PRESSÃO NO GOVERNO MINEIRO.
A
composição do atual governo mineiro tem desagradado muita gente. Foram escolhidas pessoas que não
contam com a aprovação da maioria dos eleitores do governador Romeu Zema, que queria a "despetização" do aparelho estatal. O descompasso do governo com a realidade mineira
é sintomático, posto que privilegia nas secretarias indivíduos de outros
estados; readmita quem antes estava exonerado; retorna com diretores que foram afastados;
e nomeia executivos da iniciativa privada para cargos públicos. Ora, senhor
governador Zema, a impressão que dá é que a governabilidade está lhe dando uma
surra e a sua experiência de empresário não resolve o problema da esfera
pública. Portanto, antes de usar a caneta, use o bom senso e pense o que os
mineiros pensariam a respeito.
O Estado de Minas Gerais é um dos maiores da Federação, em todos os sentidos. Portanto, é sabido que não seria nada fácil governar Minas Gerais depois das últimas e tumultuadas administrações.
O clamor dos mineiros por austeridade nas contas públicas continua forte,
apesar do momento de profunda dor causado pela tragédia do rompimento da
barragem de mineração da Vale em Brumadinho, com 310 mortos e desaparecidos. São
duas questões distintas, uma é econômica e a outra é social, mas que envolvem o
trabalho do governador Zema, que, a rigor, tem deixado a desejar nas suas
atitudes, muito parecidas com as do governante anterior, o que antecipa
julgamento de temor e decepção por parte da sociedade organizada.
A governança mineira precisa mudar o foco, trabalhar duro e mostrar serviço para atrair investimentos, crescimento e desenvolvimento. O
governo Zema não pode e não deve se deixar contaminar por ações passadas nem
por agentes públicos de gestões que não agradaram o povo mineiro. Tem muita
gente competente no mercado, além das “personalidades” que estão voltando à
administração estadual por sugestões, pedidos ou imposições de aliados e de
setores econômicos e empresariais. O governo estadual não pode se curvar aos reclamos
da velha política, acostumada a arranjar cargos para seus apadrinhados do
partido, independentemente da competência exigida para a função pública. Ora,
senhor governador, a sua promessa de campanha foi de trocar o “velho” pelo “novo”,
mas o que está sendo praticado é a continuidade da mesmice. Ou seja, continua
tudo como dantes no quartel de Abrantes. E isso é inadmissível.
A
simbiose, vantajosa ou não, entre o Executivo e o Legislativo, requer acima de
tudo a preservação da autonomia dos poderes, de forma que um execute o trabalho
e o outro fiscalize. Nesse caso, vale considerar os tropeços na condução do
repasse das verbas dos municípios e do equacionamento de déficit orçamentário.
Enquanto os prefeitos das cidades do interior reclamam o atraso no repasse de
R$1bilhão aos municípios apenas em janeiro, os deputados estaduais esperneiam
porque o governador não tem se aproximado da casa legislativa nem demonstra
receptividade aos parlamentares. A pressão vem crescendo por parte das
prefeituras e da Assembleia Legislativa.
Lado
outro, a sociedade também não está satisfeita com o governador Zema, que demora
muito na tomada de decisão e vem cometendo erros imperdoáveis, no entendimento dos
eleitores que o prestigiaram com o mandato. A insatisfação dos eleitores é
gradativa, ainda mais quando percebem que os cargos no governo vêm sendo
ocupados por pessoas que cometeram falhas em governos anteriores. São vários os
casos que desagradam os eleitores, sejam os de nomeação para direção de
empresas públicas, de indicação para cargos comissionados ou para titularidade
em secretarias de Estado. Os eleitores não aceitam que nomes antes criticados
sejam reconduzidos a funções especiais dentro do governo atual, que deveria ser
novo, mas que parece velho.
Já
há alguns dias, a imprensa tem divulgado nomes que passaram a compor o governo
Zema. Alguns foram do governo de Aécio e Anastasia. Outros são remanescentes do
governo de Fernando Pimentel. E agora surgem nomes que são originários de
empresas privadas, mas que não contam com a simpatia da população mineira, que
não esquece o horror das tragédias de Mariana e de Brumadinho. Se os nomes têm
relação com improbidade administrativa, processos em curso ou administração de
empresa contrária aos interesses da coletividade, os eleitores de Zema não aceitam
e começam a recuar do apoio então dado aos eleitos do partido Novo.
A
pressão sobre o governo Zema é natural, sobretudo porque se esperava muito mais
do que foi apresentado até agora. Os funcionários públicos continuam com os
salários parcelados. 0 13º salário de 2018 dos servidores não foi pago. Os
municípios continuam mendigando as verbas que lhes são de direito e que o
governo não repassa. As áreas da saúde, educação, segurança e transporte
continuam carentes de investimento e modernização. Os empregos não são criados.
Os setores estatais que controlam a ampliação e construção de estradas estão inoperantes,
inertes, apenas vendo os buracos tomarem conta do restante das rodovias. A
situação de governança até aqui é insatisfatória. Dessa forma, a promessa palpável
é de mais erros de rumo, a continuar como vem sendo, negativamente, coordenado
o governo.
Como
mineiro legítimo e ardoroso defensor da lei, da justiça e da ordem, torço para
que o governador Zema supere a fase das fortes pressões, corrija o rumo da sua administração,
coloque as finanças de Minas Gerais em dia, acerte na escolha dos seus colaboradores
diretos e indiretos, tenha êxito na sua gestão, trabalhe efetivamente pelo povo
mineiro e não decepcione, sob hipótese alguma, os seus eleitores. Caso
contrário, o “novo” passará a ser “velho”, mais rápido do que ele possa
imaginar, e a decepção dos mineiros dará lugar a cobranças enérgicas, porque Minas é um polo de riqueza e empreendedorismo, que requer administração segura e visão de futuro.
Wilson
Campos (Advogado/Especialista com atuação em Direito Tributário, Trabalhista,
Cível e Ambiental).
Se o governador Zema manter petistas no governo ele vai se dar muito mal, porque os petistas somente gostam deles, do governo torto deles e da maneira xiita deles. O governo de MG precisa cortas gastos, mostrar serviço e enxugar a máquina estatal, sem exceção. Gostei muito do artigo do caro e admirável dr. Wilson Campos, como sempre na espetacular defesa dos interesses dos mineiros. Fernando Lima , empresário e contribuinte.
ResponderExcluirO governo tem a cara que mostra no seu corpo diretivo. A hora é de limpeza. Tirar os petistas do governo anterior e trabalhar com quem conhece e quer trabalhar. Chega de mamatas petistas, emprego para incompetentes e verbas para preguiçosos do PT. Chega. Cortar cargos e despesas e trabalhar sério, 24 horas por dia, é a solução. Vamos lá MG. Vamos ocupar o nosso legítimo lugar no mapa do Brasil. Parabéns Dr. Wilson Campos por mais esse brilhante artigo nesse blog de defesa da população, dos mineiros e do Brasil. Jayme Leal.
ResponderExcluirAcho que o governador Zema precisa fazer uma limpeza geral no quadro de funcionários públicos comissionados e de confiança, tirando todos os petistas, sem exceção. A casa precisa ser arrumada e precisa de gente nova, com espírito de trabalho, desenvolvimento e crescimento. Cortar despesas já. Cortar excessos já. Cortar mordomias já. Trabalhar muito e com gente que gosta de trabalhar pelo progresso e pelo povo mineiro. Parabéns Dr. Wilson Campos por mais este fabuloso artigo que diz tudo que eu também penso e que os mineiros pensam. Obrigado. Sinval Rodrigues.
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