O GOVERNO DA GASTANÇA, DA RUÍNA FISCAL E DO CAOS ADMINISTRATIVO.

 

Nos últimos 12 meses, a inflação já chegou ao limite máximo da meta, que é de 4,5%. As notícias econômicas não são boas. Os especialistas em finanças e gastos públicos afirmam que o atual governo faz pouco caso do equilíbrio fiscal e continua gastando muito.  

O mercado reage de acordo com os números e o pessimismo é grande. O Banco Central realiza pesquisas semanais entre mais de 100 instituições financeiras que fazem suas estimativas, e a previsão é de alta da inflação deste ano, de 4,12% para 4,2%. Será? Resta acompanhar.   

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que recebeu o apelido de “Taxad”, graças ao seu enorme esforço em taxar e arrecadar, tenta fazer declarações otimistas, mas as contas não fecham. As projeções de despesas totais da União aumentaram em R$ 19,4 bilhões em revisão feita após o fechamento do 3.º bimestre, levando as contas públicas ao limite de tolerância da meta do arcabouço fiscal - no relatório bimestral, o governo previu um rombo de R$ 28,8 bilhões, o máximo permitido pela regra fiscal para este ano.

Os resultados já verificados são alarmantes: com receita líquida de R$ 1,051 trilhão e despesas primárias de R$ 1,120 trilhão, o governo fechou o primeiro semestre com déficit primário de R$ 68,7 bilhões, o pior desde 2020. Apenas em junho, as despesas superaram as receitas em R$ 38,8 bilhões, segundo o Tesouro.

O governo Lula é gastador e não consegue controlar suas despesas megalomaníacas. E o pior é que hoje não tem ninguém para dizer “não” e chamar com firmeza a atenção de Lula. Os companheiros mais próximos, que poderiam aconselhar e alertar, são os que aplaudem as besteiras que ele fala e os erros que ele comete. Pior ainda é que ele acredita nos aplausos e pensa que está indo bem, quando, na realidade, merece vaias e seu governo vai de mal a pior.

Lula tem um espírito aventureiro irresponsável. Ele aumentou de 22 para 39 ministérios. Com isso, as despesas aumentaram muito, mas tal acontecimento já era esperado - mais ministérios, mais cabides de empregos, mais mordomias, mais despesas, mais irresponsabilidade fiscal e mais descontrole total da máquina do Estado.

As contas não fecham. O governo petista fez propaganda enganosa, prometeu maravilhas e agora tem de cortar gastos, destruindo sua imagem e suas falas de que as expectativas seriam boas ou ótimas. Nada disso acontece hoje e a previsão real é de ruína fiscal e péssimos serviços públicos.

Nem mesmo a ajuda ao Rio Grande do Sul aconteceu, pois criaram uma narrativa sobre uma presença federal forte para recuperar o estado depois das cheias, mas essa ajuda e essa presença não se deram e o vexame governamental é imenso, além da crueldade com os gaúchos que perderam tudo. A grande imprensa militante está calada, mas o povo brasileiro conhece os fatos e a total insensibilidade da esquerda.

Além do desespero econômico, financeiro e fiscal, Lula está preocupado com as próximas eleições municipais. Daí que ele fez, no último sábado (10), uma maratona de fotos ao lado de candidatos do PT que concorrem às prefeituras de cidades com mais de 100 mil habitantes. Por incrível que pareça, foram cerca de 160 candidatos que fizeram fila para ficar ao lado do petista por alguns minutos, e garantir uma imagem que eles poderão colocar nos santinhos e em outros materiais de campanha. A alguns desses candidatos, Lula prometeu visitar suas cidades durante a campanha, em especial as capitais onde há candidato do partido - apenas 13 de um total de 26. Ou seja, mais promessas de alguém que não pode nem andar pelas ruas sem ser fortemente vaiado.

Para azedar de vez as pretensões de Lula, existe um risco muito grande, este ano, de o partido dele acabar a eleição com um número ainda menor de prefeituras do que já tem. O número vem encolhendo nos últimos anos. Em 2012, no governo Dilma Rousseff, o PT estava à frente de 630 prefeituras. Foi um rescaldo dos últimos anos do segundo mandato de Lula. A partir daí, o número começou a cair. Em 2016 eram 254 e hoje o partido está no comando de apenas 179 municípios.

Repercutem notícias bem embasadas de que o número possa cair ainda mais, principalmente em capitais, onde, em muitos casos, o PT acabou abrindo mão de candidaturas próprias para apoiar candidatos de partidos aliados. Isso ocorreu nas cinco capitais onde o PT terá apenas o vice na chapa (é o caso de São Paulo) e em outras oito em que o partido apenas apoiará aliados.

Não bastasse tudo isso de negativo no governo petista, Lula ainda insiste em atacar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. São recorrentes as críticas contra o competente executivo, que trabalha sério e demonstra total competência para a gestão do BC. Mas Lula, o nonsense boquirroto e trapalhão, abusa das narrativas e dos números chutados ao seu alvedrio, e acusa sem provas e sem evidências, chegando ao ponto de tergiversar em entrevistas, que o chefe do BC tem lado político e prejudica o país.

Lula disse: “Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país”.

Os cães ladram e a caravana passa. A alta cúpula do BC trabalha duro para manter o país de pé, apesar das lambanças de Lula e da sua equipe de governo esquerdista, todos adeptos da gastança descontrolada. E o BC consegue manter com muito esforço o patamar da Selic, a taxa básica de juros, em 10,5%.

Enquanto Lula resmunga, reclama de desajustes e continua gastando mais do que arrecada, o presidente do BC e os demais membros do Copom (Comitê de Política Monetária) decidem pela taxa Selic em 10,50% ao ano. Embora a taxa não seja baixa, a expectativa é de que os juros caiam cada vez mais.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, explica o Copom.

Ao contrário de Lula e sua frágil equipe econômica, vários especialistas entendem que fatores recentes como o agravamento dos riscos fiscais, indicação de pressão nos preços e a piora da inflação são alguns dos fatores que podem contribuir para uma eventual elevação. Mas segundo esses especialistas, a atual taxa não é exorbitante. Ademais, segundo o BC, a projeção é que a Selic permaneça em 10,50% até o final de 2024. Para os próximos anos, a estimativa é que a taxa seja de 9,50% em 2025, de 9% em 2026 e de 9% em 2027.

Lado outro, enquanto o BC tenta segurar firme as rédeas da inflação, o governo de Lula está focado no anúncio do Tesouro de que o governo federal terá para gastar em 2025 um montante extra de R$ 138,3 bilhões em relação ao disponível deste ano, conforme as regras do arcabouço fiscal. Seria uma boa notícia para Lula, que quer entregar realizações na segunda metade do seu terceiro mandato com alvos eleitoreiros, mas o problema é que esse aparente ganho no caixa já está ameaçado pelo avanço desenfreado das despesas fixas do Executivo, o que impõe a necessidade de congelamentos e cortes em quase todos os ministérios.

O governo gastador e taxador sempre esbarra nos seus excessos de despesas, mas Lula não tem compromisso nenhum com o equilíbrio fiscal. Daí que a previsão real é de que não haverá crescimento de receita suficiente para cobrir os crescentes rombos fiscais, e as contas públicas estarão exauridas até o fim de 2026. Isso é perceptível e só a gestão petista não enxerga.

O governo da gastança e da ruína fiscal, além de todas as trapalhadas acima citadas, cometeu ainda os equívocos que colocam o governo à beira do colapso administrativo, quais sejam: Lula não governa e prefere continuar no palanque, como se ainda estivesse em campanha eleitoral; Lula escolheu mal seus articuladores no Congresso; Lula insiste numa agenda esquerdista estatizante e intervencionista; Lula dá palpites demais em questões internacionais, apoia ditaduras e se esquece dos problemas internos do Brasil; Lula quebra promessas feitas a parlamentares e gera crises e tensões políticas na Câmara e no Senado; e Lula mantém ministros fracos e inaptos às funções técnicas, mas se nega a uma reforma ministerial.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Quem paga impostos como nós pagamos não pode ficar calado. Esse governo gasta demais e precisa cortar uns 15 ministérios urgente e enxugar a máquina do Estado ou vai quebrar o país logo logo. O Congresso está de pires na mão como sempre pedindo migalhas e os presidentes das duas casas parlamentares são verdadeiros pedintes de favores. O país nosso está em mãos erradas dr. Wilson e precisamos gritar antes que isso aqui vire uma Venezuela. Dou nota 10 para o texto do colega advogado doutor. Adenilson Vilaforte.

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  2. Li e concordo 100% com o artigo e tem muito tempo que percebo que esse governo vai colocar o Brasil no buraco, a petrobras vai voltar a dar prejuízo, as estatais idem, e tudo vai para o fundo do poço. Dr. Wilson também dou nota 10!!! para o seu blog e para seu artigo. Somos Brasil, patriotismo e conservadores. Somos família,graças a Deus. Att: Selma G.F. Horta.

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  3. Eu como contador afirmo que esse comitê da reforma tributária que vai controlar os impostos IBS e CBS a partir de Brasília vai passar a perna nos municípios e nos estados. Coitados dos prefeitos e governadores que ficarão a ver navios. Os municípios e os estados vão trabalhar e arrecadar muito dinheiro de impostos e ficarão de pires na mão esperando a decisão desse comitê Soviet tributário de 27 pessoas que serão os donos do dinheiro arrecadado com impostos do povo que mora nos municípios e nos estados. Isso é o controle dos tributos pelo Executivo ou governo petista. Entendeu??? Os parlamentares legisladores estão ajoelhados e acovardados. Resultado: vai ter muita sonegação e desespero. Dr. Wilson Campos adv. tributarista o senhor já alertou sobre esses riscos nos seus artigos que eu já li aqui e nos jornais que o senhor escreve. Estamos junto nessa linha de pensamento. Abr. Odilon Cherches.

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