UM NOME A ZELAR E UM NOME A ZERAR.

 

A prática da antipolítica no Brasil é fato incontroverso. O grande teatro brasileiro não é o local onde se encena peça teatral ou onde se dá uma manifestação artística ou um fenômeno cultural da sociedade.

O grande teatro brasileiro ao qual me refiro é onde se colocam aqueles que xingam, blasfemam, acusam, agridem verbal e fisicamente, arremessam objetos e dão cadeiradas nos adversários. Os participantes deste grande teatro são pessoas com discursos prontos e preparados para agradar plateias da esquerda e da direita. Mas os problemas que afligem a sociedade são deixados de lado.

Essa introdução é para mostrar que a política brasileira não é séria e correta o suficiente para cuidar dos interesses da população. Os políticos não são suficientemente autênticos para contagiar o público com ideias e programas exclusivos de políticas públicas. Cada um pensa em si, no poder e na satisfação do partido, salvo raríssimas exceções. Ou seja, sempre existe um nome a zelar e um nome a zerar.

Os partidos políticos, por sua vez, que deveriam ser os pilares da representação democrática, quase sempre se transformam em instrumentos para pegar recursos do fundo eleitoral e conquistar tempo de propaganda na TV e rádio. Essa fatalíssima distorção compromete seriamente a essência da democracia representativa. Aliás, a atual democracia brasileira deixa muito a desejar.  

Um nome a zelar na política é aquele que cumpre o que prometeu na campanha; que comparece às sessões; que tem projetos sociais aprovados; que não abandona seus eleitores; que não rouba, não corrompe e não se deixa corromper; que é equilibrado nas suas falas e ações; que cumpre com suas funções institucionais; que respeita as leis e a Constituição; que honra o mandato que recebeu das mãos e do voto do eleitor. Já um nome a zerar é aquele que não respeita nada disso e anda na contramão de tudo isso.

Nesta campanha eleitoral de 2024, o que mais se vê são candidatos lavando roupa suja, agredindo com palavras e atos, desrespeitando o opositor e sua família, usando de gestos grosseiros e vozes alteradas. Nervos à flor da pele. Nenhum respeito e urbanidade. Pouquíssimas educação e lhaneza. Os locais dos debates são transformados em ringues e as propostas de campanha não são suficientemente divulgadas e explicadas. Daí a decisão do eleitor sobre um nome a zelar e um nome a zerar.

Nas capitais, principalmente, as aparições dos candidatos a prefeito são puramente teatrais. Os debates mostrados na TV são de tirar as crianças da sala. A verborragia chula é confundida com liberdade de expressão, e esta é confundida com permissão para constranger e desrespeitar. As soluções para o transporte coletivo precário, as filas nos postos de saúde e hospitais, a evasão escolar e a péssima qualidade de ensino, o aumento da violência e a respectiva impunidade, entre outras centenas de questões de máxima relevância, não são apresentadas para o eleitor. Ou seja, os candidatos não têm competência para solucionar os graves problemas sociais e ainda assim desejam comandar a prefeitura da cidade. Repito: salvo raríssimas exceções.   

De nada servem as candidaturas diferentes de pessoas bastante conhecidas. O que interessa aos cidadãos são as propostas de políticas sociais. O que conta é o desenvolvimento e o crescimento da cidade. O que consagra são as ideias de uma gestão pública proba e eficiente. O que faz merecer o voto do eleitor é a seriedade, o preparo, o equilíbrio, o bom senso, a ficha limpa, a coragem, a disposição e a vontade do candidato em trabalhar em prol da coletividade.

Nas eleições são muitos os nomes. Portanto, eleitor, faça sua pesquisa sobre o candidato e somente depois faça sua escolha, pois, como dantes, sempre surge um nome a zelar e um nome a zerar.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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Comentários

  1. Um nome a zelar pra mim é um nome de conservador e um nome a zerar é de comunista esquerdista.
    Na eleição pra prefeito estou com gente séria de direita incluindo aí vereador. Gostei do artigo dr Wilson e vou replicar pra meus grupos. Grande abraço. Silvio Chagas. BH.

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  2. Na minha família ninguém vota em candidato de esquerda e pesquisa os antecedentes do candidato de direita a quem dar o voto. O voto é livre e importante demais para ser dado a qualquer um. Direita volver!!! Dr Wilson Campos parabéns pelo inteligente e super interessante artigo. Muito bom mesmo. Att: Duda Valência. - LS/MG.

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  3. Meu destaque é essa parte que fala da ficha limpa do candidato.
    Quem tem um passado limpo merece confiança e o voto do eleitor. O ficha suja não podia nem ser candidato.lugar de corrupto é ladrão e na prisão. Estou certo dr Wilson. Seu artigo é dez nota dez. Nelzio J. S. Alves.

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  4. Eu peço permissão do autor para este destaque que acho super importante para estas eleições 2024: (...De nada servem as candidaturas diferentes de pessoas bastante conhecidas. O que interessa aos cidadãos são as propostas de políticas sociais. O que conta é o desenvolvimento e o crescimento da cidade. O que consagra são as ideias de uma gestão pública proba e eficiente. O que faz merecer o voto do eleitor é a seriedade, o preparo, o equilíbrio, o bom senso, a ficha limpa, a coragem, a disposição e a vontade do candidato em trabalhar em prol da coletividade... - Meus parabéns doutor Wilson mais uma vez por tão brilhante texto e de interesse popular. Gratidão. A. Marina Heliéser de P.

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  5. Carmelita A. S. Durães18 de setembro de 2024 às 13:53

    Na minha cidade aqui perto de BH um candidato a prefeito é mais ficha suja do que uma pocilga e a justiça eleitoral deixa o cara vim de novo candidatar e fazer campanha porca na cidade e sujar a cidade com milhares de baneres etc. O sujeito ainda é ateu e só fala contra a religião e prega uma família desregrada, o aborto, a liberação da maldita maconha. Um sujeito desse merece é cadeia . E o pior é que temos noiados que votam nesse canalha. O povo não sabe votar ainda, não sabe vootar mesmo. Dr. Wilson Campos advogado estive lendo seu blog e fiquei maravilhada com seus artigos do blog e os publicados nos jornais e peço sua licença para enviar para muitos e muitos amigos e grupos de minha convivencia. Parabéns doutor. A política precisa de pessoa assim como o senhor, que tal? pensa aí. At. Carmelita A;S. Durães.

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  6. Li o artigo inteiro e antes de ler a segunda vez para entender melhor resolvi enviar para meus filhos e eles disseram que é um artigo excelente e que vão compartilhar, pode né doutor? Esperamos que os eleitores aprendam a votar mas antes pesquisar e saber mais do candidato. O voto só depois de pesquisar o candidato e saber mesmo se é pra zelar o nome ou zerar o nome dele. Gostamos do título do artigo também e do texto todo. O eleitor agradece.

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  7. Um colega meu de trabalho disse que se o cara der pra ele cimento e areia e tijolo pra aumentar comodo na casa dele ele vota no cara. Como que pode isso. O cabra esta vendendo o voto e não sabe se o candidato presta ou não presta e se vai roubar ou não vai roubar. Êta Brasil não tem jeito não de jeito nenhum. Eu sempre gosto de ler e leio os artigos do senhor dr. Wilson e sempre falo com outras pessoa e concordam com o senhor quase todos porque tem uns que são cabeça feita da canhota comunista e não pensa e só vive feito avestrus. José Carlos Silva.

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  8. Meu caro doutor Wilson boa tarde. Estou acabando de ler seu texto e estou avaliando quantos candidatos serão eleitos por ser simpático, bonito, rico, falastrão, brigador, xingador, com milhões de seguidores, com passado tenebroso, com presente duvidoso e com futuro amedrontador. Muitos e muitos são assim e o povo não aprende e vota e esse candidato fica quatro anos fazendo nada e só recebendo salário e empregando parentes e amigos e amigos de amigos nos gabinetes e secretarias de repartições públicas. Não sei quando isso vai mudar mas um dia vai mudar tenho certeza. Bravíssimo dr. Wilson pelos seus artigos sempre super bem-vindos. Cristiana M. F. A. Magalhães.

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