas, probas e que transmitam confiança e respeito, nacional e internacionalmente.
Durante o debate, os eleitores permaneceram ansiosos por uma luz no fim do túnel, que possibilitasse enxergar, no mínimo, os programas voltados para as primeiras necessidades, emergenciais, públicas e notórias, reivindicadas desde as manifestações de junho, de que o país carece urgentemente de atenção nos setores da saúde, educação, trabalho, transporte, segurança, moradia e todos os demais assegurados na Constituição da República.
Resta destacar que a
democracia proporciona a eloquência do debate, sem, contudo, admitir que o
embate descambe para as ofensas pessoais, o que, de fato, desagrada o eleitor e
priva-o de conhecer efetivamente os planos, as ideias e os valores dos
candidatos.
Está na hora de a candidata Dilma parar de apontar o dedo para Minas Gerais e de colocar o estado mineiro no centro das atenções, mesmo porque Minas é uma das principais alavancas do desenvolvimento desse país e sempre foi e será um estado precursor do progresso, da liderança, da cidadania e dos melhores exemplos na nação. Minas e seus 853 municípios muito fizeram, fazem e farão por este país, sempre carregando a bandeira da liberdade, ainda que tardia.
Que os próximos debates tragam soluções para os problemas do país e não apenas trocas de ofensas e acusações. O que a população brasileira precisa é de horizontes claros e limpos, que possibilitem um futuro melhor para todos.
Wilson Campos (Advogado).
Está na hora de a candidata Dilma parar de apontar o dedo para Minas Gerais e de colocar o estado mineiro no centro das atenções, mesmo porque Minas é uma das principais alavancas do desenvolvimento desse país e sempre foi e será um estado precursor do progresso, da liderança, da cidadania e dos melhores exemplos na nação. Minas e seus 853 municípios muito fizeram, fazem e farão por este país, sempre carregando a bandeira da liberdade, ainda que tardia.
Que os próximos debates tragam soluções para os problemas do país e não apenas trocas de ofensas e acusações. O que a população brasileira precisa é de horizontes claros e limpos, que possibilitem um futuro melhor para todos.
Wilson Campos (Advogado).
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