14,2 MILHÕES DE DESEMPREGADOS
Enquanto
o governo polariza com a sociedade a discussão em torno da urgência das
reformas Trabalhista e da Previdência, levando às ruas milhares de
trabalhadores contra as medidas propostas pelo Executivo, a taxa de desemprego
cresce e chega a 13,7% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os
10,9% registrados no mesmo período de 2016. As informações são do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), que considera a taxa atual a maior desde que
começou a publicar a pesquisa.
A
taxa de desocupação continua em alta no país e tem agora 14,2 milhões de desempregados.
Em relação ao primeiro trimestre móvel do ano passado, a alta da taxa de
desocupação chegou a 27,8%, o que significa que mais 3,1 milhões de pessoas estão
procurando trabalho.
Os
dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua), divulgada pelo IBGE. O indicador é calculado por trimestre. Esta
divulgação refere-se ao período entre janeiro e março de 2017.
O
IBGE detectou ainda um recorde negativo no número de trabalhadores com carteira
assinada no país. Em um ano 1,2 milhão de pessoas deixaram de ter carteira de
trabalho assinada. A população ocupada do país no trimestre encerrado em março
ficou em 88,9 milhões de pessoas, recuando tanto em relação ao trimestre
imediatamente anterior (outubro, novembro e dezembro) quanto ao primeiro
trimestre móvel do ano passado.
Ultrapassada
essa fase de demonstração de números negativos, que ferem de morte o emprego no
Brasil, a questão do desemprego precisa ser discutida em termos de definição
real do que se trata. Pois bem, o desemprego ocorre quando um trabalhador é
demitido ou entra no mercado de trabalho (está a procura de emprego) e não
consegue uma vaga de trabalho. É uma situação difícil para o trabalhador, pois
gera problemas financeiros e, em muitos casos, problemas psicológicos
(depressão, ansiedade, etc.) no trabalhador e em sua família.
A
rigor, as principais causas do desemprego são:
a)
Baixa qualificação do trabalhador: muitas vezes há emprego para a vaga que o
trabalhador está procurando, porém o mesmo não possui formação adequada para
exercer aquela função;
b)
Substituição de mão de obra por máquinas: nas últimas décadas, muitas vagas de
empregos foram fechadas, pois muitas indústrias passaram a usar máquinas na
linha de produção. No setor bancário, por exemplo, o uso de caixas eletrônicos
e desenvolvimento do sistema bankline também gerou o fechamento de milhares de
vagas;
c)
Crise econômica: quando um país passa por uma crise econômica, o consumo de
bens e serviços tende a diminuir. Muitas empresas demitem funcionários como
forma de diminuir custos para enfrentar a crise;
d)
Custo elevado (impostos e outros encargos) para as empresas contratarem com
carteira assinada: este caso é típico do Brasil, pois os custos de contratação
de empregados são muito elevados. Muitas empresas optam por aumentar as horas
extras de seus funcionários a contratar mais mão de obra;
e)
Fatores Climáticos: chuvas em excesso, secas prolongadas, geadas e outros
fatores climáticos podem gerar grandes perdas financeiras no campo. Muitos
empresários do setor agrícola costumam demitir trabalhadores rurais para
enfrentarem situações deste tipo;
f)
Gestão: a falta de administração eficiente por parte dos governantes (municipal,
estadual ou federal) leva a um descontentamento dos investidores, de tal forma,
que os setores empresariais, também por desconfiança, recuam, e a primeira
decisão é demitir empregados, reduzir custos e diminuir o peso da carga
tributária. Ou seja, o empreendedor não investe, o governo não arrecada e o
trabalhador não tem mais emprego.
O
desemprego é demonstração de desequilíbrio por parte das autoridades gestoras, de
desgoverno, de ausência de confiança do setor produtivo, de bagunça política ou
politicagem. O desemprego é uma arma apontada contra a família brasileira, e
não apenas contra uma única pessoa.
O
pleno emprego é a meta do trabalhador brasileiro. Por óbvio que isso depende da
seriedade dos governantes e da eficiência dos Poderes Executivo e Legislativo,
de forma que trabalhem para o interesse coletivo da sociedade, e não para os
seus interesses próprios.
As
recorrentes e vergonhosas atitudes de políticos e governantes têm dado mostras
de sobra de que a corrupção é a grande culpada pela grave situação do
desemprego enfrentada pelo país, uma vez que o descrédito nas autoridades é
crescente e a desconfiança é maior ainda. Por isso, os segmentos empresariais não
arriscam e a inércia assume o lugar do crescimento. O emprego fica encostado,
de lado, enquanto a sujeira política vai sendo varrida pela operação Lava Jato,
na esperança de todos os brasileiros de que essas tragédias e mazelas acabem logo
e definitivamente.
O
mercado de trabalho precisa estar em nível de equilíbrio, o mais depressa
possível, para que a situação também favoreça a economia do país. Ou
vice-versa.
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Wilson
Campos (Advogado/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
Nossa!!!! Dr. Wilson, o senhor acertou na mosca, porque o empresário que não confia no governo não investe, não contrata e não gera dividendos para a economia. Isso acontece comigo, com muitos empreendedores e com boa parte dos grandes empregadores de mão de obra. Juros altos, inflação, crise política e econômica, somados à desconfiança, geram o caos.Parabéns Dr. Wilson. Jurema Magalhães V.M.R. - empresária mineira.
ResponderExcluirEu já penso diferente. O desemprego é graças à excessiva carga tributária e ao excessivo direito trabalhista dado ao trabalhador. Concordo que o governo não dá confiança e isso traz desconforto para os investidores.Claro! Confiar como nesse governo que a cada dia é capara de jornal com mais e mais corrupção e mais e mais bilhões de reais de propina e caixa 2? Entretanto acho que o texto é de extremo cuidado com o país, com a iniciativa privada, com os trabalhadores e com a família. Isso é muito bom e gera confiança de que um dia tenhamos um país que mereça o nosso inteiro respeito. Ao dr. Wilson o meu reconhecimento de um trabalho grandioso em prol da população e do Brasil. Aristides J. G. D. - empreendedor e industrial da grande BH.
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