ESQUECERAM DE MINAS



    "O jogo de empurra é político"
 

Cabe à União tratar com isonomia os estados brasileiros, bem como cabe ao governo estadual olhar de forma igual para todos os municípios, independentemente das cores das camisas ou das siglas dos partidos. Ora, a população não pode ser sacrificada pelos antagonismos partidários ou por mágoas havidas entre uns e outros políticos.

Uma situação clara de que isso ocorre é a de Minas Gerais, porquanto esteja há 15 anos pedindo investimentos para estradas, metrô, saúde, educação e segurança, e o governo federal, por razões pouco ortodoxas, simplesmente oferece a conta-gotas a parcela mineira na verba nacional, insuficiente para o porte, a importância e a dimensão do Estado.

As obras rodoviárias em Minas são temas eternos de palanque, mas não passam disso. O Anel Rodoviário de Belo Horizonte e as estradas por todo o Estado são exemplos de constantes promessas de obras de adequação e de pavimentação. As obras de infraestrutura, que sempre mereceram discursos calorosos dos políticos em campanha, ficaram tão somente nas palavras; perderam-se no tempo e restaram abandonadas pelo dever não cumprido.

O governo federal alega falta de projetos ou falta de verba. O governo estadual reclama da burocracia e da morosidade na liberação de recursos orçamentários para licitação das obras. O jogo de empurra é político. Os partidos envolvidos na cúpula executiva não têm o mesmo ideal. Em comum, apenas o fato de que prejudicam enormemente a população, os produtores rurais, o comércio, a indústria, o desenvolvimento e o crescimento do Estado.

Por outro lado, também não justifica a pouca influência dos deputados e senadores mineiros, quase sempre inertes e pouco participativos das reivindicações transitadas no sistema bicameral, posto que a eles cabe a cobrança de mais investimentos e mais espaço político no primeiro escalão do governo.

Em Minas, o déficit em infraestrutura é enorme. A implantação do metrô na capital não sai do papel. Os aeroportos esperam por expansão e modernidade, principalmente os do interior do estado. As estradas encontram-se em péssimas condições, perigosas e causadoras de milhares de mortes todos os anos. Ou seja, faz-se necessária a liberação urgente de verbas para o metrô de Belo Horizonte; para as reformas na BR-381 e no Anel Rodoviário; para a construção do Ferroanel na região metropolitana; e para a infraestrutura urbana e rural.

O sistema logístico atual, empregado no escoamento da produção e no transporte de cargas, não atende a demanda estadual e interfere diretamente na vida dos municípios. Os repasses da União não chegam a Minas, e a falta de construção de obras estruturantes estrangula ainda mais a maior malha rodoviária do país.

A responsabilidade do governo federal, se não assumida, deve ser cobrada até mesmo na esfera do Poder Judiciário, porquanto os prejuízos são enormes e causam constrangimento, atraso e sofrimento ao povo mineiro.

Wilson Campos (Advogado/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quarta-feira, 15 de março de 2017, pág. 19).

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Comentários

  1. Os políticos mineiros precisam trabalhar mais e defender os interesses de Minas Gerais. Enquanto os mineiros dormem de touca, os paulistas e os cariocas nadam de braçada na verba federal, gastando mais do que precisariam. E Minas fica olhando, olhando e não toma uma posição firme. Ora, tá na hora de arregaçar as mangas e trabalhar firme em prol de MG. Chega de moleza, políticos mineiros. Vamos à luta por Minas. Parabéns Dr.Wilson Campos pela visão e competência. Abraços e saudações patrióticas. Demósthenes A. F. G. J. , Minas Gerais, Brasil.

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  2. Minas são muitas e muitos são os mineiros a defender os seus ideais. Os políticos precisam, com certeza, melhorar a performance e batalhar mais em nome de Minas Gerais, em nome do povo mineiro. Coloquem mãos à obra e justifiquem os salários que ganham. Chega de ficar para atrás. Vamos avançar. Danielle M. F. , 100 % Minas Gerais.

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