O DECLÍNIO DOS NOTICIÁRIOS DA TV.

 

As pessoas com as quais converso diariamente, troco mensagens em grupos, participo de reuniões de trabalho ou divido opiniões em rodas sociais, são unânimes em dizer que não suportam mais os noticiários da TV.   

Já não existe mais exceção. Todos os canais e todas as emissoras percorrem o mesmo caminho da mentira e do “faz de conta”. Ou seja, fazem de conta que estão informando verdades. Fazem de conta que está tudo bem e que o país está uma maravilha. Não são suficientemente corretos ou corajosos para mostrarem a triste realidade trazida pelo governo da esquerda.

Os apresentadores, os âncoras e os jornalistas de comentários bem estudados, sempre atentos às suas pautas ideológicas e aos seus figurinos, não são capazes de falar qualquer coisa que não seja a favor do governo atual. Antes, colocavam defeitos e encontravam culpados. Agora, fazem vista grossa para os erros crassos deste governo, isentam-no de quaisquer culpas e ainda têm o desplante de ignorar de propósito o que sabemos que está péssimo e que vai piorar – economia, saúde, educação, segurança, moradia, saneamento básico, desigualdade social, pobreza, desemprego, desarmonia dos poderes, ativismos judiciais, aparelhamento do Estado e corrupção. Mas tem mais.

Tornou-se raro, muito raro, escutar na TV uma crítica aos órgãos que viraram cabides de empregos; às estatais que estão dando prejuízos imensos; aos 38 ministérios inoperantes e improdutivos; às instituições em constante desarmonia; ou ao governo federal que torra bilhões em viagens internacionais, festas para amigos e correligionários, verbas para o politiqueiro “toma lá dá cá”, doações de dinheiro público para artistas famosos, compras de móveis e artigos de luxo para os palácios presidenciais, entre muitos outros gastos de cair o queixo.  

Os noticiários da TV caíram em descrédito total. Ninguém mais confia nos apresentadores ou nos jornalistas sempre sorridentes, que mostram um falso Brasil. A cara de pau das emissoras é tão grande, que o mais simples dos cidadãos brasileiros não tolera nem 5 minutos diante da TV. A desfaçatez, a demagogia, o mau-caratismo e a fantasiosa programação leva o telespectador a desligar seu aparelho ou ir direto para um filme na Netflix.

Os telejornais, atualmente, divulgam notícias sempre bem preparadas, denotando uma dedicação ímpar em prol dos interesses do governo e dos seus 38 ministérios, além de enaltecer as ações do Legislativo e do Judiciário, como se estes, exatamente estes, não vivessem em constantes conflitos e trocas de farpas. As imagens e as sonorizações dos noticiários são seguidas de largos sorrisos dos narradores, que insistem em mostrar um país que não é o nosso Brasil verdadeiro.

As emissoras de TV estão ajoelhadas diante do governo petista e não enxergam ou não querem enxergar os altos índices de criminalidade, o crescimento vertiginoso da violência, a insegurança jurídica, o exacerbado ativismo judicial, as prisões arbitrárias, os óbices ao devido processo legal, o desrespeito à Constituição, a fuga de capitais e de investimentos, o desequilíbrio fiscal, os tropeços da economia, a alta dos preços dos alimentos, a demora das reformas, os gastos excessivamente superiores à arrecadação, as rusgas políticas internas e externas, os vexames diplomáticos, a cumplicidade ora velada ora escancarada com governos ditatoriais, a proximidade com grupos estranhos e suspeitos, e a eterna leniência quando se trata de invasões de terras.

Os noticiários da TV, muito bem comandados por editorias interesseiras e diretorias de emissoras desleais com o povo, faturam alto em cima do governo esquerdista nos intervalos de suas parciais apresentações. Nesses segundos ou minutos caríssimos, a preço de ouro, os comerciais estatais surgem aos montes, sejam nas propagandas fantasiosas e cheias de luzes e volteios artísticos do Banco do Brasil, da Caixa, da Petrobras, dos Correios, ou de órgãos públicos ou dos programas de governo, que custam bilhões aos cofres da nação, mas que são carreados para as contas bancárias das emissoras de TV.

As propagandas do governo, além de desnecessárias são ridículas. Gasta-se uma dinheirama absurda com publicidade, quando poderia estar gastando esse montante bilionário com melhoria das estradas; construção de moradias populares; preservação do meio ambiente; investimentos na educação, saúde e segurança; continuação das obras lícitas paradas; financiamento dos produtores agrícolas; criação de cursos técnicos profissionalizantes; e investimentos em ciência, tecnologia e desenvolvimento digital, energia, transporte, água e esgotamento sanitário.

Mas, lamentavelmente, a ganância e a desonestidade das emissoras de TV ajudam a levar para o buraco as espoliadas finanças do país. Noticiários vendidos, seguidos de comerciais e propagandas estatais surreais, custam uma fortuna quando exibidos em horários nobres. E o tapa na cara da sociedade, do contribuinte, do cidadão, soa mais alto que as baboseiras das imagens bonitinhas sonorizadas com músicas bregas e ideológicas. Tudo para enganar trouxas que ainda ficam diante da TV.

Segundo uma pequena parcela da imprensa, ainda não vendida nem corrompida, em 2023, no governo Lula 3, a Petrobras aumentou em 59% seus gastos em propaganda. O Banco do Brasil seguiu o mesmo caminho. Os Correios têm separados, prontos para gastar, R$380 milhões em comerciais, propagandas e publicidades. Isso mesmo, os Correios, os mesmos que seriam privatizados no governo Bolsonaro por motivos de desvios, rombos, corrupção e péssima qualidade nos serviços. Entendeu ou quer que eu desenhe?

As antigas e famosas “despesas com publicidade” voltaram. Ora, voltaram pra valer, porque o governo é o mesmo de antes, o mesmo da época do mensalão, do petrolão e de outros escândalos financeiros. O despiste, o rodeio e a camuflagem das propagandas canalhas das estatais são indícios claros do que está por vir – a volta do buraco sem fundo, capaz de engolir bilhões de reais sob a desculpa esfarrapada de gastos com propagandas e publicidades de estatais, órgãos públicos e programas de governo.

Daí que se constata, verdadeiramente, a imensa decepção do povo brasileiro com as emissoras e jornalistas desleais, e o consequente declínio dos noticiários da TV.

E volto a perguntar: você entendeu ou quer que eu desenhe?

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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