FUNDÃO ELEITORAL DE R$ 4,9 BILHÕES PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024 (!?)
Para não dizerem que nunca tratei deste assunto assombroso do título, eis alguns artigos que escrevi e publiquei neste blog e em jornais nos quais sou colunista, relativamente ao mesmo tema: 1) “A farra do fundão eleitoral. Que vergonha”! 2) “O fundo eleitoral e o repúdio da sociedade”. 3) “R$ 5,7 bilhões para a casta do fundo eleitoral”. 4) “O fundo eleitoral e o valor escandaloso que cada partido irá gastar”. 5) “O controverso e abusivo fundo eleitoral”. 6) “Fundo eleitoral: vergonhoso, imoral e desarrazoado”.
Para ler e conhecer o teor dos artigos publicados em datas anteriores, basta acessar o blog e procurar pelos títulos descritos. Portanto, mesmo que essa questão me cause engulhos e lamentos, não posso deixar de registar, mais uma vez, a escandalosa quantia destinada ao fundão eleitoral para as eleições de 2024.
Segundo o jornal Gazeta do Povo (um dos melhores do Brasil atual), o Orçamento de 2024 sancionado pelo presidente Lula (PT) nesta semana vai manter o “fundão” eleitoral de R$ 4,9 bilhões para as eleições municipais deste ano, e a disputa política acirrada entre PT e PL, também será refletida nos recursos aos partidos.
As duas legendas terão direito a quase 1/3 das verbas, com o PL liderando a distribuição com R$ 863 milhões. O PT vem na sequência com R$ 604 milhões. Juntas, as legendas terão direito a quase R$ 1,5 bilhão do fundo eleitoral deste ano. E vale ressaltar que a esquerda (PT e seus partidos aliados), terão mais de 50% do fundão para torrar em suas campanhas de promessas que nunca são cumpridas.
O valor do fundo eleitoral para este ano é quase o dobro do utilizado na última eleição municipal de 2020, de R$ 2 bilhões sancionados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na época. O fundo eleitoral municipal de 2024 está no mesmo patamar do fundo eleitoral das eleições gerais de 2022 – de R$ 4,9 bilhões. Ou seja, isso é uma afronta ao povo brasileiro, um tapa na cara do contribuinte que paga impostos pesados neste país.
A manutenção do valor recorde do “fundão” ao Orçamento contrasta com o veto que Lula fez às emendas parlamentares de comissão no Senado e na Câmara e nas mistas do Congresso, em que cortou aproximadamente R$ 5,6 bilhões e que já gerou uma nova crise com o Legislativo.
Segundo a Gazeta do Povo, cada partido receberá do fundo eleitoral neste ano, mediante projeção estimada pelos cientistas políticos Henrique Cardoso Oliveira e Jaime Matos, da Fundação 1º de Maio, ao Estadão, os seguintes valores astronômicos:
Partido: Valor:
PL R$ 863.047.115
PT R$ 604.207.602
União Brasil R$ 517.214.850
PSD R$ 427.063.073
MDB R$ 410.413.183
PP R$ 406.726.127
Republicanos R$ 331.931.748
Podemos R$ 249.501.801
PDT R$ 171.802.115
PSDB R$ 156.154.524
PSB R$ 150.808.347
PSOL R$ 127.832.244
Solidariedade R$ 90.729.810
PRD R$ 84.495.278
Avante R$ 74.806.378
Cidadania R$ 64.643.283
PCdoB R$ 52.233.148
PV R$ 44.494.998
Novo R$ 43.044.035
Rede R$ 36.409.003
PRTB R$ 9.803.282
PMN R$ 9.002.544
Agir R$ 6.877.262
DC R$ 5.547.694
PCB R$ 5.281.680
PMB R$ 5.228.260
UP R$ 4.609.033
PSTU R$ 4.030.654
PCO R$ 3.580.693
Os valores estimados para este ano para PT e PL contrastam com os encaminhados na eleição municipal de 2020. Naquele pleito, o primeiro teve R$ 201 milhões, enquanto que o segundo teve R$ 118 milhões. Já o União Brasil, que vem na sequência, teve um bolo maior se somados os recursos recebidos pelo PSL e DEM, que se uniram e deram origem ao União Brasil no ano seguinte: R$ 320 milhões.
Os cientistas políticos levaram em consideração as normas determinadas pela legislação que estabelece a divisão dos recursos para o fundo eleitoral, como a distribuição igualitária de 2% do montante entre os partidos registrados; 35% a partir da votação que cada sigla teve em 2022 com a eleição de ao menos um deputado federal; 48% repartidos de acordo com o número de deputados federais eleitos naquele ano; e 15% entregues em relação ao número de senadores eleitos.
Por outro lado, a distribuição dos recursos entre os filiados fica a critério dos próprios partidos, que decidem em quais candidatos vão investir os recursos. Normalmente, as legendas priorizam aqueles que podem concorrer à reeleição.
Os valores exatos de quanto cada partido receberá devem ser divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no final do mês de junho.
O fundo eleitoral foi criado em 2017 após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir as doações de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais, e determinou que o Tesouro Nacional financiaria os partidos. A primeira eleição após a proibição ocorreu em 2018 e teve R$ 1,7 bilhão em recursos públicos.
Eu já manifestei antes, nos outros artigos, o meu sentimento a respeito deste assunto. Repito que o valor bilionário do fundão está absolutamente na contramão dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. A rigor, este dinheiro poderia ser usado em políticas públicas e em serviços essenciais à população – saúde, educação, transporte, segurança, estradas, moradia popular, geração de emprego, cursos profissionalizantes, ciência e tecnologia, entre tantos outros de enorme utilidade para os cidadãos brasileiros.
ASSIM, ao meu sentir, submetido à vergonha alheia diante de tamanho disparate, uma vez que o valor do fundo é absurdamente grande, especialmente no imaginário do eleitor, apresento meus veementes protestos contra o Orçamento de 2024 sancionado pelo presidente Lula (PT) nesta semana, que vai manter o “fundão” eleitoral de R$ 4,9 bilhões para as eleições municipais deste ano.
ALIÁS, data venia, ao me indignar e protestar estou no meu direito de cidadão e no meu papel de eleitor.
Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).
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Mais um fundão para afundar o Brasil. Os políticos gastam dinheiro a rodo enquanto o trabalhador brasileiro se mata para pagar impostos e colocar comida na mesa da família. Bando de canalhas dessa política meia boca que não peito nem para enfrentar as sandices do STF e cia ltda. Que país é esse? Que povo é esse que tolera tudo isso calado? Até quando meu Deus? Dr. Wilson Campos até quando nosso povo será assim tão submisso e coitadinho? Abrs. Antonio e Maria Paula Fernandes S. Horta.
ResponderExcluirDr. Wilson, me desculpa meu mestre, mas só de ver falar em fundão eleitoral de quase 5 bilhões de reais eu já me arrepio de preocupação com a canalhice que vão fazer com esse dinheirão todo. Vão lotear entre os maiorais e os candidatos pequenos vão ficar a ver navios. Esse é o Brasil do faz de conta. Congresso vendido e medroso. Três Poderes incompetentes e desajustados vivendo na sombra do coitado do povo brasileiro trabalhador e calmo demais. Até quando o povo trabalhador, pagador de impostos, vai tolerar esses 3 podres poderes fazendo isso que fez ano passado e continua fazendo hoje em 2024???? Cadê a vergonha na cara e a coragem desse povo e dos empresários que trabalham e pagam impostos???? Cadê??? Sou Jairo Magalhães (brasileiro e pagador de impostos).
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