QUEREM A REPÚBLICA DE JOELHOS

 

A criatura se insurge contra o criador. O cidadão não mais reverencia a grandeza da República. O Estado democrático de direito se sujeita a comportamentos vis e criminosos de mentes corrompidas e imorais. O respeito e a obediência são letras mortas numa Constituição diariamente desacatada. O plano sórdido é prostrar de joelhos a República brasileira.

Os covardes que desonram a bandeira nacional são os mesmos que se espelham em comandantes de países fracassados e indignos de menção. São indivíduos alienados, orientados por ídolos de barro, incapazes de honrar o debate no campo das ideias. Armam-se de meias verdades e se jogam no confronto, sabedores da incompetência de vencerem pelo diálogo, mas domesticados pelo cabresto da violência ou da estupidez. Querem a República de joelhos.

A facada não feriu apenas Jair Messias Bolsonaro, mas uma população cuja maioria trabalha e sobrevive à custa do próprio trabalho. O golpe traiçoeiro não atingiu unicamente o político em campanha, mas uma sociedade cuja maioria sabe distinguir política ordeira de politicagem rasteira. A agressão criminosa não violou tão somente os direitos de uma pessoa pública, mas os direitos e as garantias da cidadania e da livre escolha.

Se ferir Bolsonaro foi uma tomada de decisão pessoal, que ainda precisa ser devida e efetivamente esclarecida, o agressor ultrapassou a linha tênue do risco iminente, invisível para os aparvalhados e fantoches, mas claramente perceptível aos seres conscientes e civilizados. O problema, minha gente brasileira, é que na hora da prestação de contas com a Justiça, o criminoso se colocou como coitadinho e doente de corpo e alma.

Exatamente no momento do ataque ignavo, ignaro e ignóbil, os simpatizantes do candidato ferido eram numerosos, e ainda assim o agressor foi adiante na sua terrível obsessão. O desfecho foi um golpe na democracia, uma profusa mancha na Constituição e uma acentuada desconfiança na melhor forma de organização da sociedade para a realização dos interesses comuns. De um lado, um indivíduo cercado de mistério e fora da harmonia social. De outro, a coletividade reunida em praça pública, dentro da normalidade, numa típica manifestação popular, comum e permitida em período eleitoral.  

A intolerância não encontra guarida na Ordem Jurídica, não conquista vitórias das quais se possa orgulhar e não honra a tradição pacífica da grande maioria do povo brasileiro. As diferenças e as controvérsias são peças movíveis no tabuleiro da conciliação, mas jamais permitidas quando impostas como regra para um jogo coletivo, onde os direitos fundamentais sejam alijados em detrimento de mesquinhos interesses particulares. A violência, da mesma forma, não será permitida aos que bajulam o ócio e forçam uma conquista na contramão das garantias constitucionais. A República, ainda que de joelhos acidentalmente, se levantará.

Não bastassem atualmente a censura, os riscos e ameaças às livres expressão e manifestação, o ativismo judicial, a omissão parlamentar, a inversão da ordem social e os óbices ao devido processo legal, a sociedade ainda se vê obrigada a sustentar e pagar viagens internacionais milionárias do presidente e sua enorme comitiva. Isso, sem levar em conta as surpresas com os cortes de orçamentos da educação, da saúde e da segurança. Isso, fazendo vista grossa para o recrudescimento da violência e a leniência com a impunidade de criminosos contumazes.

Querem tirar a fórceps dos 215 milhões de brasileiros o direito à ampla defesa e ao contraditório. Querem a sobreposição de um poder aos dois demais. Querem medir forças diante de uma população pasma e boquiaberta, que vê o Congresso acovardado e ajoelhado. Querem o fim da razão, do equilíbrio, da liberdade e da democracia cidadã. Querem impor uma ditadura civil, mas as amarras fisiológicas mais à esquerda não abreviarão a soberania popular e muito menos empurrarão goela abaixo o tônico amargo do patrulhamento e da opressão. 

Teorias conspiratórias, notícias falsas e boatos não são instrumentos de recuperação moral nem de formação de opinião, mas de incitação ao ódio e de criação de conflitos. Daí o perigo de a cantilena odienta se transformar em retrocesso, em divisões de classes e no esmagamento do povo. Mas a cidadania ainda é forte, e manterá a República ilesa e elevada, acima das vaidades, da intolerância e do autoritarismo. Políticas e ações perversas não vencerão.

Querem a República de joelhos, mas os verdadeiros filhos desta pátria e desta nação não permitirão.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021). 

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Comentários

  1. Querem a República de joelhos mas não conseguirão isso e vai chegar uma hora que a lei vai funcionar e os maus pagarão seus crimes e pecados. O Brasil é nosso dr. Wilson e vamos juntos defender nossa nação e nossa pátria do coração. Vamos juntos e Deus nos comandará à vitória. Evanil Pinho.

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  2. Eu sempre ia no desfile de 7 de setembro e esse ano passei longe e nem liguei a televisão. Não suporto mais a covardia de certas autoridades de farda ou sem farda, de terno e capa ou sem sso. Se nosso país corre riscos como dizem todos os os dias nos jornais, televisão e rádios e realmente corre porque os desmandos e abusos são grandes e cada vez maiores, vai chegar uma hora que o povo vai dizer BASTA. BASTA. BASTA. É esperar para ver. Somos todos BRASIL dr. Wilson Campos advogado. SOMOS BRASIL. Att: Wilma Ataíde.

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  3. Samuel Louzada S. V. Jr.23 de setembro de 2023 às 19:02

    Quem pensa que vai ser fácil transformar o Brasil numa Venezuela está muito enganado. A coisa vai virar de uma hora pra outra e o aeroporto ficará cheio de gente querendo fugir dos crimes que cometeu contra o povo. E a prisão será pequena para tanta gente que apunhalou, feriu, roubou, meteu a mão, gastou sem razão, emprestou sem garantia, etc. Uma hora a cobrança vem e vem com força de JUSTIÇA divina. Dr. Wilson seus artigos são de um patriota de verdade e de ótimo gosto e escrita inatacável. Sou professou universitário das antigas e conheço do riscado. Eu gosto muito e recomendo e compartilho seus textos. Combinado? Samuel Louzada.

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  4. Felipe Gramont S.L. Magalhães23 de setembro de 2023 às 19:04

    Aplaudo, comemoro da ideia e assino embaixo. Parabéns mestre Wilson. Abraço cordial do Felipe Magalhães.

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  5. Querem o nosso país submisso e subjugado mas isso não acontecerá nunca porque nosso Brasil é imenso e não é uma republiqueta como Cuba ou Venezuela ou Nicarágua. Ou eles pensam que nossa pátria será dominada por um tirano louco, velho e que faz turismo em vez de governar???. Um governante que está há mais de 8 meses e meio sem fazer nada e só viaja de lua de mel e fazendo papelão e vexame pelo mundo afora é uma afronta ao povo e a todos. O Brasil vai se libertar desse jugo. Nós vamos vencer. O bem sempre vence o mal. O bom sempre vence o mau. Meus mais sinceros cumprimentos advogado Wilson Campos pelo artigo e como sempre nota 10. Eu disse nota 10!!! Att: Janaina Teixeira.

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  6. Manoel Júlio Alvarenga23 de setembro de 2023 às 23:20

    Querem o país pobre, falido e entregue ao comando de chineses e russos??? Essa corja petista esquerdista e comunista não tem limite??? O troco virá a galope e será implacável pelo povo que está em tempo de explodir. Prezado dr Wilson seu artigo é uma aula de civilidade e busca da verdadeira democracia e liberdade. Congratulações dr. Att Manoel Júlio.

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  7. Dr. Wilson eu acho o maior absurdo 215 milhões de brasileiros ficar de covarde enquanto uns canalhas governa o país com mão de ferro e metendo a mão no dinheiro e gastando com viagens de luxo enquanto o povo está lutando muito para sobreviver. Cadê a coragem desse povo, que bando de covardes somos todos nós hein??? Pelo amor de Deus vamos reagir em nome das nossas famílias. Dr. Wilson tenho orgulho de homens como o senhor que fala e enfrenta essa tristeza que está aí e todo mundo ajoelhado. Palhaçada. Eu sou Diego Jorge.

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  8. Eu vou resumir minha participação com a frase do Dr. Wilson - ( ...Querem a República de joelhos, mas os verdadeiros filhos desta pátria e desta nação não permitirão). At: Fabi Sarmento.

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  9. Os vagabundos da esquerda petista e comunista não gostam de trabalhar e não tem competência nenhuma pra botar o país no chão. Nós trabalhadores vamos meter esses vagabundos na cadeia e não vai demorar muito. Thiago Filho.

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