DIA DO TRABALHADOR
Fica
difícil comemorar o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador no atual momento.
Os acontecimentos no país dão conta de 14,2 milhões de desempregados. O governo
vota a toque de caixa as reformas trabalhista e previdenciária. As controvérsias
se instalam e ninguém se entende.
Comemorar
o que no Dia do Trabalho ou do Trabalhador?
Tudo
bem que as reformas podem trazer um novo quadro para a contemplação da
sociedade brasileira, mas não há garantias de que as mudanças vão atender os
reclamos sociais ou os pedidos de socorro do setor empresarial, que reclama há
décadas da pesadíssima carga tributária e das concessões excessivas e
benevolentes da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Se,
por um lado, o trabalhador afirma que não tem o que comemorar no Dia do
Trabalhador, por outro, o governo comemora os sinais da redução dos juros e do
movimento de alta do PIB (Produto Interno Bruto).
As
lideranças sindicais, por sua vez, gritam palavras de ordem e elevam o tom
dizendo que os trabalhadores estão sendo lesados nos seus legítimos direitos;
que o Congresso está a serviço da elite; que o governo quer acabar com a classe
trabalhadora, usando de medidas autoritárias como as da terceirização e das
reformas trabalhista e previdenciária.
Enquanto
os trabalhadores, as centrais sindicais, o setor empresarial, o Congresso e o
governo não se entendem, o déficit de emprego só aumenta e os investimentos
necessários para o crescimento e o desenvolvimento não acontecem, apertando ainda
mais o nó no pescoço do trabalhador e dos chefes de famílias que estão
desempregados ou que correm o risco de perderem o emprego.
Os
sindicatos ficaram anos e anos calados na era dos governos petistas, não
mostraram serviço e não buscaram melhorias para o trabalhador. O Congresso
sempre se manteve vendido e a serviço do governo, desde que os parlamentares
fracos de espírito cívico fossem favorecidos com cargos e verbas. O governo há vários
anos convive com os dois - sindicatos e congressistas -, e nunca os chamou à
responsabilidade, mostrando-lhes as suas verdadeiras funções, em vez de brincarem
de representantes dos trabalhadores e do povo, respectivamente.
A
solução para que o próximo 1º de maio, Dia do Trabalhador, seja melhor que o
atual, está na necessidade e na urgência da soma de esforços de todos os
setores – trabalhadores, empresários, sociedade, políticos e governo -, de
forma que haja um entendimento nacional para o fim do desemprego, da inflação,
dos juros altos e da corrupção. Para isso basta boa vontade, comprometimento, caráter,
ética e trabalho honesto. Todos têm uma parcela de culpa e colocar o país em
primeiro lugar é a única alternativa cidadã.
Da
maneira como as coisas vão, caso não haja um amplo diálogo entre as partes
interessadas, mormente com relação às reformas pretendidas pelo governo, uma
coisa é certa: a judicialização vai ser a ferramenta mais utilizada pelos trabalhadores,
que vão às barras do Poder Judiciário buscar os seus direitos e garantias retirados
por força de votações noturnas negociadas entre os membros da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, naturalmente com a bênção do governo interino de
Michel Temer.
Muitos
dizem que as reformas são razoáveis e imprescindíveis para a normalização da
economia e o retorno do emprego. No entanto, a linha adotada pelo governo é
tênue, posto que remete a favorecimentos do empresariado e das instituições financeiras,
deixando sem muita opção os trabalhadores e os contribuintes da Previdência
Social.
No
Dia do Trabalho ou do Trabalhador, como queiram, a expectativa é a de que os
protagonistas dos filmes em cartaz tenham bom senso e preservem a democracia,
pois assim encontrarão o caminho para a preservação dos direitos fundamentais
dos trabalhadores e a retomada do crescimento e do desenvolvimento do país, com
as consequentes soluções para o desemprego e o estímulo ao setor produtivo - comércio,
indústria e prestação de serviço.
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Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário,
Trabalhista e Ambiental).
No feriado do trabalhador não temos nada a comemorar, como disse o Dr. Wilson, porque com esse salário minguado, desemprego disparado, alta de preços e custo de vida elevado, não sobra comemoração nem que a gente deseje. Vamos torcer para as coisas mudarem o mais depressa possível, pois a paciência do povo está esgotando. Claudionor José M. C.
ResponderExcluirDr. Wilson, com esses sindicatos de pelegos e com esse governo ilegítimo fica difícil o trabalhador ter um bom emprego ou manter esse emprego. Que país e que povo aguenta tanta falta de ética? O povo, o trabalhador, que se organizem para ter bom governo e bons sindicatos porque os que estão aí deixam a desejar em tudo ou quase tudo. Parabéns pelo artigo, como sempre em sintonia com o dia a dia do cidadão brasileiro. Saudações brasileiras. Expedito J. G. S.
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